29bb- «Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo»

 – A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 6 do T. Comum)

 

“…Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, irmãos, fazei tudo para glória de Deus… Fazei como eu, que em tudo procuro agradar a toda a gente, não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se. Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo”. (1Cor 10,31.33 e 11,1 / 2ª L.).

 

Nesta parte da 1ª carta aos coríntios (cc. 9-10), Paulo – “com a liberdade que lhe dá o Evangelho de Cristo”põe-se como exemplo para todos, uma vez que ele segue em tudo o exemplo de Cristo Jesus. E a sua tese é esta: «‘Fazer, ou deixar de fazer’, para o bem de todos». Também para o bem dele próprio, evidentemente. Ao tratar vários temas fundamentais e graves (nesta Carta, globalmente considerada) as soluções e propostas que vai dando a questões concretas, estão marcadas, evidentemente, pelos condicionalismos culturais de então e pelo concreto da vida… Mas fiquemos com o nosso texto.

 

A – Desde logo, começa por exortar a todos a “tudo fazerem para glória de Deus”; e muitas vezes acrescentará o refrão “em Cristo Jesus Senhor nosso”, como convicção e vivência pessoal!

B – É que, na verdade, tudo o bem que fizermos pelos outros terá sentido se referido ao Bem e Glória de Deus… E vice-versa, pois “a Glória de Deus é o bem e a salvação de todos”.

A – Há que começar por evitar, no sentir de Paulo, todo aquilo que possa “escandalizar” alguém (sejam eles “judeus, gregos ou a Igreja de Deus”). Mas, pergunto eu, será que existem condutas boas ou comportamentos positivos que podem causar escândalo a determinada gente simples?

B – Sabemos – e Paulo di-lo noutras passagens dos seus escritos – que por vezes aparecem situações em que, agindo nós de boa vontade, podemos induzir outros a erro; e nesse caso – após um discernimento conveniente – deveremos evitar essa conduta ‘mesmo não nociva em si’…

A – E tanto para o que devemos evitar quanto, sobretudo, para o que devemos fazer, o mesmo Paulo, – também pela confiança mútua que sabe existir entre ele e os seus fiéis de Corinto – ousa colocar-se como modelo e exemplo, nestes temas, quando diz: “Fazei como eu”

B – E a seguir, o que diz que está a fazer é “procurar agradar a toda a gente, não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se”.

A – Só que é preciso compreender bem isto. Se não, alguns podem interpretar o de “agradar a toda a gente” como uma espécie de tolerância máxima que tudo permite para não criar problemas

B – Porém, o de ‘não criar problemas’ é só aparente. Já que, com essa atitude tolerante, cega e indiscriminada, apenas se consegue adiar os problemas que, mais tarde, serão gravíssimos (!?).

A – Então, a chave para entender a primeira parte expressão de Paulo, está no porquê e no como, da segunda parte: “não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se”.

 

A/B: Se o Teu discípulo Paulo nos pede para o imitarmos porque ele é Teu imitador,

então, nós queremos, Jesus, formar parte dessa «comunidade de imitadores»,

que tomam por modelos aqueles mais próximos que imitam o Teu exemplo…

Será que assim conseguiremos ser exemplo para outros, até podermos dizer:

“Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo”?

 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net