21bb- «Sereis munhas testemunhas...

– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

 ( Ciclo B – Domingo da ASCENSÃO do Senhor)

 

“No decurso de uma refeição… aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?». Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra»”. (At 1,6-8 / 1ª L).

 

Duas chamadas de atenção acerca do texto escolhido: Primeira, cairmos na conta de que este encontro (“refeição”) com Jesus tem lugar entre a Sua Ressurreição e Ascensão ao Céu; portanto, Ele age, nesta altura, como Ressuscitado e Glorioso, no meio de pessoas (discípulos) ainda em corpo mortal. E, em segundo lugar, observarmos que o próprio texto é tirado do início do 2º livro de Lucas («Atos dos Apóstolos»), precisamente ao fazer a ligação, ‘magistral’, com a parte final da sua 1ª obra («Evangelho»). Em todo o caso, este autor, Lucas – que não era judeu mas convertido do paganismo na região de Antioquia e que professava a medicina – é de admirar e louvar como autor bíblico, enquanto homem culto e organizado, perito em história, com um estilo muito próprio…

 

A – Vê-se logo que a cena decorre em jeito de despedidas… E os discípulos, que ainda continuam com “a sua ideia” sobre o «reino de Israel» e não com “a ideia de Jesus” acerca do “Reino de Deus” – tantas vezes transmitida por Ele nos últimos três anos – se atrevem a perguntar a Jesus…

B – A resposta de Jesus, além do mais, é como se lhes devolvesse a pergunta: «Sois vós mesmos que deveis estabelecer (“restaurar”?) “o Reino de Deus” neste mundo. Eu já fiz a minha parte!».

A – Não deixa de chamar a atenção que “os discípulos” (nós todos?) considerem(os), de início, que as coisas devem ser realizadas por Jesus, por Deus (“Senhor, é agora que vais restaurar…?”).

B – Claro que Jesus começa por responder com uma ‘evasiva’ (“não vos compete”) mas logo a seguir esclarece: O que “vos compete”, isso sim, a partir de agora, é “serdes minhas testemunhas”!

A – É evidente que, com esta resposta e explicitação, eles ficam a saber – e nós com eles – que “o Reino de Deus” é tão maravilhoso e abrangente que exige a nossa colaboração e entrega total!…

B – Haverá, então, que ‘largar’ ideias erradas e falsas expetativas acerca do tal «reino de Israel», e centrar-se no que significa “sermos testemunhas de Jesus”. Ou seja, testemunhas: exprime uma implicação de toda a nossa pessoa e vida. Testemunhas de quem?: De Jesus-Deus”! Mais nada!

 

A-B: Testemunhas de um Homem-Deus, Ressuscitado e Vivo? Seremos capazes?

Jesus, havemos de ser conscientes e sabermos distinguir entre o que significa

ser “testemunha de uma Pessoa”, e o que é ser testemunha de outra realidade…

Por isso, é mesmo urgente, Jesus, que “recebamos essa força do Espírito Santo”

que Tu nos prometias através daqueles Teus primeiros discípulos…

Sim, Jesus, porque ‘o mundo hostil e agressivo’ que lhes predizias naquela altura

continua a estar presente nos nossos dias, como em todas as Idades…

Nós prometemos ser fiéis na transmissão do Teu “testemunho”: Cruz e Salvação! 

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net