
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo A – Domingo 15 do T. Comum)
“Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há de manifestar em nós (…) Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adoção filial e a libertação do nosso corpo”. (Rm 8 / 2ª L.).
Ao continuar a pregação do seu Evangelho, Paulo exorta às várias comunidades de Roma para nunca aceitarem as divisões e para construírem a unidade, mesmo no meio “dos sofrimentos do tempo presente”… Alguns daqueles cristãos – os de origem judaica – já tinham sido expulsos de Roma anteriormente pelo imperador Cláudio, e agora já estavam de regresso, mas sem terem conseguido ainda organizar-se… Num futuro, mais ou menos próximo, hão de vir as perseguições terríveis (a primeira, a de Nero), embora ainda não previsível no horizonte deles.
A – Neste mundo, o poder do Maligno sempre terá a capacidade de causar dor e sofrimento… Daí a tentativa de encontrar, através de todas as gerações, uma explicação para a existência do Mal…
B – Esta realidade, porém, da existência do Mal no mundo, ao que parece, não poderá ser imputada a outra causa que não seja a liberdade humana. Nisto, devemos estar todos de acordo!
A – Ou seja que, enquanto esta liberdade humana existir (e parece que o ser humano não quer suprimi-la ou renunciar a ela!) também não será possível suprimir o mal, a dor, o sofrimento…
B – Por conseguinte, todos «os sábios que, no mundo, existiram» (digamos, a gente normal que tem cabeça para pensar e coração para amar) seguiram e enriqueceram o «caminho da sabedoria»…
A – Será a estes “sábios” que se destinam aquelas enigmáticas palavras de Jesus, repetidas no Evangelho no meio das suas parábolas: «Quem tenha ouvidos para ouvir, oiça!»?
B – Esse “caminho de sabedoria” é-nos apresentado neste caso, por S. Paulo ao afirmar: “os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há de manifestar”…
A – É como dizer: Se é impossível mudares o que quer que seja, então, aprende a lidar com essa realidade e não pretendas sair dela ou lutar contra ela (como quem “dá coices contra o aguilhão”)…
B – E assim, Paulo continua a declarar: “Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós… que esperamos… a libertação…”.
A – Ou seja, está bem claro. Se as criaturas – não humanas – até elas, estão submetidas ao sofrimento das “dores da maternidade”, quanto mais haveremos nós de “gemer interiormente”!?…
B – Afinal, confirma-se aquele “princípio” generalizado: as dores e pesares são exigência do Amor. Ou, então: o amor demonstra-se! Aliás, como nos recorda, nestes tempos, aquele refrão juvenil, musicalizado: «O amor, para ser autêntico, tem que doer!».
A/B: É lei de vida, Senhor! Tu disseste que “ninguém pode ser superior ao seu mestre”.
Se o “tronco verde” é torturado e imolado, ao “seco” que lhe pode acontecer?…
Então, Senhor Jesus: só entenderemos o porquê do mal, e das suas consequências,
se conseguirmos abraçar-nos à Tua cruz para aprendermos a Tua lição de Amor…
Mesmo “possuindo nós as primícias do Espírito” – e até com mais razão por isso! –
temos de assumir “os gemidos interiores” para assim amar e sentirmo-nos amados…
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
10 Julho, 2020
«As dores da maternidade»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo A – Domingo 15 do T. Comum)
“Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há de manifestar em nós (…) Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adoção filial e a libertação do nosso corpo”. (Rm 8 / 2ª L.).
Ao continuar a pregação do seu Evangelho, Paulo exorta às várias comunidades de Roma para nunca aceitarem as divisões e para construírem a unidade, mesmo no meio “dos sofrimentos do tempo presente”… Alguns daqueles cristãos – os de origem judaica – já tinham sido expulsos de Roma anteriormente pelo imperador Cláudio, e agora já estavam de regresso, mas sem terem conseguido ainda organizar-se… Num futuro, mais ou menos próximo, hão de vir as perseguições terríveis (a primeira, a de Nero), embora ainda não previsível no horizonte deles.
A – Neste mundo, o poder do Maligno sempre terá a capacidade de causar dor e sofrimento… Daí a tentativa de encontrar, através de todas as gerações, uma explicação para a existência do Mal…
B – Esta realidade, porém, da existência do Mal no mundo, ao que parece, não poderá ser imputada a outra causa que não seja a liberdade humana. Nisto, devemos estar todos de acordo!
A – Ou seja que, enquanto esta liberdade humana existir (e parece que o ser humano não quer suprimi-la ou renunciar a ela!) também não será possível suprimir o mal, a dor, o sofrimento…
B – Por conseguinte, todos «os sábios que, no mundo, existiram» (digamos, a gente normal que tem cabeça para pensar e coração para amar) seguiram e enriqueceram o «caminho da sabedoria»…
A – Será a estes “sábios” que se destinam aquelas enigmáticas palavras de Jesus, repetidas no Evangelho no meio das suas parábolas: «Quem tenha ouvidos para ouvir, oiça!»?
B – Esse “caminho de sabedoria” é-nos apresentado neste caso, por S. Paulo ao afirmar: “os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há de manifestar”…
A – É como dizer: Se é impossível mudares o que quer que seja, então, aprende a lidar com essa realidade e não pretendas sair dela ou lutar contra ela (como quem “dá coices contra o aguilhão”)…
B – E assim, Paulo continua a declarar: “Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós… que esperamos… a libertação…”.
A – Ou seja, está bem claro. Se as criaturas – não humanas – até elas, estão submetidas ao sofrimento das “dores da maternidade”, quanto mais haveremos nós de “gemer interiormente”!?…
B – Afinal, confirma-se aquele “princípio” generalizado: as dores e pesares são exigência do Amor. Ou, então: o amor demonstra-se! Aliás, como nos recorda, nestes tempos, aquele refrão juvenil, musicalizado: «O amor, para ser autêntico, tem que doer!».
A/B: É lei de vida, Senhor! Tu disseste que “ninguém pode ser superior ao seu mestre”.
Se o “tronco verde” é torturado e imolado, ao “seco” que lhe pode acontecer?…
Então, Senhor Jesus: só entenderemos o porquê do mal, e das suas consequências,
se conseguirmos abraçar-nos à Tua cruz para aprendermos a Tua lição de Amor…
Mesmo “possuindo nós as primícias do Espírito” – e até com mais razão por isso! –
temos de assumir “os gemidos interiores” para assim amar e sentirmo-nos amados…
// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net