– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

( Ciclo B – Domingo da ASCENSÃO do Senhor)

 

“No decurso de uma refeição… aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?». Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra»”. (At 1,6-8 / 1ª L).

 

Duas chamadas de atenção acerca do texto escolhido: = Primeira, sabermos, observarmos, que este encontro (“refeição”) com Jesus tem lugar entre a Sua Ressurreição e Ascensão ao Céu; portanto, Ele age, nesta altura, como Ressuscitado e Glorioso, no meio de pessoas (discípulos) ainda em corpo mortal. = E, em segundo lugar, repararmos que o próprio texto é tirado do início do ‘2º livro’ de Lucas («Atos dos Apóstolos»), precisamente ao fazer a ligação – ‘magistral’ – com a parte final da sua ‘1ª obra’ («Evangelho»). Em todo o caso, neste autor, Lucas (que não era judeu mas convertido do paganismo na região de Antioquia e que professava a medicina) é de admirar e louvar, como “autor bíblico”, a sua cultura organizada, a sua perícia em história, e com um estilo muito próprio…

 

A – Vê-se logo que a cena decorre em jeito de despedidas… E constata-se, mais uma vez, que os discípulos continuam com “a sua ideia” acerca do «reino de Israel» e não com “a ideia de Jesus” sobre o “Reino de Deus”(!) – tantas vezes transmitida por Ele nos últimos três anos –. E atrevem-se a perguntar a Jesus.

B – A resposta de Jesus, além do mais, é como se lhes devolvesse a pergunta: «Porventura, não sois vós mesmos que deveis estabelecer (“restaurar”!) “o Reino de Deus” neste mundo?… Eu já fiz a minha parte!».

A – E não deixa de ser ‘perturbador’ que “os discípulos” (nós todos?) considerem(os?), de início, que as coisas devem ser realizadas por Jesuspor Deus (“Senhor, é agora que vais restaurar…?”).

B – Claro que Jesus começa por responder com uma ‘evasiva’ (“não vos compete”) mas logo a seguir esclarece: O que “vos compete”, isso sim, a partir de agora, é “serdes minhas testemunhas”!…

A – É evidente que, com esta resposta e explicitação, eles ficam a saber – e nós com eles – que “o Reino de Deus” é tão maravilhoso e abrangente que exige de nós uma colaboração e uma entrega total!…

B – Haverá, então, que ‘largar’ ideias erradas, falsas expetativas, acerca do tal «reino de Israel», e centrar-se no que significa “sermos testemunhas de Jesus”. Ou seja, testemunhas: exprime uma implicação de toda a nossa pessoa e vida. E testemunhas de quem?: De Jesus-Deus”! Nada menos!

 

A-BTestemunhas de um Homem-Deus, Ressuscitado e Vivo? Seremos capazes?

Olha, Jesus, deveremos ser conscientes e sabermos distinguir entre o que significa

ser testemunha de uma Pessoa” e o que é ser testemunha de uma simples realidade…

Por isso, é mesmo urgente, Jesus, que “recebamos essa força do Espírito Santo”

que Tu nos prometias – lembra-Te! – através daqueles Teus primeiros discípulos…

Sim, Jesus, porque ‘o mundo hostil e agressivo’ que lhes predizias naquela altura

continua a estar presente e a ser hostil nos nossos dias, como em todas as Idades…

Então, prometemos ser fiéis na transmissão do Teu “testemunho”: Cruz e Salvação! 

 

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