– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 31 do T. Comum)

 

“…Jesus respondeu (ao escriba): «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’…»”. (Mc 12,29-31 / 3ªL).

 

Ao refletirmos na Palavra de Deus [«Palavra de Amor, Palavra»] – ou orarmos com ela – resulta sempre interessante constatar como se ‘conjugam’ os dois Testamentos (AT e NT). No nosso texto de hoje, vemos isso com uma clareza fundamental, além de agradável e aliciante… Vê-se logo, que Jesus aproveita – em profundidade! – a ocasião que lhe brinda o diálogo com aquele escriba “inteligente” e sábio… «Shemá Yisrael» é o «grito» (Oração) repetido ‘infinitamente’ pelo povo judeu, já desde o AT até à atualidade (votos de louvor – já agora! – para este admirável povo!). Observemos, de passagem, que os dois livros do AT que são citados (Deuteronómio e Levítico) pertencem precisamente ao ‘Pentateuco’, isto é, à parte mais antiga e fundamental do AT.

 

A – É verdade. Ainda atualmente, todo o israelita piedoso, repete, várias vezes ao dia, a expressão-orante: «Escuta, Israel [‘chemá yisrael’]: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma… e com todas as tuas forças’».

B – O primeiro que nos ocorre é reconhecer e louvar o nosso Deus (sob a denominação de ‘Javé’ no AT) pelo facto de ter ‘inspirado’ esta Palavra, que ficou no Deuteronómio (Dt 6,4-5).

A – Ou seja, a resposta de Jesus ao escriba é a citação, à letra, deste texto do AT, o que é um modo perfeito de reconhecer a inspiração divina e a autoridade das Sagradas Escrituras, já na parte mais antiga.

B – A questão é que Jesus não se contenta com esse texto (que ficaria incompleto). E o que Ele faz é ‘rematar’ com um outro texto – pelos vistos bastante esquecido (!?) – e também do AT, no livro do Levítico: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» (Lv 19,18).

A – Quer dizer, da nossa parte não seriam precisos mais comentários… A não ser as próprias palavras do escriba, ao ficar gratamente assombrado e satisfeito com a resposta de Jesus.

B – Exatamente. Pois aquele ‘escriba sábio’ acrescentou, diríamos por sua conta e risco“«Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes … (“isso”vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios»”. Claro que Jesus, por sua vez, também ficou “admirado”!

A – Então, ficaremos com este louvor de Jesus ao escriba (que é ao mesmo tempo uma constatação) por aquela resposta “inteligente”: «Tu não estás longe do Reino de Deus».

 

A/BDeus e Senhor nosso – «Javé», para os nossos antepassados na fé –

perdoa-nos que sejamos tão incapazes de entender, ou pelo menos de aceitar,

linguagem fundamental do Amor que Tu nos quiseste revelar desde antigo!…

E sentimos vergonha pelo facto de termos que amar “por mandato” (“Amarás”),

como se fosse “obrigatório amar”, e não nascesse essa necessidade de Amor

na mesma essência de nós, mais ainda do que o ‘instinto de respirar’…

Queremos, isso sim, Senhor, prometer que, desde agora e para sempre,

tentaremos unir, vitalmente, o Amor do próximo e o Amor Teu!

 

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