– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo B – Domingo 32 do T. Comum)

 

“«…Vim apanhar dois cavacos de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho. Depois comeremos e esperaremos a morte». Elias disse-lhe: «Não temas; volta e faz como disseste. Mas primeiro coze um pãozinho e traz-mo aqui. Depois prepararás o resto para ti e teu filho. Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘Não se esgotará a panela da farinha, nem se esvaziará a almotolia do azeite…»”. (1 Rs 17,12-14 / 1ªL).

 

Podíamos dizer que o assunto dos “órfãos e as viúvas” é tema “recorrente” na Sagrada Escritura, já desde os tempos mais remotos… Vemos que sempre aparece clara essa “preocupação” de Deus por todos aqueles ‘seres’ (principalmente os humanos!) mais frágeis, pobres e desamparados… Há quem fale de obsessão divina – no melhor sentido do termo –. Também é constatável que, na própria natureza humana, está como que inserido um ‘germe’ de ‘compaixão e comoção’ perante aquilo que é débil, fraco, desgraçado…

 

A – E verifica-se, com certa frequência, o facto de, essas “entranhas de misericórdia” de Deus, serem como que projetadas e refletidas, naturalmente, nos corações de outros “humanos”…

B – Neste caso, o “humano” é o profeta Elias (considerado, historicamente, como o profeta mais antigo), que é confrontado com duas necessidades: a sua e a daquela viúva de Sarepta de Sidónia…

A – Coisa curiosa, que Elias seja enviado, pela inspiração de Deus, a uma terra estrangeira e a uma viúva pagã e pobre, e não do povo de Israel (como salientou Jesus en certa altura / cf. Lc 4,26).

B – Vemos o homem Elias – sofrendo grave necessidade – a confiar na providência do Deus Bondoso e no poder da Palavra que lhe vai conduzindo… Está certo que virá no seu auxílio, se for preciso!

A – Acontece, porém, que a pessoa a quem Deus lhe envia, naquela altura, não é menos carenciada do que ele. Aquela mulher tinha apenas “um punhado de farinha na panela e um pouco de azeite na almotolia, para ela e o seu filho” (‘órfão’, claro).

B – Será que Elias vai encontrar aqui alguma ajuda ou conforto?… Só perseverando naquela firme confiança na bondade e poder de Deus é que “nem se esgotará a panela da farinha nem se esvaziará a almotolia do azeite” até ficarem satisfeitas as suas – comuns – necessidades!

A – Um Outro “humano” (“filho do homem”) Jesus de Nazaré – em Quem se projetam e refletem as “entranhas de misericórdia” do Pai Deus em sumo grau! – defendeu sempre as viúvas (e órfãos)…

B – Não fosse então o exemplo, no Evangelho de hoje, onde Jesus põe as viúvas como exemplo de generosidade: “Apesar da sua pobreza e penúria, ela ofereceu tudo o que tinha para viver”! (Mc 12 / 3ª L).

 

A/BÉ verdade, Senhor, que lamentamos as nossas necessidades e limitações,

e não temos problema em suplicar – pelos Teus Santos – a ajuda que precisamos…

Mas, custa-nos escutar e seguir a Tua Palavra, que nos envia para a ‘missão’;

e esquecemos que só serão satisfeitas as nossas necessidades e carências

se formos fiéis e dóceis a essa Palavra que nos conduz e que é capaz, como se vê,

de, para nos alimentar“ordenar à viúva pobre” ou até, de “ordenar aos corvos”…

Louvor e glória, Senhor! O Teu Amor omnipotente, sempre está connosco!

 

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