– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 20 do Tempo Comum)  

  

“Irmãos: …Corramos com perseverança para o combate que se apresenta diante de nós, fixando os olhos em Jesus… Ele abraçou a cruz… Pensai n’Ele, que suportou contra Si tão grande hostilidade… para não vos deixardes abater pelo desânimo. Vós ainda não resististes até ao sangue, na luta contra o pecado”. (Hb 12,1-4 / 2ªL.)

 

No “Documento” – Livro Bíblico – intitulado “Carta aos Hebreus”, o autor (desconhecido), revela, para além do mais, uma característica pessoal importante e atraente: a sua paixão, o seu Amor, pela pessoa de Jesus de Nazaré, Messias Filho de Deus, Salvador do mundo. Isto será verdade, não apenas para todo o cristão, mas até para muitos judeus (‘hebreus’) de boa vontade, a quem se considera – segundo parece – ‘destinatários’ da Carta. [Esclareçamos que, embora no se encontre no texto nenhuma referência aos ‘hebreus’ como destinatários… no sentir dos biblistas, admite-se que «fosse dirigida a judeo-cristãos, saudosos do culto judaico que antes praticavam». Aliás, «o título parece justificar-se ainda mais, se tivermos em conta o conteúdo da Carta, pois ela pressupõe leitores bem conhecedores do culto e da liturgia judaica»]. O nosso texto escolhido hoje, pertence já à última parte, e é como que a aplicação – a todos e a cada um de nós – das consequências vitais deste Modelo, Cristo Homem-Deus, o único Sumo-Sacerdote universal. E, desde logo, este, como todos os Escritos do NT, reflete uma situação de ‘conflito e perseguição’ dos cristãos, por serem seguidores e discípulos de Cristo.

 

A – Na verdade, os cristãos de hoje – e não só – somos tão ‘afortunados’(!) como ‘aqueles’, nesta questão de perseguições e “combate que se apresenta diante de nós”

B – Basta olhar para o nosso mundo, onde parecem estar na moda ‘as perseguições religiosas’… e não apenas, como sabemos, contra a religião cristã e católica… Assim foi, é e será! É ‘lei de vida’!

A – Acontece – não é verdade? – que geralmente vemos estes conflitos e perigos como longe de nós e alheios à nossa vida do dia a dia. Se formos sinceros, admitiremos que isto é lamentável!

B – Teríamos de ser solidários ‘com todos os irmãos’ – e somo-lo todos, como filhos do mesmo Pai Deus! –. Porém, aqueles que, como nós, professam a mesma ‘fé, esperança e amor’, e estão a sofrer (por estes tempos) perseguição e morte violenta, deveriam ser ‘os primeiros’ para nós!

A – Não aconteça que os tais conflitos, ou outros, se aproximem de nós e nos atinjam de modo mais direto… e, então, quê!? – Deveríamos ter aprendido e experimentado aquela solidariedade!

B – Talvez seja este o sentido das palavras do texto “corramos com perseverança para o combate que se apresenta”… Pensemos que aqueles ‘destinatários’ da carta ainda não estavam imersos diretamente nas perseguições cruentas e sanguinárias, mas deveriam aprender e ‘mentalizar-se’!

A – O que fica bem patente no texto é que, em todo o caso, devemos “fixar os olhos em Jesus… pois Ele abraçou a cruz… E pensar n’Ele, que suportou contra Si tão grande hostilidade… para não nos deixarmos abater pelo desânimo”. E nunca esqueçamos: Cristo vai sempre diante de nós!

B – A nossa vida poderá ser difícil, árdua, complicada, mas… “ainda não resistimos até ao sangue”!

                         

A-B: Certamente, Jesus: Ainda estamos longe de sofrer, padecer e morrer como Tu!

Ajuda-nos, porém, a “fixarmos os olhos em Ti”: Amigo, Modelo, ‘Sumo-Sacerdote’.

Que “nunca nos deixemos abater pelo desânimo ao abraçarmos a nossa cruz”

E lembremos, Jesus, que “Deus corrige os que ama… e prova a todo aquele

que reconhece como filho; e é para a nossa correção que sofremos” (Hb 12,6 e Pr 3).

  

 

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