– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 32 do Tempo Comum)  

    

“Aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura… já não podem morrer… pois nasceram da ressurreição e são filhos de Deus. E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’. Então, não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Deus todos estão vivos»”. (Lc 20,35-38 / 3ª L.).

                                                                                    

Como recordarão alguns – no esquema que ‘se traça Lucas’ para o seu Evangelho – estamos agora na ‘breve etapa’ (pouco mais de dois capítulos) de permanência de Jesus em Jerusalém, uma vez chegado à capital, após aquela longa etapa de ‘subida a Jerusalém’. E esta última fase, antes da Sua “paixão, morte e ressurreição”, tem lugar no templo: e é conhecida como «Ministério de Jesus em Jerusalém». Cristo Jesus, “o Messias”, apresenta-Se-nos, nesta situação, rodeado e enfrentado aos seus principais inimigos… Lembremos que, previamente: a)- tinha entrado “triunfalmente” (!) em Jerusalém; b)- ao Se aproximar da Cidade tinha “chorado sobre ela”; e, c)- ao entrar no templo, tinha “expulso os vendilhões e ladrões”, o que se conhece como ‘a purificação do templo’. Depois de algumas controvérsias e provocações da parte dos seus piores inimigos, apresenta-lhes a dura «parábola dos vinhateiros homicidas», na qual eles reconhecem-se claramente ‘retratados’… Até que aparece o tema da “ressurreição dos mortos”, donde é tomado o nosso texto para esta reflexão.

 

A – Notemos que Jesus aproveita a ‘ridícula suposição deles’ (a mulher que casou sucessivamente com sete maridos) para deitar por terra o seu ‘frágil raciocínio’ e aprofundar o tema: Vida ‘vs’ morte!

B – Antes de mais, Jesus declara que nem todos – por própria e livre opção! – “serão achados dignos de tomar parte na vida futura”. Não esqueçamos que Deus respeitará sempre a liberdade!

A – Porém, quanto aos que ressuscitarão para essa vida futura, esses “já não podem morrer, pois nasceram da ressurreição, e são filhos de Deus”: e “já não têm sentido os casamentos” entre eles …

B – Para introduzir o assunto essencial da “Vida” e do “Deus da Vida”, Jesus traz, como fundamento, a autoridade das Escrituras (Ex 3,6), «quando chama ao Senhor “o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob”». Desde aqui, os seus ‘inquiridores’ ficarão mudos e sem qualquer ‘contestação’!

A – Fica, então, bem claro, diáfano e patente que: se esses ‘três Antepassados’ – Abraão, Isaac e Jacob – os mais importantes para os judeus, são associados à transcendência de Deus, é porque os tais três personagens não ficaram aniquilados com a morte, mas continuam “vivos”… Será assim!?

B – A solução parece vir através deste género de ‘silogismo’ (que Jesus pressupõe): a{se o Senhor é “Deus de vivos”}; b{e esses três indivíduos estão com Ele}; c{então, eles não podem estar mortos}!

A – Mas Jesus – como só Ele pode fazê-lo! – conclui a Sua ‘lógica humano-divina’ com esta afirmação da máxima autoridade e da suma omnipotência: “Para Deus todos estão vivos”!

 

A-B: Longe de nós, Jesus, aderirmos ao bando dos Teus inimigos incrédulos

doutores da lei, sumos sacerdotes e ‘saduceus’ que não creem na ressurreição –.

Ajuda-nos, Jesus, para superarmos a simples razão lógica (ainda que também sirva)

e, contando com o “dom da fé” que Tu infundes em nós desde o Batismo,

sejamos capazes de “acreditar” firmemente na Ressurreição e na Vida futura.

Que nunca nos deixemos vencer por qualquer dúvida acerca desta Verdade;

mas, antes, confiemos sempre no bom Deus e Pai, que só é “Deus de vivos”!

 

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