11.A3 – 3 Dom. Quar.  /  “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico

 

«PASSAR… do PRESENTE para o TRANSCENDENTE (!)»

O povo hebreu – como qualquer povo humano nessa situação(!) – não foi capaz de superar aquela ou aquelas dificuldades… Compreende-se que “os filhos de Abraão”, apesar de ter sido libertados da escravidão no Egito – e terem consciência do seu estatuto de «povo eleito de Javé» – cedessem àquelas carências materiais imediatas, especialmente duras, naquele deserto… Todavia, já não se compreende tanto que se deixassem absorver e dominar sobremaneira por essa situação, rebelando-se contra Moisés… e chegando até a pôr à prova o próprio Deus, “tentando-O” com esta atrevida exigência: “O Senhor está ou não no meio de nós?”(1ª L.). Mesmo assim, qualquer outro ‘povo’ (o ‘nosso’ também) teria agido de igual ou semelhante maneira. Isto significa, para todos nós, humanos, que estamos agarrados, naturalmente, às coisas materiais, imediatas, ficando por aí, sem dar o passo para o espiritual.

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»»   “O Senhor disse a Moisés, no monte Horeb: «…Baterás no rochedo e dele sairá água; então o povo poderá beber»… E chamou àquele lugar Massá e Meribá(*), por causa da altercação dos filhos de Israel e por terem tentado o Senhor, ao dizerem: «O Senhor está ou não no meio de nós?»”. (Ex / 1ªL)   [ (*)- ‘massá’ e ‘meribá’ = prova, disputa, conflito, ‘tentação’… ]

»»   “…«Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede. Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede. (…) Os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade… Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-l’O em espírito e verdade». (…) Ele respondeu-lhes: «Eu tenho um alimento para comer que vós não conheceis… O meu alimento é fazer a vontade d’Aquele que Me enviou…»”.(Jo / 3ªL)  

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Teria de vir o próprio Filho de Deus, Jesus, o Salvador, para nos iluminar e ajudar a ultrapassar “a matéria e o imediato” e fazer essa ‘passagem’ para o espírito e o sobrenatural… Como aquela ‘boa mulher’ da Samaria (‘transformada’ pelo “mesmo Messias”) teremos de aprender, de Jesus e com Jesus, que existe uma “outra água”, para além da daquele “poço de Jacob”, que tem a virtude de saciar a sede (“uma outra sede”) de uma vez por todas (3ª L.)… E, por falar em sede e em fome: também existe um outro alimento (muito diferente daquele que “os discípulos tinham comprado na Samaria”) do qual Jesus se alimenta, que não conheciam eles, e consistia em “fazer a vontade do Pai que Lhe enviou e realizar a sua obra” (3ª L.)Ou então, aquela ‘dimensão’ importante (falando “no templo e nos templos”, que ficarão também ultrapassados!) porque “os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, pois Deus é espírito e os seus adoradores devem adorá-l’O em espírito e verdade” (3ª L.).      

 

[ De «Outras Invocações e/ou Títulos» de Nossa Senhora: ]

+ “Nossa Senhora da Libertação; Senhora da Fonte de Água-Viva;

[ Senhora da Transfiguração; Senhora da Transcendência ]… nossa Mãe:

No hoje dos humanos, é difícil, às vezes, ‘passar’ do material para o espiritual.

Tu conheces-nos bem, Mãe, Senhora da Transcendência e da Transfiguração,

e sabes que não é fácil para nós – presos ao imediato e tangível do mundo –

fazer a ‘descolagem’ (da falsa segurança deste solo) para o transcendente.

E porque precisamos da “água viva” de Jesus, Tu que és a Fonte da Água-Viva, acompanha-nos, por este deserto de secura até à Liberdade, Mãe da Libertação!  

                

 

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