— 15.A3 – PÁSCOA da RESSURREIÇÃO (1º de P.)  /  “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico —

 

«“O AQUÉM” e “O ALÉM”…  podem ‘INTER-COMUNICAR’(!?)»

É interessante constatar – no espaço de tempo que vai da Ressurreição de Jesus até a sua Ascensão ao Céu (~40 dias) – várias “situações” em que ‘se confundem’, por exemplo, tempos ou lugares; ou então, num primeiro momento, não se reconhece a própria Pessoa de Jesus… Coisas deste género são devidas – como já ficou dito mais do que uma vez – ao facto de estarmos em contato ou na presença de alguém que “saiu” das coordenadas ‘espácio-temporais’ e está já situado numa “outra dimensão”. É o caso de Jesus Ressuscitado, no evento que agora refletimos… E é fácil comprová-lo se aprofundarmos e refletirmos com atenção. Observamos, antes de mais, que, curiosamente, umas pessoas não podem ver Jesus mas outras sim (“não a todo o povo mas sim às testemunhas designadas por Deus”-(At 10 /1ªL); porque, naturalmente, aos seres em estado mortal e material é-lhes ‘impossível’ relacionarem-se –“visível e/ou tangivelmente”– com seres em estado imortal e espiritual… a não ser com a intervenção ou permissão pontual de Deus (Jesus). Também é impossível que realize “ações naturais” (comer ou beber, por exemplo) um ser ressuscitado, como sucedeu com Jesus, se não fosse através dum ‘milagre’ (“nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado”, diz Pedro). E existem outros fenômenos interessantes – que acontecem nestas situações em que ‘con-vivem’ seres que se encontram num “estado” (‘material’) com seres que se encontram no outro (‘espiritual’). “Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura…”(Jo 20 /3ªL). E ele próprio, o Evangelista João, inclui-se nesse grupo; sim, também ele (!) “o discípulo amado” de Jesus…

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»»   “Deus ressuscitou Jesus ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado”.( At 10 / 1ªL – palavras de –).

»»   “Maria Madalena… foi dizer aos discípulos: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram»… Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos”.(Jo 20 / 3ªL) … [ E logo a seguir – neste mesmo capítulo 20 – mas já não incluído nesta 3ªL ]: …Ela, voltando-se para trás viu Jesus, de pé, mas não sabia que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o hortelão, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo». Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni! (ou seja: «Meu Mestre!»)”.(Jo 20,14-16).

»»   “Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho da aldeia de Emaús… Jesus aproximou-Se e continuou com eles pelo caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem”. [ Lc 24 /3ªL. da Eucaristia da Tarde ].

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E nós deduzimos: Se eles – os mais próximos, João e os outros – reconhecem “não haver entendido”, apesar de terem ouvido várias vezes ao seu Mestre repetir esses textos proféticos do AT acerca da Sua morte e ressurreição (antes de a Paixão ter acontecido)… muito mais considera-se ‘normal’ que sucedam estes tipos de reações (de ‘incredulidade’) entre pessoas ‘menos próximas’ de Jesus!(?)… Constata-se que várias pessoas não ‘reconhecem’ Jesus no seu primeiro encontro com ‘Ele Ressuscitado’. É o caso da própria Maria Madalena que O confunde com “o encarregado do horto”; ou então, aqueles dois ‘discípulos de Emaús’ que também não reconhecem Jesus ressuscitado, no evento daquela conversa com Ele a caminho de Emaús, “porque – diz o texto – os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem”(!?)… Bem, no meio disto, uma conclusão parece impor-se: Enquanto percorremos este ‘caminho’ – da nossa vida espácio-temporal – (tal como os de Emaús) não podemos pretender “compreender” o que é “transcendente”(!), o que nos ultrapassa… até que chegue, claro, “o partir do Pão” (da “Outra Dimensão”)! Alguém – como São Paulo – que quis saber e ‘ver’(?) como seria o Invisível, conseguiu apenas ‘expressar-se’ deste modo: “Não sei se no corpo ou se fora do corpo, Deus o sabe, esse tal foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, que o ser humano não é capaz de exprimir”.(2Cor 12). E noutra parte, ‘arredonda’: “Nem olho viu nem ouvido ouviu, nem mente humana imaginou o que Deus tem preparado para os que O amam”.(1Cor 2)… Ou seja, não vale a pena insistir!…  Portanto, «O Além e o Aquém serão ‘INTER-COMUNICÁVEIS’»(?)…

[ Lembremos a «Metamorfose» dos Insetos(‘Lepidópteros’): Será que a ‘Lagarta’(-Larva-), antes de passar pela ‘fase’ de ‘Casulo’(-Crisálida-)[ou seja a “MORTE”], poderá “comunicar”(!) com a ‘Borboleta’(-Imago-)? ] …  ALELUIA!  ALELUIA!  ALELUIA!

 

 

[ De «Outras Invocações e/ou Títulos» de Nossa Senhora: ]

+ “Nossa Senhora da Ressurreição; Senhora da Transcendência;

Senhora da Paixão; Senhora da Morte de Cruz… nossa Mãe:

É verdade, Mãe, que primeiro está a “paixão e morte” dos humanos – nesta vida –

para, depois, vir a Ressurreição e a Outra Vida, ó ‘Senhora da Ressurreição’!

Então, para nos parecermos mais com Jesus, em tudo, também na Ressurreição,

temos de aprender a viver a paixão, a cruz e a morte, nesta nossa vida mortal.

Para isso, Mãe, precisamos de Ti, ‘Senhora da Paixão’ e ‘da Morte de Cruz’:

acompanha-nos neste Caminho para o “Além”, ó ‘Senhora da Transcendência’!

 

  

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net