16.A3 – Domingo 2 de Páscoa /  “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico

 

«Aquele primeiro ‘AMOR COMUNITÁRIO’(!)»

A “vida” daqueles primeiros discípulos (ainda em Jerusalém e em volta do templo) era já uma “vida -cristã- comunitária” exemplar, modelo para todos. E embora eles não fossem muito conscientes, isso era fruto, não apenas da ação do Espírito do Senhor Jesus Ressuscitado, mas por se sentirem envolvidos pela “grande misericórdia do Pai” (como escreverá anos mais tarde Pedro /1Pe-2ªL). E foi este Papa Francisco – por ocasião do «Jubileu da Misericórdia» (‘Ano 2015’) – quem resolveu ‘considerar’ este domingo (Segundo de Páscoa) como o “Domingo da Misericórdia”. A Palavra do domingo (tanto neste Ciclo A, como no B ou no C) sempre tem ‘algo’ a dizer de importante sobre o tema: neste caso é na 2ª Leitura (da 1ª Carta de Pedro) como, aliás, estamos a ver. Ele escreve, mais exatamente: “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo”… Afinal, tudo está envolvido e penetrado pela Misericórdia do Pai (Pai de Jesus e nosso) pois o mesmo Filho revelou-nos esta verdade, ao ensinar-nos a dizer e rezar: «Pai nosso». Então, por sermos «filhos» somos todos «irmãos». É normal que aprendêssemos a viver em “comunidades fraternas” já desde os mesmos inícios da Igreja, como se descreve nos ‘Atos dos Apóstolos’: “Viviam unidos… em comunhão fraterna”. Mais ainda, os próprios Atos especificam: “Os irmãos eram assíduos: ao ensino dos Apóstolos, à fração do pão (partiam o pão em suas casas) às orações (frequentavam o templo) e à comunhão fraterna (tinham tudo em comum)”.(At 2 / 1ªL).

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»»   “Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações… Viviam unidos e tinham tudo em comum… Todos os dias frequentavam o templo… e partiam o pão em suas casas”.( At 2 / 1ªL).

»»   “Bendito seja Deus, Pai de N. S. Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo… Isto vos enche de alegria, embora seja preciso, por pouco tempo, passar por provações, para pôr à prova a vossa fé”.(1Pe 1 / 2ªL).

»»   “Disseram a Tomé os outros…: «Vimos o Senhor». Mas ele disse-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei… Disse-lhe Jesus: «Não sejas incrédulo mas crente»…”.(Jo 20 /3ªL)

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Aliás, o ‘Título’ poderia ser (?): «‘Aquele… amor comunitário’, pela Misericórdia de Deus!».

Pois esta Misericórdia Divina, “que nos fez renascer pela ressurreição de Jesus Cristo”, há de continuar a envolver-nos sempre, para nos transmitir segurança e confiança: -1- no meio das nossas lutas (com a Sua ‘força confiante’), -2- e nas nossas quedas e pecados (com o Seu ‘perdão misericordioso incondicional’)… Sim, porque é isto que Pedro acrescenta na sua Carta: “Esta ressurreição de Cristo nos enche de alegria, embora seja preciso, por pouco tempo, passar por provações, para pôr à prova a nossa fé” (1Pe-2ªL). Lá está, «nada que signifique amor é possível sem cruz»… E no episódio de Tomé (‘o apóstolo incrédulo’) ficam bem patentes, porém, as duas realidades que tentamos aprofundar na reflexão de hoje: o valor da “comunidade fraterna” e a necessidade da “misericórdia divina”. A falha (pecado) de Tomé foi o facto de não querer acreditar na palavra que lhe transmitiu a ‘sua comunidade’ (“…Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não pôr o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei”). Isto, para Jesus, era mais grave que o facto de duvidar da Sua própria ressurreição (!). Quando lhe diz “não sejas incrédulo…” estava referindo-se a não ter dado crédito aos ‘irmãos do seu grupo comunitário’. E aí, Jesus – que era a fiel imagem da misericórdia do Pai – demonstrou a Tomé a Sua paciência, compreensão e perdão misericordioso: “«…E não sejas incrédulo, mas crente… Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto!»”.(Jo 20 / 3ªL).

 

[ De «Outras Invocações e/ou Títulos» de Nossa Senhora: ]

+ “Nossa Senhora da Misericórdia; Senhora da Comunidade;

Senhora da Fê; Senhora do Sim; Senhora da Fidelidade)… nossa Mãe:

Queremos sentir, Mãe, em todo o momento da nossa vida,

que a Misericórdia do Pai Deus nos acompanha e ‘nos envolve’.

Às vezes custa-nos Acreditar, ou sermos Fiéis, ou dizermos Sim

Tu estarás sempre connosco, ‘Senhora do Sim, e da Fê, e da Fidelidade’.

Tu, ‘Mãe da Comunidade’, hás de nos acompanhar na nossa ‘vida de comunhão’.

Mas se chegar a ‘falhar a nossa fê’ – entre nós e na tua misericórdia maternal –,

então, ‘Senhora da Misericórdia’, alcança-nos, do Deus Pai-Mãe, o Perdão!  

  

// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net