
— 47.A3 – Domingo.24.Comum / “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico —
«SUPERAR TODA A LÓGICA!»
Ao contrário do que alguns possam pensar, a Palavra de Deus (a Bíblia) não é um conjunto de verdades, afirmações, relatos, apanhados, etc., perfeitamente desordenados e desconexos… Nada mais longe da verdade. Pois embora, à primeira vista, possa parecer isso, basta pensar e refletir com alguma atenção e interesse para descobrir a sua congruência interna e a sua lógica coerente. Não admira que isto constitua um dos argumentos de maior peso a favor da “inspiração divina” das Escrituras e, portanto, da chamada ‘ inerrância bíblica’ (= que não pode errar em questões de fé)… Vejamos, então, se a Palavra de hoje (nas Leituras) projeta, ou não, alguma luz sobre esta constatação que comentamos. O autor do livro de Bem Sira (Sr 28 / 1ªL) parece ter bem claro que, na vida do espírito, ou na dimensão transcendente – mesmo desde a sua componente humana – as nossas relações devem partir de uma base lógica. O “texto” não pode ser mais expressivo e ‘contundente’: “Um homem guarda rancor contra outro, e pede a Deus que o cure? Não tem compaixão do seu semelhante e pede perdão para os seus próprios pecados?”. (E repare-se que é um texto do AT, ou seja, do tempo anterior à vinda de Cristo)… É evidente então, que as nossas relações humanas devem estar pautadas por um fundamento lógico. E, a partir daí, virá todo o resto.
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»» “Perdoa a ofensa do teu próximo e, quando o pedires, as tuas ofensas serão perdoadas. Um homem guarda rancor contra outro e pede a Deus que o cure? Não tem compaixão do seu semelhante e pede perdão para os seus próprios pecados?”.(Sr 28 / 1ªL)
»» “Irmãos: Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo. Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, para o Senhor morremos… É verdade: Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos vivos e dos mortos”.(Rm 14 / 2ªL)
»» “«‘Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro como eu tive compaixão de ti?’. E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos… Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração»”.(Mt 18 / 3ªL)
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O apóstolo Paulo – que nisto do “raciocínio lógico” é ‘mestre’ nas suas Cartas – escreve assim de explícito e conciso: “Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, para o Senhor morremos”. Ou seja que “na vida e na morte somos do Senhor”. Mas, afinal, isto porquê? Pois para Paulo é muito simples – e continua na linha da lógica – : Porque “Cristo morreu e logo ressuscitou para ser o Senhor dos vivos e dos mortos”.(Rm 14 / 2ªL)… Bem. Mas é sobretudo o próprio Jesus que demonstrou – por palavras e por obras! – a lógica mais coerente e radical… Neste caso, põe (‘inventa’) uma ‘parábola’, que parece ultrapassar toda a lógica (exatamente dentro da sua coerência desconcertante). É a parábola daquele ‘senhor’ que, tendo perdoado a um seu servo uma dívida astronómica (descomunal), este mesmo servo não quer perdoar a um dos seus companheiros que lhe devia uma quantidade irrisória(!), se comparada com a dívida dele. E esse ‘tal senhor’ não pode perdoar àquele “servo mau”… Claro que Jesus – com toda a intenção – ‘carrega as tintas’ nesta diferença entre ‘dívidas’, para que fique bem clara a abismal ‘distância’ entre a Bondade infinita do Pai celeste e a mesquinhez humana (*). Isto, para concluir Ele próprio a parábola com esta “moral” (que não pode ser mais lógica): “Assim procederá meu Pai celeste convosco, se cada um de vós não perdoar seu irmão de todo o coração”(Mt 18 / 3ªL).
(*)- Como curiosidade: A dívida que o seu senhor lhe tinha perdoado era da ordem de: seiscentas mil vezes maior que a dívida do seu companheiro a quem ele não quis perdoar! [Isto é: ‘10.000 talentos’ = 600.000 x ‘100 denários’].
[ De «Outras Invocações e/ou Títulos (“Piropos”?)» de Nossa Senhora: ]
+ Senhora Virgem Clemente; Senhora e Mãe da Misericórdia;
Senhora da Graça e Senhora da Altagraça; … nossa Mãe:
Sabemos, Mãe, que ‘graça’ é dom, mas também é estado “de gratidão”.
Mas Tu, ‘Senhora da Graça’ e ‘da Altagraça’, serás quem melhor nos revele
e aconselhe nos segredos de: “viver em Graça” e “viver em Gratidão” sempre.
E para sermos coerentes e gratos – na “lógica de Deus” que é a Misericórdia –
deveremos aprender a estarmos sempre atentos e a sermos sempre sensíveis:
quer ao perdão que nós mesmos devemos pedir a alguém, ó ‘Virgem Clemente’,
quer ao perdão que possam pedir-nos a nós, ó ‘Senhora e Mãe da Misericórdia’!
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
17 Setembro, 2023
«SUPERAR TODA A LÓGICA!»
Luis López A Palavra REFLETIDA
— 47.A3 – Domingo.24.Comum / “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico —
«SUPERAR TODA A LÓGICA!»
Ao contrário do que alguns possam pensar, a Palavra de Deus (a Bíblia) não é um conjunto de verdades, afirmações, relatos, apanhados, etc., perfeitamente desordenados e desconexos… Nada mais longe da verdade. Pois embora, à primeira vista, possa parecer isso, basta pensar e refletir com alguma atenção e interesse para descobrir a sua congruência interna e a sua lógica coerente. Não admira que isto constitua um dos argumentos de maior peso a favor da “inspiração divina” das Escrituras e, portanto, da chamada ‘ inerrância bíblica’ (= que não pode errar em questões de fé)… Vejamos, então, se a Palavra de hoje (nas Leituras) projeta, ou não, alguma luz sobre esta constatação que comentamos. O autor do livro de Bem Sira (Sr 28 / 1ªL) parece ter bem claro que, na vida do espírito, ou na dimensão transcendente – mesmo desde a sua componente humana – as nossas relações devem partir de uma base lógica. O “texto” não pode ser mais expressivo e ‘contundente’: “Um homem guarda rancor contra outro, e pede a Deus que o cure? Não tem compaixão do seu semelhante e pede perdão para os seus próprios pecados?”. (E repare-se que é um texto do AT, ou seja, do tempo anterior à vinda de Cristo)… É evidente então, que as nossas relações humanas devem estar pautadas por um fundamento lógico. E, a partir daí, virá todo o resto.
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»» “Perdoa a ofensa do teu próximo e, quando o pedires, as tuas ofensas serão perdoadas. Um homem guarda rancor contra outro e pede a Deus que o cure? Não tem compaixão do seu semelhante e pede perdão para os seus próprios pecados?”.(Sr 28 / 1ªL)
»» “Irmãos: Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo. Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, para o Senhor morremos… É verdade: Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos vivos e dos mortos”.(Rm 14 / 2ªL)
»» “«‘Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro como eu tive compaixão de ti?’. E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos… Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração»”.(Mt 18 / 3ªL)
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O apóstolo Paulo – que nisto do “raciocínio lógico” é ‘mestre’ nas suas Cartas – escreve assim de explícito e conciso: “Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, para o Senhor morremos”. Ou seja que “na vida e na morte somos do Senhor”. Mas, afinal, isto porquê? Pois para Paulo é muito simples – e continua na linha da lógica – : Porque “Cristo morreu e logo ressuscitou para ser o Senhor dos vivos e dos mortos”.(Rm 14 / 2ªL)… Bem. Mas é sobretudo o próprio Jesus que demonstrou – por palavras e por obras! – a lógica mais coerente e radical… Neste caso, põe (‘inventa’) uma ‘parábola’, que parece ultrapassar toda a lógica (exatamente dentro da sua coerência desconcertante). É a parábola daquele ‘senhor’ que, tendo perdoado a um seu servo uma dívida astronómica (descomunal), este mesmo servo não quer perdoar a um dos seus companheiros que lhe devia uma quantidade irrisória(!), se comparada com a dívida dele. E esse ‘tal senhor’ não pode perdoar àquele “servo mau”… Claro que Jesus – com toda a intenção – ‘carrega as tintas’ nesta diferença entre ‘dívidas’, para que fique bem clara a abismal ‘distância’ entre a Bondade infinita do Pai celeste e a mesquinhez humana (*). Isto, para concluir Ele próprio a parábola com esta “moral” (que não pode ser mais lógica): “Assim procederá meu Pai celeste convosco, se cada um de vós não perdoar seu irmão de todo o coração”(Mt 18 / 3ªL).
(*)- Como curiosidade: A dívida que o seu senhor lhe tinha perdoado era da ordem de: seiscentas mil vezes maior que a dívida do seu companheiro a quem ele não quis perdoar! [Isto é: ‘10.000 talentos’ = 600.000 x ‘100 denários’].
[ De «Outras Invocações e/ou Títulos (“Piropos”?)» de Nossa Senhora: ]
+ Senhora Virgem Clemente; Senhora e Mãe da Misericórdia;
Senhora da Graça e Senhora da Altagraça; … nossa Mãe:
Sabemos, Mãe, que ‘graça’ é dom, mas também é estado “de gratidão”.
Mas Tu, ‘Senhora da Graça’ e ‘da Altagraça’, serás quem melhor nos revele
e aconselhe nos segredos de: “viver em Graça” e “viver em Gratidão” sempre.
E para sermos coerentes e gratos – na “lógica de Deus” que é a Misericórdia –
deveremos aprender a estarmos sempre atentos e a sermos sempre sensíveis:
quer ao perdão que nós mesmos devemos pedir a alguém, ó ‘Virgem Clemente’,
quer ao perdão que possam pedir-nos a nós, ó ‘Senhora e Mãe da Misericórdia’!
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net