Mt 22,16.21: “«Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes aceção de pessoas… Disse-lhes Jesus: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus»”. // Is 45,1.4-5: “Assim fala o Senhor a Ciro, seu ungido, a quem tomou pela mão direita…: Eu te chamei pelo teu nome e te dei um título glorioso, quando ainda não Me conhecias. Eu sou o Senhor e não há outro; fora de Mim não há Deus”. // 1Ts 1,2-3: “Damos graças a Deus por todos vós, ao fazermos menção de vós nas nossas orações. Recordamos a atividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, na presença de Deus, nosso Pai.”.

 

D – «EU TE CHAMEI PELO TEU NOME E TE EXALTEI, QUANDO AINDA NÃO ME CONHECIAS. EU SOU O SENHOR E NÃO HÁ OUTRO» (Is 45)

C – DISSERAM A JESUS: «MESTRE, SABEMOS QUE ÉS SINCERO E QUE ENSINAS, SEGUNDO A VERDADE, O CAMINHO DE DEUS…» (Mt 22)

O – IRMÃOS, RECORDAMOS A ATIVIDADE DA VOSSA FÉ, O ESFORÇO DA VOSSA CARIDADE E A FIRMEZA DA VOSSA ESPERANÇA (1Ts 1)

 

C – Deus, no seu relacionamento com os seres vivos criados por Ele, tem sempre a iniciativa, a começar pelo simples “o Ato Criador”. Isto é evidente, e podíamos dizer necessário, até porque, se não estivermos dotados dos mínimos atributos ou qualidades, nem sequer teríamos capacidade para nos relacionar.

O – O que já não parece tão evidente é que os seres humanos sejam dotados de graças e dons sem eles tê-lo merecido previamente. É o caso de Ciro, rei de um império ‘pagão e bárbaro’… E é palavra de Deus!

C – É verdade. E como consequência disso, a Palavra inspirada o considera, na sequência daquela histórica «libertação de Israel», como “seu ungido”, isto é, ungido de Deus. Tenha-se em conta que a palavra ‘ungido’ é igual que ‘messias’ ou ‘christós’ (em grego), expressão própria de Jesus Cristo, nada menos!  

D – Além de que “os desígnios de Deus são inescrutáveis”, o gesto que nessa altura fez o rei Ciro – inspirado por Deus como parece evidente – de devolver a liberdade ao povo de Israel, era exatamente o que iria realizar o «futuro Messias» para todos os povos, a começar pelo povo de Israel, o primeiro monoteísta.

C – Claro que isto só poderia realizá-lo o único e verdadeiro Messias, Cristo Jesus. Aquele que (e até ‘os Seus inimigos’ o reconheciam -!?-) “ensinava, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Se deixar influenciar por ninguém, pois não fazia aceção de pessoas”.

O – Com toda a verdade e sinceridade (não com aquela ‘malícia manhosa’ daqueles inimigos de Jesus) nós sim, nós queremos ser como os cristãos de Tessalónica, “ativos na nossa fé, esforçados na nossa caridade e firmes na nossa esperança em Cristo Jesus, na presença de Deus, nosso Pai”.

 

’ X — É verdade que “o Senhor é o único Deus”, que os seus planos e projetos são eternos e que, por conseguinte, “não pode haver Outro”. Se o pensarmos e refletirmos com atenção, o «Deus verdadeiro» – por definição – só pode ser Um! É de lógica elementar… Porém, quantos ‘ídolos’ (deuses) criou, e continua a criar, a história da Humanidade! E quantos estamos ainda a ‘fabricar’ cada um de nós!?… Sim, tudo  aquilo, seja lá o que for, criaturas, naturais ou não, a que damos importância exagerada ou colocamos por cima do Criador – única Divindade –. E essa ‘criatura’ fica automaticamente erigida em ‘Deus’, para nós. Como é triste que uma coisa criada ou até elaborada por nós próprios, seja constituída em ‘dona e senhora’ das nossas faculdades e potências – memória, entendimento, vontade – numa palavra, da nossa pessoa!… Ai, os ‘ídolos’! Os ‘ídolos’!… E para mais, nós, que somos naturalmente contrários a todo o ditador, opostos a toda a forma de ditadura ou domínio que limite ou coarte a nossa liberdade! Mas, contudo, vamos pela vida carregados de ‘ídolos’ ditadores: eles são os que, no nosso dia a dia, vão ‘ditando’ a nossa forma de viver! Como é triste e absurdo! Quem nos libertará desta escravatura!?…  — Tantas vezes já ouvimos dizer, Senhor, que “o Único Deus és Tu”! Ou como alguém já disse: «A única ‘droga’ que um ser humano deve ‘consumir’, para criar a verdadeira ‘adição’, chama-se DEUS». Sim, Pai, porque Tu és a ‘substância’ – melhor a Essência – que dá Liberdade e Vida, e nunca ruína e morte!

 

[] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’):

() – «Oiço em meu coração: ‘Buscai meu rosto’. Teu rosto buscarei, Senhor. Não me escondas Teu rosto» …

() – «Sinto o Teu olhar sobre o meu coração. Como o silêncio do sol da madrugada, sinto o Teu olhar sobre o meu coração»

() – «Ainda que caminhe por vales escuros, nada temo. Tu és a minha rocha, a fortaleza, meu refúgio!» …

() – «Adora e confia. Adora e confia!… Vive em paz. Vive em paz!» …   

 

 

«TEXTOS» À LUZ DESTA PALAVRA

[ do Papa / da Bíblia / Outros ]

Santa Teresa de Jesus ( de Ávila / Santoral-15 de outubro )

Poesias (Na linha do Tema da nossa Reflexão) :

BELEZA DE DEUS.

«Formosura que excedeis

a todas as formosuras.

Sem magoar, dor fazeis

como sem dor desfazeis

o amor das criaturas.

Oh! Laço que assim juntais

duas coisas sem igual!

Não sei porque desatais

pois, atado, força dais

a ter por bem o que é mal.

Vós juntais quem não tem ser

com o Ser que não acaba.

Sem acabar, acabais;

sem ter que amar, Vós amais

e engrandeceis nosso nada».

 

BUSCA-TE EM MIM.

– Alma, procura-te em Mim

e a Mim busca-Me em ti.

«Tão fielmente pode Amor,

alma, em Mim te retratar

que nenhum sábio pintor

soubera com tal primor

tua imagem figurar.

Foste, por amor, criada

formosa, bela, e assim,

dentro do Meu Ser pintada.

Se te perderes, Amada,

Alma, procura-te em Mim!

Porque Eu sei que te acharás

em Meu peito retratada,

tão ao vivo figurada

que, ao ver-te, folgarás

por te veres bem pintada!

E se acaso não souberes

em que lugar Me perdi,

não vás daqui para ali

porque se encontrar-Me queres,

a Mim Me acharás em ti!

Em ti, qu’és meu aposento,

és minha casa e morada,

aí busco, cada momento,

em que do teu pensamento

encontro a porta fechada.

Só em ti hás de buscar-Me,

que de ti nunca fugi;

nada mais do que chamar-Me

e logo irei, sem tardar-Me,

e a Mim Me acharás em ti!».

 [ Teresa de Jesus – Obras Completas/Edições “Carmelo”-Aveiro.1978 Poesias – ]

 

 

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