
«“ASSIM COMO o ‘ABBA’ (PAI-MÃE). . . ”»
Acontece em bastantes “passagens” (‘textos’) da Bíblia(a Palavra de Deus), sobretudo no Antigo Testamento (AT)…
Isto é, quando pretendemos ‘comparar’o ser humano com Deus – ou vice-versa – utilizamos o ‘argumento’ no sentido errado, sem darmos conta. Claro, com a melhor boa vontade; até porque nos aparece ‘nessa ordem’ (?) na nossa mente.
Vejamos agora algum exemplo, entre muitos outros… O caso do Salmo 103: “Como um pai se compadece dos filhos, assim o Senhor se compadece dos seus fiéis” [Sl 103(102),13] (*). Ou, então, este outro exemplo (onde é o próprio Deus a falar): “Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, e não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Pois ainda que ela se esquecesse do filho, Eu nunca te esqueceria” (Is 49,15).
Ou seja, muitas vezes aparecem, no AT da Bíblia, estas ‘comparações’ ou outras semelhantes. Por exemplo: Assim como uma mãe faz isto ou aquilo… assim Deus…; tal como um pai faz aqueloutro… assim Deus…; do mesmo modo que uma mulher, ou um homem, é assim ou assado… assim é Deus…; etc. Porém, é preciso reconhecer, admitir e aceitar a sinceridade e boa vontade de quem escreve estas comparações, nos Livros Bíblicos, servindo-se daqueles símiles, para exaltar as qualidades incomparáveis de Deus. Entender isto, aceitá-lo e louvá-lo nos autores sagrados, é justo e equitativo, embora reconhecendo que não será a forma correta nas nossas linguagens atuais.
Sim. Porque, postos a ‘comparar’: o correto – na verdade – seria exatamente usar a ordem inversa; que não seria ‘Deus é assim’ porque ‘a pessoa é assim’. Senão: ‘A pessoa é assim’ porque tendo ela sido criada, «gerada», “à imagem e semelhança de Deus”… a mãe, ou o pai… a mulher, ou o homem… são – ou deveriam sê-lo! – semelhantes ao Pai-Deus, que, como Jesus nos revelou e ensinou, é o ‘ABBA’ (Pai-Mãe).
Então, em vez de ‘aquela maneira’ (que se costuma usar) deveríamos dizer, realmente, por exemplo: «Como Deus se compadece dos filhos – que somos tod@s! – assim uma mãe, um pai, deve compadecer-se dos seus filhos…».
Ou, no caso do segundo exemplo (em Is 49), diríamos: «Assim como o Pai-Deus (‘ABBA’) nunca esqueceria nenhum dos seus filhos (como Ele mesmo afirma), assim qualquer ser humano (homem ou mulher) também nunca deveria esquecer o seu filho».
E fica aqui esta “chamada de atenção” para tod@s @s que – atualmente – têm a “vocação” de pai ou de mãe!
(*)- Note-se que aqui já foi substituído ‘os que o temem’ por “seus fiéis” (“os que o amam”) como é costume fazer-se para fugir do ‘temor’ e apostar no “amor”. Além disso, o sentido que tinha
no AT ‘o temor de Deus’ era diferente do que agora tem nas nossas línguas…
(30-04-2025) // PARA outras REFLEXÕES, afins aos Tempos Litúrgicos, ABRIR o ‘BLOG’:http://palavradeamorpalavra.sallep.net
18 Maio, 2025
«‘PRAZER’ ? ou ‘FELICIDADE’ ? … CONFUNDEM-SE (!)»
Luis López A Palavra REFLETIDA
«‘PRAZER’ ? ou ‘FELICIDADE’ ? … CONFUNDEM-SE (!)»
Dizer a alguém “Parabéns!” é e será para desejar algo de bom (está na origem do termo = ‘seja para bem’). Mas na verdade, aquilo que se esconde e se significa nessa expressão, é bem mais profundo e vai mais longe. Embora não o exprimimos nessa altura, todos queremos e desejamos que essa pessoa, ou pessoas, sintam ou tenham aquilo de melhor que se pode desejar… E parece que esse ‘melhor’ (no ‘consenso’ geral) só pode ser expresso com aquela outra palavra ‘mágica’ (a mais repetida em todas as línguas): Felicidade!
Sim, “Felicidade” que, apesar de ser repetida tanto, de ser desejada imenso, de sonhar com ela tantíssimas vezes… parece que ninguém é capaz de a definir. Ou então, melhor dizendo, ninguém sabe o que é exatamente…
Vamos, então, perguntar-nos e refletirmos acerca de como deve ser interpretada, realmente, esta Felicidade, tão desejada e procurada naturalmente… embora não sejamos capazes de a definir essencialmente (!?)
Antes de mais, ela confunde-se com outras ‘apetências’ humanas, como ‘o prazer’ (gosto, satisfação, bem-estar, simples alegria…), coisas todas “passageiras”, que ‘têm data de caducidade’(!)… Ou seja, gente que continua a confundir ‘prazer’ com ‘felicidade’!
Quantos humanos se envolvem em prazeres, a pensar que assim são felices!… Estão enganados, sem dar por isso; embora eles próprios verifiquem que o prazer nunca sacia… Enquanto a felicidade, em si mesma, enche por inteiro!
Então, se pensarmos bem, devemos concluir que a felicidade não poderá ser nenhuma daquelas coisas (?), visto que elas são ‘inconciliáveis’ com dor, sofrimento, cruz…
Porém, a “Felicidade” – ela sim! – é compatível com qualquer uma delas, e com todas… Uma pessoa que ama de verdade, sabe por experiência, que está a sentir-se feliz – profundamente feliz – enquanto está a sofrer (dor, pesar, cruz…) por uma causa justa ou por uma pessoa amada… Isto não é possível para quem confunde o ‘prazer’ com a “felicidade”!… Lembremos o exemplo de Cristo Jesus, quem – através da Paixão e Morte de Cruz – pela sua Ressurreição, conseguiu a verdadeira FELICIDADE, para Ele e para todos os seus Irmãos: a Humanidade inteira!… [ Ver, por ex.: “Tenho desejado ardentemente comer esta Páscoa convosco, antes de padecer…” (Lc 22,15…) ]. Aí verifica-se que Jesus está a sentir-Se profundamente feliz (“deseja ardentemente padecer…”) precisamente quando está a iniciar os seus padecimentos ‘mais atrozes’ para salvar aquilo que mais ama: os seus irmãos – toda a Humanidade… Ou seja, a Felicidade, quando é autêntica, não tem fim. Nada nem ninguém pode acabar com ela!!!…
É bom, aliás, como conclusão, ‘trazermos aqui’ e lembrar o que já sabemos através de outras “reflexões” semelhantes… Onde se constata que “a verdadeira felicidade é contagiosa”… Por exemplo, nestes últimos anos [nos “Parabéns” dos Aniversários] temos repetido de várias formas: “A única maneira de sentirmo-nos felizes é fazendo felizes os outros”… Ou também, por outras palavras: “Só dando vida aos outros (não se fala aqui da vida ‘biológica’), só então tornamo-los mais felizes (pelas nossas ajudas, serviços, etc.). E é assim que nós sentimos a autêntica Felicidade”. (17-05-2025)
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