– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo B – 3º Domingo do Advento)
A ALEGRIA «NATURAL» ou AS FALSAS ALEGRIAS…
Toda a gente quer sentir Alegria, como a manifestação espontânea e natural da Felicidade. (Aliás, na nossa caminhada do Advento, deparamos com este «domingo da Alegria»). E sabemos que todos – como por instinto – procuramos e perseguimos a Felicidade. Sendo este um princípio humano universal… como é que – perguntamos nós – no ambiente das nossas sociedades humanas, observamos tantas “caras sérias”, semblantes acabrunhados, tristes ou deprimidos? Porque é que não predominam os rostos alegres de sorrisos sinceros e abertos, reflexo transparente de uma alegria profunda, fruto, por sua vez, da verdadeira Felicidade? O que é que está a falhar neste «silogismo»?
Temos uma resposta imediata e coerente: uma vez que o nosso objetivo permanente – da busca da felicidade – está bem claro e assente, a falha só pode estar nos meios ou caminhos que se pretende utilizar para atingir esse fim; aí é que está o calcanhar de Aquiles. Mas então, existe alguma possível e eficaz solução? É evidente que sim, e não é assim tão difícil! Vejamos a proposta da Palavra de hoje, que está ao alcance de todos, e é o único meio eficaz.
Desde logo a chave está no amor à verdade, e nunca estará no império da mentira ou no ambiente da falsidade… Por estes meios (caminhos) não se vai à felicidade. Porém, amar a Verdade, “viver em verdade”, é que conduz à felicidade mais íntima e verdadeira. A chave da Alegria “natural” está, portanto, na Verdade.
João, o Batista, no Evangelho de hoje, ao ser perguntado pela sua verdadeira identidade, “ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias»”. E nós pensamos agora como teria sido fácil para o João ter escolhido o caminho da falsidade das aparências, ter optado por essa fama fingida e fácil, tão “normal” na nossa sociedade. Mas ele disse, reconheceu e proclamou a verdade: “«Não sou o Messias… nem Elias… nem o Profeta… Eu sou a voz do que clama no deserto… Eu apenas batizo na água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias»”… (Jo 1 / 3ª L.). E assim, a honra e a glória vai remetida para Outrem. Isso chama-se ser radical e deixar-se envolver e possuir pela força da verdade. Embora isso, por coerência, envolva também o risco de perder todo o mais, até a própria vida, como sabemos que lhe aconteceu, mais tarde, a ele próprio, apenas e só pelo facto de defender a verdade perante o falso Herodes… Ai! A verdade, a Verdade!
Como é difícil para muitos, num mundo infetado pela mentira e contaminado pela corrupção, apostar na verdade, pura e nua! A única “verdade que salva porque nos faz verdadeiramente livres” (Jo 8, 32), para sentirmo-nos felizes, transparecendo a Alegria sincera e natural, que nos pede, também hoje, o apóstolo Paulo: “Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias, pois é esta a vontade de Deus”… (1 Ts 5 / 2ª L.). Todo aquele que permitiu e aceitou que a Verdade o possuísse – desde logo no meio de certas tribulações – sentir-se-á plenamente feliz e não poderá menos de refletir alegria e gozo…
Até o antigo profeta exultava de gozo no seu Deus, porque tinha sido “enviado a anunciar a boa nova aos pobres, a curar ao corações atribulados… a promulgar o ano da graça do Senhor”… O profeta – porque testemunha da “verdade” – sente-se “envolvido num manto de salvação”… e adornado “como noivo com o diadema ou como noiva com as suas jóias”… Mas sente-se, sobretudo, cheio de alegria e júbilo: “Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila no meu Deus, que me revestiu com as vestes da salvação e me envolveu num manto de justiça”… (Is 61 / 1ª L.).
Fica bem claro, à luz da Palavra de hoje, que não pode haver Alegria genuína (falsas alegrias há muitas!) onde não houver amor à Verdade. Só quem vive na verdade e defende a verdade espelha a alegria naturalmente porque se sente plenamente feliz! Então, quem não se sinta alegre e satisfeito no seu íntimo, pergunte-se onde é que fica a Verdade na sua vida.
Hoje, Senhor, também como Maria, nossa Mãe,
queremos que a nossa alma exulte de gozo
e que o nosso espírito se alegre em Ti, ó Pai…
Mas sabemos que, para nos sentirmos assim
– alegres e satisfeitos, encantados da vida –
devemos aprender a andar em verdade,
devemos conhecer a Verdade que nos faz livres:
essa verdade que só encontramos em Jesus;
essa Verdade que é o mesmo Jesus, Teu Filho.
Se com ela e como ela – a Virgem Maria –
soubermos viver em atitude humilde,
os Teus olhos de bondade, Abbá, Pai,
estarão postos sobre a nossa humildade…
E já que «humildade é andar em verdade»,
ajuda-nos, ó Mãe nossa – Senhora do Magnificat –
a abraçar a Verdade, em Jesus Cristo, teu Filho,
e assim aprendermos a viver na tua Alegria.
[ do «Magnificat» / (Lc 1, 46…) ]
13 Dezembro, 2014
A ALEGRIA «NATURAL» ou AS FALSAS ALEGRIAS…
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo B – 3º Domingo do Advento)
A ALEGRIA «NATURAL» ou AS FALSAS ALEGRIAS…
Toda a gente quer sentir Alegria, como a manifestação espontânea e natural da Felicidade. (Aliás, na nossa caminhada do Advento, deparamos com este «domingo da Alegria»). E sabemos que todos – como por instinto – procuramos e perseguimos a Felicidade. Sendo este um princípio humano universal… como é que – perguntamos nós – no ambiente das nossas sociedades humanas, observamos tantas “caras sérias”, semblantes acabrunhados, tristes ou deprimidos? Porque é que não predominam os rostos alegres de sorrisos sinceros e abertos, reflexo transparente de uma alegria profunda, fruto, por sua vez, da verdadeira Felicidade? O que é que está a falhar neste «silogismo»?
Temos uma resposta imediata e coerente: uma vez que o nosso objetivo permanente – da busca da felicidade – está bem claro e assente, a falha só pode estar nos meios ou caminhos que se pretende utilizar para atingir esse fim; aí é que está o calcanhar de Aquiles. Mas então, existe alguma possível e eficaz solução? É evidente que sim, e não é assim tão difícil! Vejamos a proposta da Palavra de hoje, que está ao alcance de todos, e é o único meio eficaz.
Desde logo a chave está no amor à verdade, e nunca estará no império da mentira ou no ambiente da falsidade… Por estes meios (caminhos) não se vai à felicidade. Porém, amar a Verdade, “viver em verdade”, é que conduz à felicidade mais íntima e verdadeira. A chave da Alegria “natural” está, portanto, na Verdade.
João, o Batista, no Evangelho de hoje, ao ser perguntado pela sua verdadeira identidade, “ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias»”. E nós pensamos agora como teria sido fácil para o João ter escolhido o caminho da falsidade das aparências, ter optado por essa fama fingida e fácil, tão “normal” na nossa sociedade. Mas ele disse, reconheceu e proclamou a verdade: “«Não sou o Messias… nem Elias… nem o Profeta… Eu sou a voz do que clama no deserto… Eu apenas batizo na água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias»”… (Jo 1 / 3ª L.). E assim, a honra e a glória vai remetida para Outrem. Isso chama-se ser radical e deixar-se envolver e possuir pela força da verdade. Embora isso, por coerência, envolva também o risco de perder todo o mais, até a própria vida, como sabemos que lhe aconteceu, mais tarde, a ele próprio, apenas e só pelo facto de defender a verdade perante o falso Herodes… Ai! A verdade, a Verdade!
Como é difícil para muitos, num mundo infetado pela mentira e contaminado pela corrupção, apostar na verdade, pura e nua! A única “verdade que salva porque nos faz verdadeiramente livres” (Jo 8, 32), para sentirmo-nos felizes, transparecendo a Alegria sincera e natural, que nos pede, também hoje, o apóstolo Paulo: “Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias, pois é esta a vontade de Deus”… (1 Ts 5 / 2ª L.). Todo aquele que permitiu e aceitou que a Verdade o possuísse – desde logo no meio de certas tribulações – sentir-se-á plenamente feliz e não poderá menos de refletir alegria e gozo…
Até o antigo profeta exultava de gozo no seu Deus, porque tinha sido “enviado a anunciar a boa nova aos pobres, a curar ao corações atribulados… a promulgar o ano da graça do Senhor”… O profeta – porque testemunha da “verdade” – sente-se “envolvido num manto de salvação”… e adornado “como noivo com o diadema ou como noiva com as suas jóias”… Mas sente-se, sobretudo, cheio de alegria e júbilo: “Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila no meu Deus, que me revestiu com as vestes da salvação e me envolveu num manto de justiça”… (Is 61 / 1ª L.).
Fica bem claro, à luz da Palavra de hoje, que não pode haver Alegria genuína (falsas alegrias há muitas!) onde não houver amor à Verdade. Só quem vive na verdade e defende a verdade espelha a alegria naturalmente porque se sente plenamente feliz! Então, quem não se sinta alegre e satisfeito no seu íntimo, pergunte-se onde é que fica a Verdade na sua vida.
Hoje, Senhor, também como Maria, nossa Mãe,
queremos que a nossa alma exulte de gozo
e que o nosso espírito se alegre em Ti, ó Pai…
Mas sabemos que, para nos sentirmos assim
– alegres e satisfeitos, encantados da vida –
devemos aprender a andar em verdade,
devemos conhecer a Verdade que nos faz livres:
essa verdade que só encontramos em Jesus;
essa Verdade que é o mesmo Jesus, Teu Filho.
Se com ela e como ela – a Virgem Maria –
soubermos viver em atitude humilde,
os Teus olhos de bondade, Abbá, Pai,
estarão postos sobre a nossa humildade…
E já que «humildade é andar em verdade»,
ajuda-nos, ó Mãe nossa – Senhora do Magnificat –
a abraçar a Verdade, em Jesus Cristo, teu Filho,
e assim aprendermos a viver na tua Alegria.
[ do «Magnificat» / (Lc 1, 46…) ]