
(Ciclo B – Domingo 12 do T. Comum…)
«A DORMIR» MAS PRESENTE E ATIVO!
Todos os povos antigos – nas práticas das suas “religiões” – tinham uma coisa em comum: todos eles respeitavam o «poder imenso, infinito» que atribuíam às suas “divindades” ou “deidades”. E o “Povo Hebreu” – o autoproclamado «Povo Eleito de Deus» – não podia ser menos; tanto assim, que, com muita frequência levava isto “até ao extremo”… Temos um exemplo logo na primeira leitura de hoje. “O Senhor respondeu a Job do meio da tempestade: «Quem encerrou o mar entre dois batentes, quando ele irrompeu do seio do abismo,… quando lhe fixei limites e lhe tranquei portas e ferrolhos?»…” (Jb 38 / 1ª L.). Não há dúvida, que, para o povo de Israel, Javé, o seu Deus, é quem detém o máximo poder em todo o Universo, e não há outra força ou poder por cima d’Ele!…
Com certeza, nós aceitamos desde sempre – é um «artigo» da nossa fé – a Omnipotência do Senhor Deus. E é, também, esta verdade a pedra basilar onde se deve apoiar a nossa confiança no Senhor nosso Deus e onde está ancorada a nossa absoluta segurança, no meio dos perigos que nos espreitam e dos males que nos cercam. O apóstolo Pedro utilizaria, noutra altura, esta ousada imagem: “…O vosso inimigo, o demónio, anda à vossa volta, como leão que ruge procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé!”. (1 Pe 5).
E agora? Como é que nós aceitamos e assumimos, hoje, esta verdade da Omnipotência de Deus, nas nossas vidas? Pois, como estamos a ver, os perigos são reais e os inimigos tão fortes e tão poderosos. Será preciso encontrarmos um “aliado defensor”, que seja omnipotente, capaz de se opor a essas potentes forças do Mal. «Meus amigos – costumo dizer aos alunos – os espíritos malignos deste mundo, chamem-se demónios ou satanás… podem mais do que nós, a não ser que sejamos Amigos de Deus!». Ou, como escrevia Teresa – “a de Jesus” – para o seu tempo: «Especialmente nestes tempos (e já lá vão cinco séculos) são mister ‘amigos fortes’ de Deus…». (Vida, c. 15, 5).
Bom, mas o Defensor omnipotente, sabemos quem é: Jesus, o Filho de Deus feito Homem; portanto, Deus e homem ao mesmo tempo. Como “homem”, cansa-se e fica “a dormir”, esgotado pela fadiga e o trabalho do dia… Como “Deus”, porém, está sempre presente e ativo, capaz de resolver até «os impossíveis»!
Está bem patente na Palavra do Evangelho deste dia: “Levantou-se então uma grande tormenta (no mar)… Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada”… Aparentemente, tudo tão normal, tão humano, tão grave, tão difícil… tão “impossível”! Mas, estava lá – presente e ativo! – «o Defensor omnipotente». “…Jesus levantou-Se, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança”… E para tudo ficar no lugar certo, só faltava uma lição a dar aos discípulos, ao mesmo tempo em jeito de censura. “«Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?»”… (Mc 4 / 3ª L.). É a mesma consigna que nos dava Pedro para enfrentar “o inimigo” da nossa salvação: “Resisti-lhe firmes na fé!”.
Contudo, sabemo-lo muito bem, a fé não é fácil. Ter fé, no momento certo, no tempo da angústia e da tempestade, é sentir a presença ativa de Jesus, mesmo quando parece que Ele “está a dormir”! E vem aqui, de molde, aquela “história das pegadas”, tão conhecida e apelante. Aquele «diálogo entre Jesus e o amigo» aquando da visão retrospetiva do filme da vida, onde se contemplam, lado a lado, as pegadas dos “dois amigos”:
« – Olha, Jesus, nesses momentos difíceis e escuros da minha vida, só aparecem as “minhas” pegadas. Onde é que Tu estavas?
– Mas, ó meu caro e bom amigo! Já reparaste bem de quem são essas “pegadas”? Olha que são as “minhas”!
– Então, Jesus, onde é que eu estava?
– Levava-te Eu ao colo!».
E quando, ó Deus e Pai nosso,
nos faltar a fé no poder amoroso do Teu Filho,
Cristo Incarnado, Jesus de Nazaré,
que é para nós o Defensor Omnipotente…
nessa altura, inspira-nos Tu, ó Pai,
para cantarmos as Tuas maravilhas e prodígios,
porque é eterno o Teu amor e misericórdia…
Como aqueles que se fizeram ao mar em seus navios,
a fim de labutar na imensidão das águas…
e acabaram por ver os Teus prodígios, Senhor.
Assim também nós queremos ver e louvar
as Tuas maravilhas, no alto mar da nossa vida.
Sabemos que está sempre connosco
– presente e ativo para nos salvar –
o Teu Filho Jesus, reflexo do Teu amor e poder.
Bem sabemos isso, mas não o vivemos…
sobretudo quando sopra a vento da tempestade,
e as ondas sobem até aos céus,
ou descem até ao abismo profundo,
e estamos a lutar entre a vida e a morte…
Então é bem precisa aquela fé que nos falta,
mesmo quando estamos na companhia de Jesus…
Mas, sempre que Te invocarmos, ó Pai,
no meio das angústias e das lutas da vida,
salva-nos Tu, por Jesus Cristo, Teu Filho,
nosso Irmão e Defensor omnipotente!
Demos graças a Deus, pelo Seu eterno Amor!
[ do Salmo Responsorial / 106 (107) ]
23 Junho, 2015
«A DORMIR» MAS PRESENTE E ATIVO!
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
(Ciclo B – Domingo 12 do T. Comum…)
«A DORMIR» MAS PRESENTE E ATIVO!
Todos os povos antigos – nas práticas das suas “religiões” – tinham uma coisa em comum: todos eles respeitavam o «poder imenso, infinito» que atribuíam às suas “divindades” ou “deidades”. E o “Povo Hebreu” – o autoproclamado «Povo Eleito de Deus» – não podia ser menos; tanto assim, que, com muita frequência levava isto “até ao extremo”… Temos um exemplo logo na primeira leitura de hoje. “O Senhor respondeu a Job do meio da tempestade: «Quem encerrou o mar entre dois batentes, quando ele irrompeu do seio do abismo,… quando lhe fixei limites e lhe tranquei portas e ferrolhos?»…” (Jb 38 / 1ª L.). Não há dúvida, que, para o povo de Israel, Javé, o seu Deus, é quem detém o máximo poder em todo o Universo, e não há outra força ou poder por cima d’Ele!…
Com certeza, nós aceitamos desde sempre – é um «artigo» da nossa fé – a Omnipotência do Senhor Deus. E é, também, esta verdade a pedra basilar onde se deve apoiar a nossa confiança no Senhor nosso Deus e onde está ancorada a nossa absoluta segurança, no meio dos perigos que nos espreitam e dos males que nos cercam. O apóstolo Pedro utilizaria, noutra altura, esta ousada imagem: “…O vosso inimigo, o demónio, anda à vossa volta, como leão que ruge procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé!”. (1 Pe 5).
E agora? Como é que nós aceitamos e assumimos, hoje, esta verdade da Omnipotência de Deus, nas nossas vidas? Pois, como estamos a ver, os perigos são reais e os inimigos tão fortes e tão poderosos. Será preciso encontrarmos um “aliado defensor”, que seja omnipotente, capaz de se opor a essas potentes forças do Mal. «Meus amigos – costumo dizer aos alunos – os espíritos malignos deste mundo, chamem-se demónios ou satanás… podem mais do que nós, a não ser que sejamos Amigos de Deus!». Ou, como escrevia Teresa – “a de Jesus” – para o seu tempo: «Especialmente nestes tempos (e já lá vão cinco séculos) são mister ‘amigos fortes’ de Deus…». (Vida, c. 15, 5).
Bom, mas o Defensor omnipotente, sabemos quem é: Jesus, o Filho de Deus feito Homem; portanto, Deus e homem ao mesmo tempo. Como “homem”, cansa-se e fica “a dormir”, esgotado pela fadiga e o trabalho do dia… Como “Deus”, porém, está sempre presente e ativo, capaz de resolver até «os impossíveis»!
Está bem patente na Palavra do Evangelho deste dia: “Levantou-se então uma grande tormenta (no mar)… Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada”… Aparentemente, tudo tão normal, tão humano, tão grave, tão difícil… tão “impossível”! Mas, estava lá – presente e ativo! – «o Defensor omnipotente». “…Jesus levantou-Se, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança”… E para tudo ficar no lugar certo, só faltava uma lição a dar aos discípulos, ao mesmo tempo em jeito de censura. “«Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?»”… (Mc 4 / 3ª L.). É a mesma consigna que nos dava Pedro para enfrentar “o inimigo” da nossa salvação: “Resisti-lhe firmes na fé!”.
Contudo, sabemo-lo muito bem, a fé não é fácil. Ter fé, no momento certo, no tempo da angústia e da tempestade, é sentir a presença ativa de Jesus, mesmo quando parece que Ele “está a dormir”! E vem aqui, de molde, aquela “história das pegadas”, tão conhecida e apelante. Aquele «diálogo entre Jesus e o amigo» aquando da visão retrospetiva do filme da vida, onde se contemplam, lado a lado, as pegadas dos “dois amigos”:
« – Olha, Jesus, nesses momentos difíceis e escuros da minha vida, só aparecem as “minhas” pegadas. Onde é que Tu estavas?
– Mas, ó meu caro e bom amigo! Já reparaste bem de quem são essas “pegadas”? Olha que são as “minhas”!
– Então, Jesus, onde é que eu estava?
– Levava-te Eu ao colo!».
E quando, ó Deus e Pai nosso,
nos faltar a fé no poder amoroso do Teu Filho,
Cristo Incarnado, Jesus de Nazaré,
que é para nós o Defensor Omnipotente…
nessa altura, inspira-nos Tu, ó Pai,
para cantarmos as Tuas maravilhas e prodígios,
porque é eterno o Teu amor e misericórdia…
Como aqueles que se fizeram ao mar em seus navios,
a fim de labutar na imensidão das águas…
e acabaram por ver os Teus prodígios, Senhor.
Assim também nós queremos ver e louvar
as Tuas maravilhas, no alto mar da nossa vida.
Sabemos que está sempre connosco
– presente e ativo para nos salvar –
o Teu Filho Jesus, reflexo do Teu amor e poder.
Bem sabemos isso, mas não o vivemos…
sobretudo quando sopra a vento da tempestade,
e as ondas sobem até aos céus,
ou descem até ao abismo profundo,
e estamos a lutar entre a vida e a morte…
Então é bem precisa aquela fé que nos falta,
mesmo quando estamos na companhia de Jesus…
Mas, sempre que Te invocarmos, ó Pai,
no meio das angústias e das lutas da vida,
salva-nos Tu, por Jesus Cristo, Teu Filho,
nosso Irmão e Defensor omnipotente!
Demos graças a Deus, pelo Seu eterno Amor!
[ do Salmo Responsorial / 106 (107) ]