(Ciclo B – Domingo 31 do T. Comum…)
«SHEMÁ YISRAEL»: AMARÁS!…
Quando cada um deles é “verdadeiro”, vão sempre unidos… – Mas quem? – Naturalmente, Amor e Felicidade! Pena é que, na vida de muita gente, nem um nem outra são verdadeiros. Pois, infelizmente, há tantas pessoas que se contentam – embora, claro, sem ficarem profundamente satisfeitas! – com “disfarces de Felicidade”… Ou, então, com “deturpações” do Amor (o que é ainda pior!). Tal como esses “produtos de consumo”, estas realidades – as mais essenciais da vida humana! – circulam “adulteradas” (é mesmo assim!) entre os humanos e as suas relações!
Mas não esqueçam – lembram-se? – «Deus é Amor» (1 Jo 4), e portanto, só aí está a plena Felicidade. É este o sentido desta outra afirmação, escrita há já mais de quinze séculos: “Fizeste-nos, Senhor, para Ti… e o nosso coração estará impaciente (ansioso, insatisfeito) até que descanse em Ti” (Sto. Agostinho / o grande pecador converso). Ou seja que, afinal, Felicidade e Amor (verdadeiros!) são inseparáveis.
Ao que parece, para muitos (quantos!?), é pouco menos que impossível encontrar a Felicidade. – E sabem porquê? – Porque ela está «escondida no mais íntimo e profundo do ser humano»: exatamente onde está o Amor, Deus! E parece como se toda a gente andasse à procura dela “lá fora”. Por esses lados, porém, nunca será achada! (Pois foi naquela assembleia de “diabos” – segundo uma curiosa fábula – que eles decidiram “esconder a Felicidade” nesse “sítio íntimo” onde sabiam que os humanos nunca lá costumam procurar!)… Agora compreende-se porque é que a Felicidade vai unida ao Amor! Então, investiguemos no “Amor verdadeiro”, e descobriremos que é nele que está, igualmente, a “Felicidade autêntica”.
“Escuta, Israel [«Shemá Yisrael»]: … Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças…” (Dt 6 / 1ª L.). E para completar a segunda parte, que aqui falta, devemos ir para um outro livro do Pentateuco, o Levítico (Lv 19, 18): “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mas, se bem pensamos, não deixa de ser estranho e chocante que seja preciso “mandar”, ordenar, quase que impor ao ser humano «que deve amar», sendo que este «instinto» ou necessidade está gravado na sua mesma essência humana. Que tristeza! Não é?
É evidente que alguém poderá objetar: Mas eu já estou a amar, desde a altura que senti esse “instinto” no coração! – Claro que sim, mas é preciso perguntarmo-nos se “esse amor” é genuíno ou se é apenas um substituto deturpado… Quantos «disfarces» do Amor, meu Deus, são “falados” e “vividos”! E como a palavra «amor» é manuseada, viciada, adulterada!
Compreende-se que Jesus, no Seu Evangelho, tente pôr as coisas no sítio próprio, no lugar original… E quando o tal escriba dá a Jesus aquela resposta “perfeita”, tentando repetir e completar as palavras que acaba de escutar dos Seus lábios e diz “«Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios»”, então o Mestre Jesus, “ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente”, anima-o e confirma de forma assertiva: «Não estás longe do reino de Deus»”. (Mc 12 / 3ª L.). Que é como se lhe dissesse: «Com isto que acabas de dizer, demonstras que entendeste e apreendeste o que é o Amor autêntico e, portanto, onde é que está “o Reino de Deus” e a Felicidade plena». E podia ter acrescentado, como noutras ocasiões: «Faz isso e viverás!».
E nós, vamos receber este último «conselho» como dirigido a cada um. Porque, se é verdade o que escreve o autor da carta aos Hebreus, “Jesus permanece eternamente… e pode salvar para sempre aqueles que por seu intermédio se aproximam de Deus” (Hb 7 / 2ª L.), então, aproximemo-nos de Deus, isto é, do Amor, e acharemos “a felicidade e a salvação”. Vivamos o Amor, de verdade!
Eu sei (nós sabemos) que Tu és Amor,
mas se eu não vivo o que sei
também não posso sentir-me Feliz…
Amo-Te, Senhor, porque és a minha força,
a força e energia que eu necessito
para descobrir esse amor de oblação
que se entrega sem egoísmo…
Tu és meu auxílio em que sempre confio;
sinto que Tu és o meu refúgio e amparo,
o meu porto seguro nos perigos deste mar;
és quem me liberta de todo o falso amor,
porque sempre que Te invoquei,
senti-me a salvo dos inimigos do Amor…
Mas porque assim Te amo, ó Pai,
devo amar os outros – todos! – como Tu os amas.
O Teu Filho Jesus demonstrou,
ao dar a vida por todos os homens,
que amar a todos os semelhantes, sem exceção,
com o Teu mesmo Amor, é amar-Te a Ti.
Senhor, eu Te louvarei entre os povos
e cantarei salmos de louvor ao Teu nome!
[ do Salmo Responsorial / 17 (18) ]
30 Outubro, 2015
«SHEMÁ YISRAEL»: AMARÁS!…
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
(Ciclo B – Domingo 31 do T. Comum…)
«SHEMÁ YISRAEL»: AMARÁS!…
Quando cada um deles é “verdadeiro”, vão sempre unidos… – Mas quem? – Naturalmente, Amor e Felicidade! Pena é que, na vida de muita gente, nem um nem outra são verdadeiros. Pois, infelizmente, há tantas pessoas que se contentam – embora, claro, sem ficarem profundamente satisfeitas! – com “disfarces de Felicidade”… Ou, então, com “deturpações” do Amor (o que é ainda pior!). Tal como esses “produtos de consumo”, estas realidades – as mais essenciais da vida humana! – circulam “adulteradas” (é mesmo assim!) entre os humanos e as suas relações!
Mas não esqueçam – lembram-se? – «Deus é Amor» (1 Jo 4), e portanto, só aí está a plena Felicidade. É este o sentido desta outra afirmação, escrita há já mais de quinze séculos: “Fizeste-nos, Senhor, para Ti… e o nosso coração estará impaciente (ansioso, insatisfeito) até que descanse em Ti” (Sto. Agostinho / o grande pecador converso). Ou seja que, afinal, Felicidade e Amor (verdadeiros!) são inseparáveis.
Ao que parece, para muitos (quantos!?), é pouco menos que impossível encontrar a Felicidade. – E sabem porquê? – Porque ela está «escondida no mais íntimo e profundo do ser humano»: exatamente onde está o Amor, Deus! E parece como se toda a gente andasse à procura dela “lá fora”. Por esses lados, porém, nunca será achada! (Pois foi naquela assembleia de “diabos” – segundo uma curiosa fábula – que eles decidiram “esconder a Felicidade” nesse “sítio íntimo” onde sabiam que os humanos nunca lá costumam procurar!)… Agora compreende-se porque é que a Felicidade vai unida ao Amor! Então, investiguemos no “Amor verdadeiro”, e descobriremos que é nele que está, igualmente, a “Felicidade autêntica”.
“Escuta, Israel [«Shemá Yisrael»]: … Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças…” (Dt 6 / 1ª L.). E para completar a segunda parte, que aqui falta, devemos ir para um outro livro do Pentateuco, o Levítico (Lv 19, 18): “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mas, se bem pensamos, não deixa de ser estranho e chocante que seja preciso “mandar”, ordenar, quase que impor ao ser humano «que deve amar», sendo que este «instinto» ou necessidade está gravado na sua mesma essência humana. Que tristeza! Não é?
É evidente que alguém poderá objetar: Mas eu já estou a amar, desde a altura que senti esse “instinto” no coração! – Claro que sim, mas é preciso perguntarmo-nos se “esse amor” é genuíno ou se é apenas um substituto deturpado… Quantos «disfarces» do Amor, meu Deus, são “falados” e “vividos”! E como a palavra «amor» é manuseada, viciada, adulterada!
Compreende-se que Jesus, no Seu Evangelho, tente pôr as coisas no sítio próprio, no lugar original… E quando o tal escriba dá a Jesus aquela resposta “perfeita”, tentando repetir e completar as palavras que acaba de escutar dos Seus lábios e diz “«Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios»”, então o Mestre Jesus, “ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente”, anima-o e confirma de forma assertiva: «Não estás longe do reino de Deus»”. (Mc 12 / 3ª L.). Que é como se lhe dissesse: «Com isto que acabas de dizer, demonstras que entendeste e apreendeste o que é o Amor autêntico e, portanto, onde é que está “o Reino de Deus” e a Felicidade plena». E podia ter acrescentado, como noutras ocasiões: «Faz isso e viverás!».
E nós, vamos receber este último «conselho» como dirigido a cada um. Porque, se é verdade o que escreve o autor da carta aos Hebreus, “Jesus permanece eternamente… e pode salvar para sempre aqueles que por seu intermédio se aproximam de Deus” (Hb 7 / 2ª L.), então, aproximemo-nos de Deus, isto é, do Amor, e acharemos “a felicidade e a salvação”. Vivamos o Amor, de verdade!
Eu sei (nós sabemos) que Tu és Amor,
mas se eu não vivo o que sei
também não posso sentir-me Feliz…
Amo-Te, Senhor, porque és a minha força,
a força e energia que eu necessito
para descobrir esse amor de oblação
que se entrega sem egoísmo…
Tu és meu auxílio em que sempre confio;
sinto que Tu és o meu refúgio e amparo,
o meu porto seguro nos perigos deste mar;
és quem me liberta de todo o falso amor,
porque sempre que Te invoquei,
senti-me a salvo dos inimigos do Amor…
Mas porque assim Te amo, ó Pai,
devo amar os outros – todos! – como Tu os amas.
O Teu Filho Jesus demonstrou,
ao dar a vida por todos os homens,
que amar a todos os semelhantes, sem exceção,
com o Teu mesmo Amor, é amar-Te a Ti.
Senhor, eu Te louvarei entre os povos
e cantarei salmos de louvor ao Teu nome!
[ do Salmo Responsorial / 17 (18) ]