(Ciclo B – TODOS os SANTOS – 01-novembro)
LUTADORES – VENCEDORES – SANTOS!
O Apocalipse, no início mesmo da Liturgia da Palavra desta Solenidade, avisa-nos de que «o número dos “santos” é incontável», quando diz: “São uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas”... Se aceitamos esta realidade, deduzimos que não deve ser assim tão difícil chegar à santidade! Para já, uma coisa é certa e clara: a exigência de santidade deriva do facto de sermos “filhos de Deus”! “…Ele chama-nos filhos de Deus e somo-lo de facto” (1 Jo 3 / 2ª L.). O próprio Jesus confirma – “Sede santos como é santo o vosso Pai celeste” [Mt 5, 48] – o que já muito antigamente (no Levítico) tinha sido afirmado: “Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” [Lv 19, 2; 20, 7]. É, portanto, natural e normalíssimo que os filhos sejam parecidos com os pais.
No entanto, e apesar de “a multidão dos santos ser imensa, incontável”, o caminho para chegar à santidade parece não ser precisamente “um mar de rosas”. Ou seja, «filhos de Deus, sim, mas também lutadores e vencedores do mal»! E aqui, da mesma maneira, o Apocalipse não esconde a verdade: “«Esses que estão vestidos de túnicas brancas [a tal multidão imensa] quem são e de onde vieram?». Eu respondi-lhe: «Meu Senhor, vós é que o sabeis». Ele disse-me: «São os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro»” (Ap 7 / 1ª L.).
Pois esse caminho, difícil, para atingir a santidade é bem especificado, no Evangelho, por Jesus, o Salvador, no Seu «programa das Bem-aventuranças». (Mt 5 / 3ª L.). Eis aqui a nossa interpretação das «chaves» deste Programa:
– «Pobre em espírito», poderá sê-lo também quem tiver bens materiais, mais ou menos copiosos (se bem como quem “passa pelo fundo de uma agulha”), mas quem não os tiver, achará o caminho mais fácil!…
– «O humilde» é consciente da sua posição – ao serviço dos outros – e nunca por cima de ninguém!…
– «O que chora», sem ser preciso saber o motivo (pois Jesus deixa tudo em aberto!), deve entender-se pelos sofrimentos que causa a vida, principalmente quando é à margem da responsabilidade pessoal…
– «Quem tem fome e sede de justiça» é todo aquele que não consegue ver reconhecidos os direitos de todos – e entre eles os próprios – apesar de continuar a lutar sem desistir!…
– «Misericordioso» é quem se sente envolvido pela Misericórdia de Deus, e não pode menos de ser misericordioso e dar a todos o perdão…
– «O puro de coração», além de ter o coração limpo e claro para amar com Amor verdadeiro, apresenta os olhos do espírito transparentes e cristalinos, para descobrir a verdade nos outros e em si…
– «O pacificador» começa por ser ele mesmo “pacífico” para, assim, naturalmente «promover a paz» entre todos, a começar pelos mais próximos…
– «Sofre perseguição» quem vê a sua vida complicada, ou até “cortada”, por ter decidido «percorrer o caminho da justiça e santidade»… ou por «ser seguidor, discípulo, de Jesus»…
Mas o que significa, então, a «Bem-aventurança» que espera aos que assumem e vivem este Programa “radical” de Jesus? Pois é evidente que aquelas “chaves” abrem necessariamente todas as “portas da Felicidade”: Além de «possuírem a terra» pela sua mansidão, e para além de verem «saciadas todas as suas fomes e sedes»… sentir-se-ão «verdadeiros filhos de Deus», estando já a viver cá na terra «o Reino dos Céus»… E, se ainda faltar alguma Alegria, eles receberão uma «imensa recompensa na Glória eterna dos Céus»…
Então, pensamos que a melhor conclusão desta nossa reflexão, na Solenidade de todos os Santos, poderá ser o texto final da 1ª Carta de João:
“Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é. Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro”. (1 Jo 3 / 2ª L.).
Queremos ser, Senhor e Pai nosso,
a geração dos que Te procuram,
porque sabemos que aqueles que Te buscam
já Te encontraram real e verdadeiramente…
Louvado e glorificado sejas para sempre
porque “nos chamas Teus filhos e somo-lo de facto”!
E, como tais filhos Teus, ó Pai,
temos de nos parecer a Ti, sermos Tua imagem,
e aprendermos a ser justos e santos
porque Tu, Pai, és perfeito e Santo…
Mas quem poderá subir à montanha da Justiça,
ou escalar e atingir o monte da Santidade?
Quem habitará no Teu Santuário?…
Sim, aqueles que têm as mãos inocentes
e, com um coração puro e transparente,
vão progredindo nessa ascensão – difícil mas feliz! –
do «Monte das Bem-aventuranças»…
Estes serão abençoados por Ti, Senhor,
e recompensados por Ti, que és seu Salvador.
Esta será sempre a geração dos que Te buscam,
dos que procuram a Tua face, Deus de Jesus!
[ do Salmo Responsorial / Sl 23(24) ]
31 Outubro, 2015
LUTADORES – VENCEDORES – SANTOS!
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
(Ciclo B – TODOS os SANTOS – 01-novembro)
LUTADORES – VENCEDORES – SANTOS!
O Apocalipse, no início mesmo da Liturgia da Palavra desta Solenidade, avisa-nos de que «o número dos “santos” é incontável», quando diz: “São uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas”... Se aceitamos esta realidade, deduzimos que não deve ser assim tão difícil chegar à santidade! Para já, uma coisa é certa e clara: a exigência de santidade deriva do facto de sermos “filhos de Deus”! “…Ele chama-nos filhos de Deus e somo-lo de facto” (1 Jo 3 / 2ª L.). O próprio Jesus confirma – “Sede santos como é santo o vosso Pai celeste” [Mt 5, 48] – o que já muito antigamente (no Levítico) tinha sido afirmado: “Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” [Lv 19, 2; 20, 7]. É, portanto, natural e normalíssimo que os filhos sejam parecidos com os pais.
No entanto, e apesar de “a multidão dos santos ser imensa, incontável”, o caminho para chegar à santidade parece não ser precisamente “um mar de rosas”. Ou seja, «filhos de Deus, sim, mas também lutadores e vencedores do mal»! E aqui, da mesma maneira, o Apocalipse não esconde a verdade: “«Esses que estão vestidos de túnicas brancas [a tal multidão imensa] quem são e de onde vieram?». Eu respondi-lhe: «Meu Senhor, vós é que o sabeis». Ele disse-me: «São os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro»” (Ap 7 / 1ª L.).
Pois esse caminho, difícil, para atingir a santidade é bem especificado, no Evangelho, por Jesus, o Salvador, no Seu «programa das Bem-aventuranças». (Mt 5 / 3ª L.). Eis aqui a nossa interpretação das «chaves» deste Programa:
– «Pobre em espírito», poderá sê-lo também quem tiver bens materiais, mais ou menos copiosos (se bem como quem “passa pelo fundo de uma agulha”), mas quem não os tiver, achará o caminho mais fácil!…
– «O humilde» é consciente da sua posição – ao serviço dos outros – e nunca por cima de ninguém!…
– «O que chora», sem ser preciso saber o motivo (pois Jesus deixa tudo em aberto!), deve entender-se pelos sofrimentos que causa a vida, principalmente quando é à margem da responsabilidade pessoal…
– «Quem tem fome e sede de justiça» é todo aquele que não consegue ver reconhecidos os direitos de todos – e entre eles os próprios – apesar de continuar a lutar sem desistir!…
– «Misericordioso» é quem se sente envolvido pela Misericórdia de Deus, e não pode menos de ser misericordioso e dar a todos o perdão…
– «O puro de coração», além de ter o coração limpo e claro para amar com Amor verdadeiro, apresenta os olhos do espírito transparentes e cristalinos, para descobrir a verdade nos outros e em si…
– «O pacificador» começa por ser ele mesmo “pacífico” para, assim, naturalmente «promover a paz» entre todos, a começar pelos mais próximos…
– «Sofre perseguição» quem vê a sua vida complicada, ou até “cortada”, por ter decidido «percorrer o caminho da justiça e santidade»… ou por «ser seguidor, discípulo, de Jesus»…
Mas o que significa, então, a «Bem-aventurança» que espera aos que assumem e vivem este Programa “radical” de Jesus? Pois é evidente que aquelas “chaves” abrem necessariamente todas as “portas da Felicidade”: Além de «possuírem a terra» pela sua mansidão, e para além de verem «saciadas todas as suas fomes e sedes»… sentir-se-ão «verdadeiros filhos de Deus», estando já a viver cá na terra «o Reino dos Céus»… E, se ainda faltar alguma Alegria, eles receberão uma «imensa recompensa na Glória eterna dos Céus»…
Então, pensamos que a melhor conclusão desta nossa reflexão, na Solenidade de todos os Santos, poderá ser o texto final da 1ª Carta de João:
“Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é. Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro”. (1 Jo 3 / 2ª L.).
Queremos ser, Senhor e Pai nosso,
a geração dos que Te procuram,
porque sabemos que aqueles que Te buscam
já Te encontraram real e verdadeiramente…
Louvado e glorificado sejas para sempre
porque “nos chamas Teus filhos e somo-lo de facto”!
E, como tais filhos Teus, ó Pai,
temos de nos parecer a Ti, sermos Tua imagem,
e aprendermos a ser justos e santos
porque Tu, Pai, és perfeito e Santo…
Mas quem poderá subir à montanha da Justiça,
ou escalar e atingir o monte da Santidade?
Quem habitará no Teu Santuário?…
Sim, aqueles que têm as mãos inocentes
e, com um coração puro e transparente,
vão progredindo nessa ascensão – difícil mas feliz! –
do «Monte das Bem-aventuranças»…
Estes serão abençoados por Ti, Senhor,
e recompensados por Ti, que és seu Salvador.
Esta será sempre a geração dos que Te buscam,
dos que procuram a Tua face, Deus de Jesus!
[ do Salmo Responsorial / Sl 23(24) ]