54aa- «Vós desviastes-vos do caminho...

 – A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

  (Ciclo A – Domingo 31 do T. Comum)

 

“Diz o Senhor do Universo: … «Vós desviastes-vos do caminho, e fizestes tropeçar muitos na lei; destruístes a aliança de Levi»… «Não temos todos nós um só Pai? Não foi o mesmo Deus que nos criou? Então porque somos desleais uns para com os outros, profanando a aliança dos nossos pais?»” (Ml 2,8…/ 1ªL.).

 

Deus está a falar – através do profeta Malaquias – aos sacerdotes e autoridades religiosas em geral (“Este aviso é para vós, sacerdotes…” / Ml 2,1). Coisa que, como sabemos, é bastante frequente em muitas das Profecias da «antiga aliança», onde abundam as denúncias e diatribes contra todo o abuso da autoridade, e principalmente, como neste caso, contra as autoridades religiosas… Será que estas eram piores do que as outras?…

 

A – Diz-se que «as comparações, entre as pessoas, sempre são odiosas». E neste terreno ainda mais, até porque, disso não tiraríamos qualquer proveito… Aqui, a questão parece outra. Será?

B – Uma coisa é evidente. Os maus exemplos – tal como os bons – tendem a ser mais “eficazes” quando procedem de pessoas que – pela sua “vocação e missão” – têm uma função “exemplar”.

A – E a nossa «tendência original» (!) leva-nos, às vezes, para onde nós não queremos. É o que reconhece S. Paulo:“…Faço o mal que não quero e não faço o bem que quero…”.(Rm 7,15-20).

B – Por isso mesmo diz também a Escritura, «a nossa vida sobre a terra é “milícia”», tempo de luta, e só assim nos libertaremos dessa “escravatura do pecado”, através, sempre, da Graça de Deus!

A – Mas não esqueçamos que, se já a Palavra antiga “denunciava” os abusos dos “chefes religiosos” (no exercício da sua “autoridade”) é porque, infelizmente, era flagrante realidade…

B – Atualmente, em certo sentido, as coisas não mudaram muito. Também infelizmente, surgem “escândalos” nesses setores da Igreja (sacerdotes, consagrados…) seduzidos pelo Maligno…

A – Ainda bem que existe ao mesmo tempo na sociedade – a começar pela máxima autoridade da Igreja – a sensibilidade e audácia convenientes e eficazes para combater estes males, ainda atuais.

B – Porém – sejamos sinceros! – todos nós somos obrigados, não apenas a combater esse mal nos outros, mas também e sobretudo a “travá-lo” em nós próprios, nas suas mais diversas “formas”… Lembremos o aviso de Paulo: “Quem pensa estar de pé, tome cuidado para não cair”.(1Cor 10,12).

A – E nunca poderemos desculpar-nos dizendo que nos faltam os meios ou energia suficiente para vencer em nós estes “males”. O próprio S. Paulo conclui, na passagem antes citada: “Quem me há de libertar deste ‘corpo de morte’? Graças a Deus, por Jesus Cristo, Senhor nosso!”.(Rm 7,25).

 

A/B: É muito fácil, Senhor Jesus, apontar com o dedo os pecados e fraquezas dos outros! Mas o dever de conversão obriga-nos a todos, quer sejamos – por vocação e missão

“guias e pastores” que conduzem os outros, quer sejamos “ovelhas do rebanho”.

Pedimos, então, “ao Pai, por Ti Jesus, essa graça” e força interior de que fala Paulo,

e assim lutarmos sempre para não fazer o mal que às vezes fazemos sem o querer,

e para realizarmos o bem que desejamos fazer mas que por vezes não fazemos…

Serão os dons de força e vigor do Teu Espírito, Senhor Jesus, que nos levem à vitória;

tal como os dons de Fortaleza e Sabedoria que Te pedimos para os nossos Pastores! 

                    

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net