– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

( Ciclo B – Domingo 6 do T. Comum) 

 

“…Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, irmãos, fazei tudo para glória de Deus… Fazei como eu, que em tudo procuro agradar a toda a gente, não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se. Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo”. (1Cor 10,31.33 e 11,1 / 2ª L.).

 

Nesta parte da 1ª carta aos coríntios (cc. 9-10), Paulo – “com a liberdade que lhe dá o Evangelho de Cristo” – põe-se como exemplo para todos, uma vez que ele segue em tudo o exemplo de Cristo Jesus. E a sua tese é esta: «‘Fazer, ou deixar de fazer’, para o bem de todos». Também para o bem dele próprio, evidentemente. Ao tratar vários temas fundamentais e graves (nesta Carta, globalmente considerada) as soluções e propostas que vai dando a questões concretas, estão marcadas, evidentemente, pelos condicionalismos culturais de então e pelo presente concreto da vida… Mas fiquemos com o nosso texto.

 

A – Desde logo, começa por exortar todos a “tudo fazerem para glória de Deus”; e muitas vezes acrescentará o refrão “em Cristo Jesus Senhor nosso”, como convicção e vivência pessoal!

B – É que, na verdade, tudo o bem que fizermos pelos outros terá sentido se referido ao Bem e Glória de Deus… E vice-versa, pois “a Glória de Deus é o bem e a salvação de todos”.

A – Há que começar por evitar, no sentir de Paulo, todo aquilo que possa “escandalizar” alguém (sejam eles “judeus, gregos ou a Igreja de Deus”). Mas, pergunto eu, será que existem condutas boas ou comportamentos positivos que podem causar escândalo a determinada gente simples?

B – Sabemos – e Paulo di-lo noutras passagens dos seus escritos – que por vezes aparecem situações em que, agindo nós de boa vontade, ou ‘de boa fé’, podemos induzir outros a erro; e, nesse caso – após um discernimento conveniente – deveremos evitar essa conduta, ‘mesmo não sendo nociva em si’…

A – E tanto para o que devemos evitar quanto, sobretudo, para o que devemos fazer, o mesmo Paulo, – também pela confiança mútua que sabe existir entre ele e os seus fiéis de Corinto – ousa colocar-se como modelo e exemplo, nestas questões, quando diz: “Fazei como eu”

B – E a seguir, o que diz que está a fazer é “procurar agradar a toda a gente, não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se”.

A – Só que é preciso compreender bem isto. Se não, alguns podem interpretar o de “agradar a toda a gente” como uma espécie de tolerância máxima que tudo permite para não criar problemas

B – Porém, o de ‘não criar problemas’ é só aparente. Já que, com essa atitude tolerante, cega e indiscriminada, apenas se consegue adiar os problemas que, mais tarde, serão gravíssimos (!?).

A – Então, a chave para entender a primeira parte expressão de Paulo, está no porquê e no como, da segunda parte: “não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se”.

 

A/BSe o Teu discípulo Paulo nos pede para imitarmos porque ele é Teu imitador,

então, nós queremos, Jesus, formar parte dessa «comunidade de imitadores»,

que tomam por modelos aqueles que, sendo mais próximos, imitam o Teu exemplo…

Será que nós também, vamos conseguir ser exemplo para outros, até ao ponto de

podermos dizer: “Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo”?

 

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