
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo C – Domingo 3 do T. Comum)
“Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras e os levitas… disseram a todo o povo: «Hoje é um dia consagrado ao Senhor, vosso Deus. Não vos entristeçais nem choreis». – Porque todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei –. Depois Neemias acrescentou: «Ide para as vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado… Porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza»”. (Ne 8,9-10 / 1ª L).
Para centrarmos esta nossa passagem bíblica de hoje, apresentamos, brevemente, o marco histórico-geográfico. Em 586 a.C., Nabucodonosor, do Império Babilónico, tinha destruído Jerusalém e deportado muitos judeus para Babilónia. Este era o segundo exílio [pois o primeiro, tinha sido um século atrás, causado pelo rei assírio Senaquerib]. Agora estamos já em 538 a.C., quando, após os ~50 anos deste segundo exílio, um édito de Ciro, rei da Pérsia, permite o retorno dos judeus à Palestina. Mas terão de passar ainda muitos anos até que o governador judeu Neemias consiga – do rei Artaxerxes – autorização, dinheiro e materiais para a reconstrução da cidade de Jerusalém. Uma vez concluída – e com a ajuda de Esdras, sacerdote e escriba – é realizada a solene Leitura da Lei, diante de todo o povo (~ ano 404 a.C.). Ao que parece, este «Livro da Lei» tinha estado ‘esquecido’, abandonado, durante longo tempo (?).
A – Durante os quase dois séculos que o povo judeu viveu ‘meio desterrado’ (se juntarmos os ‘dois exílios’) era explicável um certo desvio, desleixo – e até olvido – a respeito da Lei e Aliança com Deus…
B – Isso, apesar da presença e missão constante dos profetas – alguns mesmo acompanhando os exilados durante esses ‘desterros’ – anunciando ou denunciando, animando ou censurando… e sempre tentando transmitir “as palavras” do Senhor… (Assim, por ex, Oseias, Isaías, Jeremias, Ezequiel).
A – Não obstante essa ação profética, resulta ‘compreensível’ que a ‘maioria do povo judeu se afastasse ou desviasse da lei da Aliança com Javé e se voltasse para os ‘ídolos’ (próprios ou estrangeiros). Porém, eles mesmos, ajudados pelos “profetas”, interpretavam a sua infidelidade como sendo a causa dos desterros…
B – Então, da parte deles (o povo) – nesse momento da leitura e lembrança da Lei (“Aliança”) – havia motivos sobejos para as lágrimas, a tristeza, o sentido de culpabilidade e até de temor…
A – Todavia, observamos, com agrado, que as palavras vindas da parte dos representantes de Javé-Deus – Esdras e Neemias – não foram precisamente de censura, crítica ou reprovação, como seria de esperar, mas sim de encorajamento, de ânimo e de incitação à alegria…
B – É sempre isto que nos fica – da parte do Senhor, nosso Deus –: a certeza de uma exortação ao gozo e à Alegria, e a convicção de sentirmos sempre o abraço e o perdão do Pai-Deus!…
A – Mas também fica um conselho; sejamos sempre solidários e partilhemos os nossos bens: “Boa refeição e bebidas doces, repartindo-o com aqueles que não têm nada preparado… Sem ficar tristes”… E tudo isto porquê? – Exatamente por isto: “Porque a alegria do Senhor é a nossa fortaleza” (Ne 8,10).
A-B: Quem vai ser, ó Pai, o nosso ‘Consolador’ quando tivermos motivos de tristeza?
Certo que o Teu Amor e Misericórdia são infinitos e não se cansam de esperar;
que o menor gesto de humildade e contrição da nossa parte é suficiente, Pai,
para comover as Tuas entranhas de compaixão e piedade para connosco…
É o Teu Espírito Santo – Consolador – que ungiu o Teu Filho Jesus (Lc 4-3ª L.),
que infundirá em nós “a Tua imensa Alegria, que é sempre a nossa Fortaleza”.
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
26 Janeiro, 2022
«A alegria do Senhor é a vossa fortaleza»
Luis López A Palavra REFLETIDA
– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –
(Ciclo C – Domingo 3 do T. Comum)
“Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras e os levitas… disseram a todo o povo: «Hoje é um dia consagrado ao Senhor, vosso Deus. Não vos entristeçais nem choreis». – Porque todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei –. Depois Neemias acrescentou: «Ide para as vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado… Porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza»”. (Ne 8,9-10 / 1ª L).
Para centrarmos esta nossa passagem bíblica de hoje, apresentamos, brevemente, o marco histórico-geográfico. Em 586 a.C., Nabucodonosor, do Império Babilónico, tinha destruído Jerusalém e deportado muitos judeus para Babilónia. Este era o segundo exílio [pois o primeiro, tinha sido um século atrás, causado pelo rei assírio Senaquerib]. Agora estamos já em 538 a.C., quando, após os ~50 anos deste segundo exílio, um édito de Ciro, rei da Pérsia, permite o retorno dos judeus à Palestina. Mas terão de passar ainda muitos anos até que o governador judeu Neemias consiga – do rei Artaxerxes – autorização, dinheiro e materiais para a reconstrução da cidade de Jerusalém. Uma vez concluída – e com a ajuda de Esdras, sacerdote e escriba – é realizada a solene Leitura da Lei, diante de todo o povo (~ ano 404 a.C.). Ao que parece, este «Livro da Lei» tinha estado ‘esquecido’, abandonado, durante longo tempo (?).
A – Durante os quase dois séculos que o povo judeu viveu ‘meio desterrado’ (se juntarmos os ‘dois exílios’) era explicável um certo desvio, desleixo – e até olvido – a respeito da Lei e Aliança com Deus…
B – Isso, apesar da presença e missão constante dos profetas – alguns mesmo acompanhando os exilados durante esses ‘desterros’ – anunciando ou denunciando, animando ou censurando… e sempre tentando transmitir “as palavras” do Senhor… (Assim, por ex, Oseias, Isaías, Jeremias, Ezequiel).
A – Não obstante essa ação profética, resulta ‘compreensível’ que a ‘maioria do povo judeu se afastasse ou desviasse da lei da Aliança com Javé e se voltasse para os ‘ídolos’ (próprios ou estrangeiros). Porém, eles mesmos, ajudados pelos “profetas”, interpretavam a sua infidelidade como sendo a causa dos desterros…
B – Então, da parte deles (o povo) – nesse momento da leitura e lembrança da Lei (“Aliança”) – havia motivos sobejos para as lágrimas, a tristeza, o sentido de culpabilidade e até de temor…
A – Todavia, observamos, com agrado, que as palavras vindas da parte dos representantes de Javé-Deus – Esdras e Neemias – não foram precisamente de censura, crítica ou reprovação, como seria de esperar, mas sim de encorajamento, de ânimo e de incitação à alegria…
B – É sempre isto que nos fica – da parte do Senhor, nosso Deus –: a certeza de uma exortação ao gozo e à Alegria, e a convicção de sentirmos sempre o abraço e o perdão do Pai-Deus!…
A – Mas também fica um conselho; sejamos sempre solidários e partilhemos os nossos bens: “Boa refeição e bebidas doces, repartindo-o com aqueles que não têm nada preparado… Sem ficar tristes”… E tudo isto porquê? – Exatamente por isto: “Porque a alegria do Senhor é a nossa fortaleza” (Ne 8,10).
A-B: Quem vai ser, ó Pai, o nosso ‘Consolador’ quando tivermos motivos de tristeza?
Certo que o Teu Amor e Misericórdia são infinitos e não se cansam de esperar;
que o menor gesto de humildade e contrição da nossa parte é suficiente, Pai,
para comover as Tuas entranhas de compaixão e piedade para connosco…
É o Teu Espírito Santo – Consolador – que ungiu o Teu Filho Jesus (Lc 4-3ª L.),
que infundirá em nós “a Tua imensa Alegria, que é sempre a nossa Fortaleza”.
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net