———-  [ 9-C – Domingo 1 da Quaresma ]

===  “Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto… E então, o Tentador… disse a Jesus: «Se és Filho de Deus, atira-Te daqui abaixo, porque está escrito: ‘Os Anjos de Deus Te guardarão…’». Jesus disse-lhe: «Está escrito também: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». Então o Diabo… retirou-se da presença de Jesus…” (Lc 4,1.9-13 -3ªL-).

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É costume dizer que a tentação vulgar

(a inclinação natural que sentimos nesse instante)

ou é para o bem ou é para o mal; ou o bom ou o mau.

Porém, a tentação será sempre para o prazer

– para aquilo que gostamos, ou o que mais nos atrai

em definitivo, para aquilo que achamos ‘melhor’;

(o contrário, não seria “normal” num ser humano)…

A explicação, o porquê, desta ‘realidade humana’

está no facto de todos procurarmos, ‘buscarmos’,

– antes de mais, por cima de tudo, e como por instinto –

satisfazer a sede profunda de felicidade:

sede ou ânsia, impressa na nossa natureza mais funda

aquando da nossa geração pelo Deus-Criador…

A falha está – embora sem apercebemo-nos disso (?) –

em que, ao fazermos essa escolha ou opção,

estamos a ‘confundir’(!) prazer com felicidade

(não pensando que ‘o primeiro’ é caduco, ‘a segunda’, perene!)

conforme já tivemos ocasião de esclarecer noutras pertes (!).

Então – atenção! – em definitivo (à partida e afinal)

a opção é sempre entre: DEUS e o não-Deus!

Daí que, naquelas tentações de Jesus (em Lc. e Mt.),

Jesus considera, todo e qualquer tipo de tentação,

como sendo ‘forças’ que se opõem a Deus (!):

sejam os “prazeres dos sentidos”, [“Nem só de pão vive…”];

ou “adoração do poder e da fama”, [“Só a Deus adorarás…”];

ou “a utilização de Deus” – que é «tentar a Deus»

ao ‘forçar’ seu Poder ‘para mim’… [“Não tentarás o Senhor…”].

Vê-se, então, que a ‘disjuntiva’ aparece clara e transparente:

‘Ou’ DEUS (“O Senhor…”) – ‘ou’ as forças “negativas”…!

Por isso Ele, Jesus, quando é tentado, utiliza sempre

– como a arma mais eficaz de defesa/ataque –

[a Palavra] da Escritura, onde vemos Deus como Α e Ω de Tudo.

Então – conclui-se! – a Felicidade só pode estar em DEUS!

 

             « Mãe puríssima, Mãe imaculada, Virgem poderosa,…           [ Da: «LADAINHA» de N. Senhora ]

Agora que já sabemos, Mãe, como vencer as tentações seguindo o exemplo de Jesus – utilizando a força da Palavra de Deus – acudimos a Ti, “ó Virgem puríssima e poderosa”… É que Tu soubeste interiorizar e viver a Palavra, e tinhas assim o melhor poder para – vencendo sempre ‘o Tentador’ – ficares Tu “intacta” – “Mãe imaculada” – até chegares a calcar aos pés «a maldade da ‘serpente’ e a inconstância da ‘lua’»(como Te vemos na tua Imagem)… E nós queremos ir presos ao teu manto!

 

             —- Da «Outra Poesia» —-  

“A tentação vence-se com a Palavra!

Se o Tentador atacar pelos ‘prazeres sensíveis’

(“vira estas pedras em pães para saciar tua fome”),

acharás, na Palavra da Escritura, a tua melhor arma:

«Nem só de pão vive o homem,

mas também e sobretudo da palavra

que procede da boca do Senhor».(Dt 8,3)

Quando o Tentador vier, intentando seduzir

com a ‘adoração’ da fama, do poder, riqueza ou glória

(“todo ‘o mundo’ te darei se me adorares a mim”),

a Palavra é limpa e clara, decisiva e radical:

«Só a Deus se há de adorar,

e a Ele só prestarás culto»!(Dt 6,13)

E se for ataque ‘aberto’,

intentando, o Tentador, que ‘tu domines a Deus’

atraindo o Seu Poder ao teu ‘campo egoísta’

(“para espetáculo e fama, atira-Te daqui abaixo”);

– visto ser isto uma forma de ‘tentar o próprio Deus’ –

bastará que lhe ‘atiremos com’ a Palavra de sempre:

“Como está escrito na lei: «Não tentarás o Senhor»”!(Dt 6,16)

[ Lc 4,1-13; Mt 4,1-11 ]

 

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