– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 3 de PÁSCOA)

 

“…E nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem» … Então os judeus mandaram açoitar os Apóstolos, intimando-os a não falarem no nome de Jesus, e depois soltaram-nos. Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do Nome de Jesus”. (At 5,32.40-41 / 1ª L).

 

Para se entender melhor a mudança de opinião do ‘Sinédrio’, que tinha decidido já matar os apóstolos, mas que afinal “manda-os açoitar, e soltar”, valha como introdução a transcrição de alguns dos versículos intermédios (vv.33-39) que não aparecem nem na ‘Leitura 1ª’ nem, portanto, no nosso texto, dela retirado: “Ergueu-se, então, um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei, respeitado por todo o povo. Mandou sair os acusados por alguns momentos e, tomando a palavra, disse: «Homens de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens!”. [Cita, a seguir, o final desastrado de dois ‘falsos Messias’ ou ‘zelotes’ (Teudas… e Judas…), e conclui] “Agora, digo-vos: não vos metais com esses homens, deixai-os. Se o seu projeto é dos homens, esta obra acabará por si mesma; mas, se vem de Deus, não conseguireis destruí-los, e até pode ser que estivésseis em guerra contra o próprio Deus». Concordaram, então, com as suas palavras” Grande homem e sincero, Gamaliel!

 

A – Novamente, nestoutro discurso de Pedro, aparece a expressão “Nós somos testemunhas destes factos”. E como dizíamos naquela outra altura, quem, na verdade, se declara “testemunha”, sabe ao que se expõe: Até mesmo dar a sua vida numa morte cruenta e de tortura se for preciso!

B – Mas é interessante observar que, neste caso, aparece um elemento inerente ao significado de testemunha, isto é, o Espírito Santo, que Jesus, o Filho, enviou da parte do Pai. Vê-se então, que, em textos deste género, repetidos nos Atos, o Espírito Santo é Protagonista na Igreja nascente…

A – Mas o que é que isso significa? Exatamente isto: que esta Pessoa (a 3ª) da Santíssima Trindade, ao ser “testemunha com os discípulos de Cristo”, infundirá neles coragem fortaleza para serem fiéis até ao fim!

B – Vemo-lo bem patente no episódio que se seguiu. Depois de ter sofrido uma ‘flagelação’ – a semelhança de Jesus – “saíram cheios de alegria por terem merecido serem ultrajados” como Ele.

A – Sim, porque essa Alegria é um dos frutos do Espírito Santo, sobretudo quando nasce das cruzes (isto é, “ultrajes sofridos por causa do Nome de Jesus”).

B – É claro que este mesmo Espírito é quem infundiu nestes homens (poucas semanas atrás, cheios de medo e fechados nas casas) a coragem suficiente para se enfrentar agora aos homens daquele Sinédrio para lhes lançar no rosto que foram “eles que deram a morte a Jesus, a quem Deus ressuscitou”.

A – Não admira que, nesta mesma ocasião, apesar de “os intimarem a não falar mais em nome de Jesus”, eles respondessem que “deve obedecer-se a Deus antes que aos homens”!

B – E é bem real esta constatação: ‘Alegrar-se quando se sofre por Quem se ama’ e ‘ganhar Força infinita’!

 

A-B: Vem, Espírito Criador – a grande Testemunha – Dom de Jesus e do Pai para nós! 

Vem, Amor ardente! Na dor e aflições, vem encher de alegria os nossos corações!

Dá os teus ‘sete Dons’ aos que, conTigo, queremos ser ‘testemunhas’ de Jesus!

E concede-nos coragem, e descanso na luta, na paz encanto e conforto no pranto!

Sem a Tua Fortaleza, ó Espírito Divino, perdemos o ânimo nos nossos combates.

Venha sempre connosco a Tua Força omnipotente. E acende na terra tua Luz fulgente! 

 

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