– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 13 do Tempo Comum)

 

“Irmãos: Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão. Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Contudo, não abuseis da liberdade como pretexto para viverdes segundo a carne; mas, pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros, porque toda a Lei se resume nesta palavra: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo»”. (Gl 5,18.20-21.23 / 2ª L.).

                                                                                            

A Carta aos Gálatas pode considerar-se ‘centrada’ em duas questões fundamentais para S. Paulo naquelas primeiras comunidades cristãs da Galácia: a legitimidade da pregação do Evangelho (‘Boa Nova’ de Jesus) e o problema da Liberdade. A doutrina paulina referente à liberdade aparece na segunda metade da carta (caps. 4 a 6) e vem na sequência da aceitação do Evangelho (que “nos faz livres”). Quer dizer, na tese de Paulo, a “mensagem do Evangelho” de Jesus liberta-nos de toda a escravidão, a começar pela submissão à ‘lei de Moisés’. É, pois, neste contexto que se insere o nosso texto de reflexão de hoje.

 

A – Vê-se logo que já no tempo de S. Paulo, como atualmente, mais ou menos, existiam várias liberdades, ou vários conceitos de liberdade. Assim, avisa que está a falar da “verdadeira liberdade”.

B – Com a verdade acontece algo de semelhante. Embora a verdade absoluta das coisas não pode ser mais do que uma, sabemos que, por vezes, cada um tem ‘a sua verdade’ sobre a mesma coisa.

A – Se Paulo fala da ‘liberdade verdadeira’ para a distinguir das ‘falsas liberdades’, Jesus já tinha afirmado “a verdade – uma vez conhecida – vos tornará livres” (Jo 8,32.36). Deste modo, ficam unidos, e mutuamente dependentes, os genuínos conceitos de liberdade e de verdade

B – Ao afirmar Paulo que “foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou” estava a lembrar essa mesma doutrina de Jesus (em Jo 8,36): “Se o Filho vos libertar, sereis realmente livres”.

A – Seria triste e lamentável que, uma vez ‘conhecida a verdade’ e ‘acolhida a liberdade’ (entendidas ambas como as ‘autênticas’) voltássemos a cair conscientemente no caminho errado!

B – Pois é. Os que “tornam a sujeitar-se a jugos de escravidões” ou “abusam da liberdade como pretexto para viverem segundo a carne”, perderam o rumo da verdade e da liberdade autênticas.

A – Estejamos, portanto, alertas e vivamos conscientemente no caminho do amor “para, pela caridade, ficarmos ao serviço uns dos outros”. E evitaremos os ‘riscos’ de ‘outras liberdades’!

B – Tendo sempre bem presente que a única Lei que não escraviza, mas que nos faz ‘livres de verdade’, é a lei do amor ou “o mandamento novo”“«Amarás o teu próximo como a ti mesmo»”. Em Deus e por Deus!

 

A-BÀs vezes, Jesus, pedimos aos jovens para ‘se libertarem de amarras’ opressivas;

mas nós continuamos presos e emaranhados noutras redes de fios subtis,

que nos escravizam na mesma, mais ou menos inconscientemente.

Exigimos-lhes que ‘se libertem de correntes que não os deixam sonhar e voar’,

enquanto nós palmilhamos os carreiros de sempre, os de costume… (!?).

Sabemos, Jesus, que Tu sempre nos acompanhas e contamos com o Teu Espírito:

Prometemos atenção à Tua Palavra e docilidade ao Espírito para “viver no amor”.   

 

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