– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 23 do Tempo Comum)  

  

“Jesus voltou-Se (para a grande multidão que O seguia) e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. () Assim, quem, de entre vós, não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo»”. (Lc 14,25-27.33 / 3ª L.).

                           

Depois daquele “convite de Jesus à humildade” e de aconselhar para “convidar ao banquete aos mais ‘pobres’” (que refletíamos na passada semana), Lucas introduz – nessa mesma sequência de convites e banquetes – mais outra parábola, onde são precisamente os convidados que não aceitam o convite, apresentando os mais diversos motivos para se ‘desculparem’ de não poder participar naquele “grande convite”. Ao que parece, era ‘muito importante’ para aquele homem que fez os convites [‘caracterizado’ pelo outro evangelista que descreve esta mesma parábola (Mateus 22,2) como “um rei, que preparou um banquete nupcial para o seu filho”]. Então, neste contexto, o evangelista Lucas vê oportuno colocar aquele “aviso” – um tanto ‘inesperado’ e ‘imprevisível’ (?) –: “voltando-Se (‘de improviso’) para a grande multidão que o seguia, disse-lhes”

 

A – Aliás, é interessante constatar que – nessa última parábola, prévia ao nosso texto de hoje – os motivos que aduzem ‘os convidados’ são, para eles, mais importantes do que aquele «bom rei»

B – De toda a maneira, uma coisa é certa, o ser humano tem necessidade de estabelecer, de modo constante, uma “hierarquia de valores”, para as suas escolhas ou opções pessoais

A – Era, então, perfeitamente compreensível que JESUS deixasse as coisas claras e transparentes no que diz respeito à sua Pessoa e (como efeito e coerência) ao seu Reino (o “Reino de Deus”).

B – E aqui Jesus é mesmo radical, categórico e decisivo. Desde logo, desconcertante (!?) como tantas vezes!  Para Jesus – lembram-se? – não há ‘meias tintas’ nem o que ‘todos fazem’ nem a ‘lei do mais fácil e cómodo’… ou seja, em resumo, todo o que atualmente é «politicamente correto»!

A – Então, na hierarquia de cada um, a gente pode afirmar: Não há nada mais importante do que a mãe ou o pai ou o cônjuge ou os filhos ou a minha pessoa, ou a vida… que estão “em 1º” lugar!

B – Pois mesmo que nos custe entendê-lo e aceitá-lo (“cruz”!): antes que outra coisa ou valor deste mundo está JESUS, Deus, a transcendência! Depois, sim, vem todo o resto na sua ordem e escala!

A – Poderá alguém concluir: Aquilo que eu mais gosto e quero neste mundo será sempre “primeiro” para mim! Mas cá está, disseste ‘neste mundo’. Será que ‘neste mundo’ vai compreendidotudo?

B – É suficiente pensarmos, sincera e sabiamente, para aceitarmos – também com a razão e não apenas com a fé! – que o “aviso-hierarquia” de Jesus é a Verdade! «Não pode haver “bem deste mundo” que se coloque entre Ele e nós. Porque, se não, a via para a Transcendência ficará cortada»!!!

 

A-B: Nós sabemos, Jesus, que tudo é questão de Amor – de amar de verdade – !

Então, diremos nós: Só ficarão a salvo “aquelas pessoas e coisas que ‘mais queremos’

(mãe, pai, espos@, filhos, irmãos, irmãs… a própria vida” e “outros bens” estimáveis)

se tudo isto estiver ‘nas mãos e coração d’Aquele que mais amamos’, que és Tu, Senhor;

claro, se for absolutamente verdade que – no pensar, falar e viver – “preferimos-Te” a tudo!

Quem pode estar mais interessado do que Tu e o Pai em “amar e salvar” tudo isso?

Ajuda-nos, Jesus – que és o nosso melhor Amigo – a “amar os outros em Ti e por Ti”!

  

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net