Sb 12,13.19: “Não há Deus, além de Vós, que tenha cuidado de todas as coisas … Agindo assim, ensinastes ao vosso povo que o justo deve ser humano, e aos vossos filhos destes a esperança feliz de que, após o pecado, dais lugar ao arrependimento”. // Rm 8,26: “Irmãos: O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos que pedir nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis”. // Mt 13,28-30: “«Disseram os servos ao dono: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’. ‘Não! Não suceda que, ao arrancardes o joio, arranqueis também o trigo. Deixai ambos crescerem juntos até à ceifa e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar; e o trigo, recolhei-o no meu celeiro’»”.

 

CNÃO HÁ DEUS, ALÉM DE VÓS, QUE TENHA CUIDADO DE TODOS… E LHES DÊ ESPERANÇA FELIZ… (Sb 12)

O O ESPÍRITO SANTO VEM EM AUXÍLIO DA NOSSA FRAQUEZA, PORQUE NÃO SABEMOS QUE PEDIR… (Rm 8)

D «NÃO ARRANQUEIS O JOIO DO MEIO DO TRIGO. DEIXAI AMBOS CRESCEREM JUNTOS ATÉ À CEIFA…» (Mt 13)

O – É verdade. Já sabemos que Deus cuida de todas as coisas e tem uma paciência infinita com todos nós, porque Jesus no-lo disse. Ignorávamos, porém, que Ele fosse assim já no AT.

C – E a Sua bondade e paciência, com os nossos antepassados chegava ao extremo de lhes dar a esperança feliz de que – após o pecado – podem chegar ao arrependimento e conversão.

O – Também é verdade que “quando não sabemos o que pedir nas nossas orações – pela nossa fraqueza – o próprio Espírito Santo ora em nós com gemidos inefáveis”. (Nada menos!).

 

C – Isto quer dizer que este Deus de Jesus (de que fala Paulo aos romanos e que age através do Seu Espirito) é o mesmo Deus de que falava o libro da Sabedoria do AT, e que hoje continua a falar-nos ‘em’ e ‘por’ Seu próprio Filho Jesus. Escutemos o que nos diz – admiravelmente! -:

D – «Durante a presente vida, “não queirais arrancar” (‘segregar’) os homens ‘maus’ de entre os ‘bons’. Deveis ter paciência, uns com os outros, como o Pai do Céu… Só assim “dareis lugar ao arrependimento”, oportunidade para a conversão. E – ao serem perdoados! – viverão».    

 

’ X — O Evangelho de Jesus é claro nisto: um mal não se pode vencer com outro mal. É que o mal – tal como o bem – multiplica-se por si mesmo… Por isso, todos os apóstolos e evangelizadores (discípulos de Jesus) – coerentes com essa Palavra – aprenderam a viver e a ensinar que (ao mal que outros fazem) só podemos responder com o bem!… Então, se, embora lentamente, crescesse mais e mais o número dos que cultivam esse ‘estilo paciente’ de vida, acabaria, em breve tempo, a tal «espiral de violência» que domina em muitas zonas do nosso mundo. Bem entendido, como sabemos, que qualquer classe de violência exterior e física tem a sua origem numa outra violência interior e espiritual, que se esconde no mais íntimo de nós… — Que poderemos fazer, Jesus, para ‘quebrar’ este “círculo vicioso” da violência? – Só com muita paciência, com a Paciência do Pai! Mas talvez devamos começar por sermos mais dóceis ao Teu “Espírito Santo, que vem sempre em auxílio da nossa fraqueza para orar em nós, com esses gemidos inefáveis”.

 

[] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’):

() – «Cantarei eternamente as Misericórdias do Senhor! Anunciarei Seu Amor Fiel por todas as idades! … »

() – «Misericordes sicut Pater. Misericordes sicut Pater». (2) …   (Lc 6,36)

() – «Glória a Ti, Senhor, por tua bondade! Glória, glória! Sempre cantarei Tua fidelidade!». (2)

 

«TEXTOS» À LUZ DESTA PALAVRA

[ do Papa / da Bíblia / poesia / fábulas / provérbios / etc. ]

 

Papa Francisco – Acerca da Paciência de Deus: Deus sabe esperar sempre…

«Durante estes domingos, a liturgia propõe algumas parábolas evangélicas, ou seja, breves narrações que Jesus utilizava para anunciar o Reino dos céus às multidões. Entre aquelas, presentes no Evangelho de hoje, há uma bastante complexa, cuja explicação Jesus oferece aos discípulos: é a do trigo e do joio, que enfrenta o problema do mal no mundo, pondo em evidência a paciência de Deus (cf. Mt 13, 24-30.36-43). A cena desenrola-se num campo onde o dono lança a semente; mas certa noite chega o inimigo e semeia o joio, termo que em hebraico deriva da mesma raiz do nome «Satanás, Diabo», evocando o conceito de divisão. Todos nós sabemos que o diabo é um «semeador de joio», aquele que procura sempre dividir as pessoas, as famílias, as nações e os povos. Os empregados gostariam de arrancar imediatamente a erva daninha, mas o senhor impede-o com a seguinte motivação: «Ao extirpardes o joio, correis o risco de arrancar também o trigo» (Mt 13, 29). Pois todos nós sabemos que o joio, quando vai crescendo, se assemelha muito ao trigo, e existe o perigo de se confundirem.

O ensinamento da parábola é dúplice. Antes de tudo recorda que o mal existente no mundo não deriva de Deus, mas do seu inimigo, o Maligno. É curioso, o Maligno sai à noite para semear o joio, na escuridão, na confusão; sai para semear o joio onde não há luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de tal forma que para nós, homens, é impossível separá-lo claramente; mas no final Deus conseguirá fazê-lo

( … )

Deus é paciente, sabe esperar. Como isto é bom! O nosso Deus é um Pai paciente que nos espera sempre, que nos aguarda com o coração na mão para nos receber e perdoar. Perdoa-nos sempre se formos ter com Ele.

A atitude do dono do campo é aquela da esperança fundada na certeza de que o mal não é a primeira nem a última palavra. E é graças a esta esperança paciente de Deus que o próprio joio, ou seja, o coração maldoso, com muitos pecados, no final pode tornar-se uma boa semente. Mas atenção: a paciência evangélica não é indiferença diante do mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o mal! Perante o joio presente no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, a alimentar a esperança com o alento de uma confiança inabalável na vitória final do bem, ou seja, de Deus. ( … ) ».

 [ Papa Francisco – No ANGELUS – (20-07-2014) ]

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS:  http://palavradeamorpalavra.sallep.net