44.A3 – Domingo.21.Comum / “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico

 

«PARECE IMPOSSÍVEL… MAS NÃO É !»

Paulo escreve, na sua Carta aos romanos: “Como são insondáveis os desígnios de Deus e incompreensíveis os seus caminhos!…”(Rm /2ªL). E se nós refletíssemos bem, chegaríamos a essa mesma conclusão… Por seu lado, o profeta Isaías já o tinha percebido – desde o Antigo Testamento – referindo-se à ciência e poder do Senhor. O profeta, sentindo-se inspirado por Deus, deixou escritas estas “expressões” (que refletem, igualmente, os tais ‘insondáveis desígnios’ do Senhor): “Assim fala o Senhor: «Vou expulsar-te… remover-te-ei… Chamarei o meu servo… entregar-lhe-ei nas mãos os teus poderes. E ele será um pai para os habitantes de Jerusalém, e de Judá…»”(Is /1ªL). Será que, afinal, é Deus mesmo quem dirige os caminhos das nossas vidas, sempre de acordo com os Seus desígnios?… Mas, ainda antes de refletirmos e tentarmos achar uma resposta, olhemos para mais estas expressões do Evangelho (3ªL): “Diz Jesus a Pedro: «…Foi meu Pai quem to revelou…». E Eu digo-te: «Tu és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja…»”(Mt /3ªL). O Pai e o Filho aparecem aqui como realizando o Seu projeto ou desígnio sobre a pessoa de Pedro… Será preciso, então, passarmos para a segunda parte da nossa reflexão, onde tentaremos projetar uma ‘luz nova’ sobre estes textos da Palavra, ‘luz’ essa que vai surgir de uma outra Palavra (?). Isso! Palavra sobre Palavra!

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»»   “Eis o que diz o Senhor…: «Vou expulsar-te do teu cargo, remover-te-ei do teu posto. Chamarei o meu servo Eliacim… Entregar-lhe-ei nas mãos os teus poderes. E ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá…»”.(Is 22 / 1ªL)

»»   “Como é profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis os seus desígnios e incompreensíveis os seus caminhos! Quem conheceu o pensamento do Senhor?…”.(Rm 11 / 2ªL)

»»   “Jesus disse a Pedro: «Feliz de ti, Simão… porque quem te revelou isto não foi a carne… mas o meu Pai que está nos Céus. E Eu digo-te: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela…»”.(Mt 16 / 3ªL)

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          Ou seja (e esta era a questão): Será que Deus dirige e determina – de acordo com os Seus desígnios – «os caminhos e as metas das nossas vidas»? Mas, então, onde está a liberdade humana!?… Bem. Há uma coisa certa, inamovível, como é aquela realidade – verdade original – a que já outras vezes temos aludido: «Deus dotou o ser humano do atributo essencial da sua liberdade. E sabemos que, neste sentido, nem o Criador pode mudar (“arrepender-Se”) nem tampouco o destinatário humano vai querer, jamais, renunciar a este seu atributo pessoal!… Como é que Deus é capaz de resolver esta questão: Dirigir, dentro dos Seus Desígnios Divinos, os destinos do Homem, sem tirar, nem sequer reduzir, sua liberdade!?  Aliás, há uma realidade constatável: Os acontecimentos da história humana – passados, presentes (!) e futuros (?) – tantas vezes com esse poder destruidor da Humanidade, de facto, não foram capazes de acabar com ela (apesar do terrível mau uso da liberdade!). Isto poderia ser já um argumento a favor da “tese” que nós propomos… Tendo em atenção que estamos a entrar, de novo, no terreno de um outro mistério, incompreensível para a mente humana(?)… Em definitivo, o dilema é: Ou concluir que conjugar estas duas vontades – a de Deus (“desígnio”) e a do Homem (“tudo vale”) – não é possível!  Ou, então, escutar, crer e aceitar a Palavra de Deus em Jesus – que é a pura Verdade e não pode falhar – quando afirma mais do que uma vez: “Para Deus, tudo é possível; não existe o impossível para Ele”.(Cf.: Mt 19,26; Mc 10,27) Portanto, isso que parece impossível, não o é!

   

[ De «Outras Invocações e/ou Títulos (“Piropos”?)» de Nossa Senhora: ]

+ Senhora da Omnipotência Suplicante; Senhora dos Impossíveis;

Senhora dos Mistérios; Mãe do Bom Conselho;… nossa Mãe:

Ao confrontarmo-nos com qualquer mistério da nossa fé, ó ‘Senhora dos Mistérios’,

Tu não queres que os aceitemos sem mais; preferes, antes, que reflitamos nele.

E quando alguma coisa pareça impossível, temos-te a Ti, ‘Omnipotência suplicante’.

Anda, vem connosco, Mãe, nesta reflexão, para nos iluminar com a luz da Palavra,

pois às vezes, a mesma Palavra precisa de uma outra luz, que não sabemos descobrir.

E estando connosco, ‘Senhora do bom Conselho’, teremos o teu conselho melhor!         

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net