Jr 20,8-9: “A palavra do Senhor tornou-se para mim ocasião permanente de insultos e zombarias. Então eu disse: «Não voltarei a falar n’Ele, não falarei mais em seu nome». Mas havia no meu coração um fogo ardente, comprimido dentro dos meus ossos. Procurava contê-lo, mas não podia”. // Rm 12,1-2: “Peço-vos, irmãos… que vos ofereçais a vós mesmos como sacrifício vivo… Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, pela renovação espiritual da vossa mente, para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom…”. // Mt 16,24-25: “Jesus disse então aos discípulos: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, há de encontrá-la…»”.

 

D – «SE ALGUÉM QUISER SEGUIR-ME, RENUNCIE A SI MESMO, TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME…». (Mt 16)

O – HAVIA NO MEU CORAÇÃO UM FOGO ARDENTE… PROCURAVA CONTÊ-LO, MAS NÃO PODIA… (Jr 20)

C – IRMÃOS, OFERECEI-VOS A VÓS MESMOS COMO SACRIFÍCIO VIVO. NÃO VOS CONFORMEIS COM ESTE MUNDO. (Rm 12)

O – Quando Jesus-Deus diz aos discípulos – ou seja, a todos nós! – que para segui-l’O a Ele é preciso “renunciar a si mesmo” e “tomar a sua cruz”, o que é que isso significa?

C – Parece evidente que a vida dos seguidores de Jesus-Deus não será fácil nem aprazível. Já era assim no caso do profeta Jeremias(!), quando o Deus de Jesus ainda era chamado «Javé».

D – Tão difícil e complicada – sofrida – era a vida deste ‘profeta de Javé’, pelo facto de ter que denunciar as graves injustiças do seu tempo! Tanto assim, que ‘se prometia’ a si mesmo: “Não voltarei a falar no Senhor, não falarei mais em seu Nome”.

C – Mas, claro, logo admitia que “não podia conter no seu coração um fogo ardente, comprimido dentro dos seus ossos”… e assim, continuava a sua missão, reconhecendo, corajosamente: “Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir; Vós me dominastes e vencestes!”.

O – Nem o próprio Jesus de Nazaré – o Messias de que Jeremias era a penas uma “(pre)figura” – pode escapar a essa ‘vida de sofredor até a morte de Cruz’. Por isso, Ele podia proclamar:

D “Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me!”.

C – E para não haver dúvidas acerca desta sorte da cruz, pela que todos passamos, o apóstolo Paulo – que tão bem o entendeu e o viveu ‘na sua pele’ – escrevia aos cristãos de Roma: “Oferecei-vos a vós mesmos como sacrifício vivo… Não vos conformeis com este mundo!”.

 

’ X — Só quando existe muito amor – amor verdadeiro! – uma pessoa é capaz de chegar a dar a sua vida por outrem, ou por uma causa nobre! Ninguém entrega a sua vida por ‘outros motivos’… Nem por dinheiro ou qualquer outro bem material, nem por amor à saúde ou à fama… Aliás, isto seria um contrassenso. Pois sem a vida, já não há saúde nem fama nem dinheiro… Ou seja, a morte só tem sentido e valor quando quem ‘dá a vida’, na realidade não a perde, ela não desaparece, «apenas se transforma» (como proclamamos na liturgia cristã). Só quem tem esse amor autêntico, baseado na verdadeira fé, pode aceitar os sofrimentos da vida e “carregar com essa cruz”, até morrer nela se for preciso!  — Ainda bem, Jesus, que “nós deixamo-nos seduzir” por Ti. Ainda bem que, nesta luta desigual, “consegues dominar-nos, para ser Tua a vitória”, e não nossa (que seria para nós a pior das desgraças!).

 

[] – ANTÍFONA(S) (~ ‘Mantra(s)’):

() – «Seduziste-me, Senhor, e eu deixei-me seduzir! Numa luta desigual, dominaste-me, Senhor, e foi tua a vitória!» …         (Jr 20,7)

() – «Se alguém quiser seguir-Me, se alguém quiser seguir-Me, tome a sua cruz e siga-Me, tome a sua cruz e siga-Me!»

 

«TEXTOS» À LUZ DESTA PALAVRA

[ do Papa / da Bíblia / Outros ]

 

Papa Francisco

Acerca de: Seguir Jesus implica renúncia e carregar com a cruz.

 

«… Jesus explica aos discípulos que Ele é um Messias humilde e servidor. É o ‘Servo’ obediente à vontade do Pai até ao sacrifício completo da própria vida. Dirige-se a todos e alerta: “Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”

Este é o sinal de que para seguirmos Jesus precisamos de assumir a própria cruz e acompanhá-lo no seu caminho, um caminho incómodo, que não é o do sucesso ou o da glória passageira, mas o que conduz à verdadeira liberdade, que liberta do egoísmo e do pecado …

Implica rejeitar firmemente a mentalidade mundana que coloca o próprio “eu” e os seus interesses no centro da existência, e perder a própria vida por Cristo e o Evangelho, recebendo-a realizada, renovada e autêntica. Este é o caminho que conduz à ressurreição …

Decidir seguir o nosso Mestre e Senhor que se fez Servo de todos, exige uma união forte com Ele, a escuta atenta e assídua da sua Palavra (ler uma passagem do Evangelho todos os dias) e a graça dos Sacramentos…

A Praça está cheia de jovens, raparigas e rapazes. Eu pergunto-lhes apenas: Vocês já sentiram vontade de ouvir Jesus mais de perto? Pensem, rezem e deixem que o Senhor lhes fale».

 [Papa Francisco Angelus (13.09.2015)]

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS:  http://palavradeamorpalavra.sallep.net