“Job tomou a palavra e disse: «A vida do homem sobre a terra, não é uma luta? Couberam-me em sorte noites de amargura… Recordai-Vos (Senhor) que a minha vida não passa de um sopro e que os meus olhos não verão a felicidade…»”. [Jb 7,1.3.7 (1ªL)].

“…E a cidade inteira ficou reunida diante da porta… Jesus curou muitas pessoas, atormentadas por toda a espécie de males, e expulsou muitos demónios”. [Mc 1,33-34 (3ªL)].

————

Envolvidos e penetrados – como situação normal – por toda a classe de ‘males’ (e não apenas por esta ‘pandemia’ atual e as suas sequelas), os seres humanos temos a tendência (‘tentação’) de ‘nos lamentarmos’, como Job pela sua situação lastimável… É verdade – e compreensível – que nos assalte alguma tentação de desespero ou, até de “desesperança”, já que esses males (‘estragos’) não os vemos só em nós, mas também por toda a parte… Porém, se refletirmos com atenção no ‘relato inspirado’ deste Livro de Job, o protagonista pode passar, e passa, por sentimentos de ‘desespero’, mas, no fundo do seu ser, mantém sempre a esperança. Quer dizer, ele nunca se deixa levar pela desesperança (que não se deve confundir com desespero, embora algum dicionário possa apresentá-los como sinónimos). A Esperança, como sabemos, é uma das três «virtudes teologais», o que significa que a desesperança – contrária a essa virtude – seria bem mais grave e temerária!… O que fazer, apesar de tudo, para nunca desistirmos ou para não sermos vencidos, nesta “luta que é a vida do homem sobre esta terra”, e que nos lembra hoje o próprio Job!?… Bem, a resposta encontramo-la na mesma história desta figura bíblica, já que, a fim de contas, Job está convicto de ter um Salvador: “Eu sei que o meu redentor vive, e prevalecerá… E eu, na minha própria carne, verei a Deus” (Jb 19,25). E, apesar desta “clarividência”, ele “vivia” ainda na “antiga aliança”(!?)… Quem há de temer – vivendo já na Nova Aliança – o Mal e todos os males que nos possam envolver nesta vida terreal?… É que nós, os viventes desta Aliança Nova, já sabemos quem é e que classe de Salvador é Aquele em que “sonhava” Job, e que para ele “já estava vivo”… Nós sabemos já – ou deveríamos saber – que o nosso Salvador, que já o era na Antiga Aliança de Job, é o mesmo Filho de Deus, Cristo Jesus de Nazaré, capaz de “eliminar toda a espécie de males, e de expulsar toda o género de demónios” (Mc 1,34), sejam eles deste mundo ou de qualquer outro!… Enfim, é para questionar-nos: Quem de nós poderia não querer aceitar e viver esta realidade de Salvação!?

«  E na verdade, nós, Mãe, além do «Salvador» (e ainda que isso não bastasse), temos também em Ti, a «Mãe do Salvador». Então, hoje, acudimos a Ti, que muitas vezes nos “visitaste” para nos lembrar que continuas a ser sempre, para nós todos, a Advogada e Medianeira perante o nosso Salvador… Nesta ocasião, como Nossa Senhora de Lipa, vens lembrar-nos que o teu nome é Maria, Medianeira de todas as Graças’. Por isso, Mãe, nisto das «mediações», já não podemos queixar-nos… Ora, isso sim, falta-nos a fidelidade no imitar-Te e a docilidade para aceitarmos as tuas mensagens, que não podem ser senão reflexos e especificações da grande Mensagem de Jesus, no Seu Evangelho: a Boa Nova da Salvação! Então, pela devoção ao teu Imaculado Coração e pelos nossos sacrifícios e cruzes, lutaremos por conseguir a conversão dos pecadores e a salvação de todos. Cientes de que a verdadeira conversão é a melhor metamorfose humana!

 

NOTAS COMPLEMENTARES:

1-]  Nossa Senhora de Lipa (Filipinas). Nos anos 1948-49, três anos após o fim da “2ª guerra mundial”, Nossa Senhora se manifestou várias vezes à vidente, Irmã Teresita Castillo, ainda noviça carmelita… As Filipinas, país integrado por mais de sete mil ilhas e ilhéus, achava-se, naqueles anos, a sofrer as trágicas consequências dessa terrível guerra mundial… Era de esperar que as mensagens que Nossa Senhora manifestou a esta vidente, viessem na sequência das que Ela mesma tinha transmitido nas aparições de Fátima (1917) aos três pastorinhos (‘prevendo’, até, essa «2ª guerra» ainda no séc. XX). E, agora, vinha como que a reforçar aquelas primeiras mensagens (só 30 anos depois). Não admira que as palavras de Maria comecem precisamente assim: «O que peço aqui é exatamente o que pedi em Fátima. Dirás isso ao povo». E o resumo das mensagens (1948) é este: «Espalhar a devoção e o sentido do Rosário, rezado piedosamente, como instrumento para a paz no mundo; propagar a devoção ao Meu Imaculado Coração; fazer penitência pelos pecadores; rezar e sacrificar-se pelos presbíteros e consagrados. Mas não tenhais medo, porque o Amor do Meu Filho Jesus é capaz de amolecer os corações mais duros»…

2-]  Mangueira (Mangifera indica). Ou mango, árvore nativa do sul e sudeste asiático, desde o leste da Índia até às Filipinas, foi introduzida com sucesso no Brasil, Angola, Moçambique, Portugal, Espanha… É uma das árvores frutíferas com mais variedades – mais de 100! – cultivadas em muitos países de zonas tropicais e subtropicais, mas não só… O seu  fruto, a manga (nas suas diversas e ‘coloridas’ variedades) tem propriedades nutricionais perfeitamente equilibradas nos seus constituintes: carboidratos, proteínas, lípidos, vitaminas e minerais. …

3-]  Sequência dos principais ‘Lugares’ (Santuários-Aparições-Títulos-Invocações…) de ‘NOSSA SENHORA’ e MÃE, Maria, ‘visitados’ nas nossas Reflexões, até ao presente:

  1. FÁTIMA (Portugal). // 2. GUADALUPE (México). // 3. LURDES (França). // 4. APARECIDA (Brasil). // 5. DE KIBEHO (Ruanda/África). // 6. DE AKITA e NAJU (Ásia). // 7. AUXILIADORA (Papuásia/Oceânia). // 8. DO CARMO (Israel e Inglaterra). // 9. DAS NEVES (Itália). // 10. DOS POVOS (Holanda). // 11. DAS GRAÇAS (França). // 12. DE CZESTOCHOWA (Polónia). // 13. DE COROMOTO (Venezuela). // 14. DA CANDELÁRIA (Espanha). // 15. DE LIPA (Filipinas).

 

// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net