“Disse Deus a Job: «Quem encerrou o mar entre dois batentes, quando ele irrompeu do seio do abismo?… E disse-lhe: ‘Chegarás até aqui e não irás mais além, aqui se quebrará a altivez das tuas vagas’?»”.[ Jb 38,8.11 (1ª L.) ].
“…Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram: tudo foi renovado”. [ 2Cor 5,17 (2ªL) ].
“Jesus, levantando-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança”. [ Mc 4,39 (3ªL) ].
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O desgraçado Job – ‘desgraçado’ no sentido mais carinhoso do termo – no meio das calamidades sofridas naquela situação da sua vida, ainda ‘se atreve’ – também no melhor sentido da expressão – como que a pedir contas a Deus… Mas, é verdade que Deus gosta desses nossos “diálogos” – por vezes “desesperados”(?) – onde, nessas situações, parece que não vemos nada claro no meio de uma cerrada ‘escuridão’! Sim, Deus ‘gosta’ – melhor dizendo, compreende e aceita essas ‘birras’ – como Pai amoroso, para nos fazer entender ‘o porquê’ e ‘o para quê’ de toda e qualquer “provação” humana e terrena ou terreal…
Afinal, Job tinha a grande sorte de “ser amigo de Deus”, amigo do Omnipotente. Porém, nós devemos saber – como o aprendeu Job –que: quanto ‘mais amigos de Deus’ mais provados seremos (Pr 3,12). E todos os «amigos fortes de Deus» (em expressão de Santa Teresa) deverão estar preparados para “essas lutas”…
Se é um facto que ‘o Deus terrível do AT’ apresenta-Se (como no caso de Job) numa atitude dialogante e paciente, quanto mais o será no ‘rosto verdadeiro’ do Abbá-Pai, misericordioso, que Jesus – o Filho – veio revelar-nos abertamente!
Ora bem, tendo nós agora, como o melhor amigo, este Jesus – Omnipotente porque Filho d’Aquele que “pôs limites ao mar” (Jb 38,8) na altura da Criação – nenhuma prova ou tempestade poderá assustar-nos, sempre que levemos, isso sim, no nosso barco, o Amigo que, a qualquer momento pode “dizer ao mar «Cala-te e está quieto»”(Mc 4,39), e transformar a forte ‘tormenta’ em grande ‘bonança’! (Bela ‘metamorfose’).
« E sempre hás de ser Tu – ó Mãe, “Senhora do Vietname – La Vang” – quem nos visite e acompanhe em todas as nossas ‘tempestades’, como o fizeste com aqueles irmãos vietnamitas quando mais difícil a vida se tornava, durante tanto tempo (!). E serás sempre, também para nós, essa “Bendita Mãe” (como o foste para eles) porque nos conduzirás ao Teu Filho, “Cristo Jesus, em quem somos novas criaturas” (2Cor 5,17)…
NOTAS COMPLEMENTARES:
1-] Nossa Senhora de La Vang (Vietname). La Vang ou Lavang (=‘súplica’) é o nome de uma árvore… E é preciso constatar que a história desta Aparição foi mesmo difícil e conturbada… Começa em 1554, com a introdução da fé cristã católica no Vietname, por missionários (portugueses e espanhóis). Dois séculos depois, nos fins do século XVIII, eclodiu uma luta interna entre pretendentes ao trono… E foi ordenada a destruição de todas as igrejas e seminários católicos… Grupos de católicos fugiram para as montanhas a fim de escapar da perseguição; mas lá padeciam: de frio e fome, de muitas doenças, como a malária, além do ataque de animais selvagens… E não estavam livres dos perseguidores que até lá chegavam. Apesar de tudo, os católicos resistiam, e em pequenos grupos se reuniam para rezar o Rosário… Nesta difícil situação e neste local isolado, aconteceu, em 1798, a primeira “aparição” de Nossa Senhora, deixando-Se ver por todos os presentes, junto de uma árvore, a ‘banyan’ (Ficus), muito conhecida naquela região. A Virgem Imaculada apresentava-se majestosa, belamente vestida, tendo o Menino Jesus nos braços, e foi reconhecida por aquelas pessoas como «A Nossa Bendita Mãe». Então Ela disse-lhes que, para serem curados das doenças, fizessem chá com as folhas duma outra árvore, ‘Lavang’ (que daria nome ao lugar e à ‘Invocação’ de Nossa Senhora [*]. Que «seriam atendidas as pessoas que rezassem lá»… Mesmo com o perigo de novas perseguições, foi aumentando o número das pessoas que lá iam rezar… “A Bendita Mãe” continuou a “aparecer” ao povo neste mesmo lugar, várias vezes, ao longo de um período de uns cem anos (!) de perseguição religiosa… Houve muitos grupos de católicos vietnamitas que morreram mártires (queimados vivos por causa da sua fé)… Em 1886, o bispo Gaspar mandou construir um Templo em honra da Senhora, “Bendita Mãe”, que só se inaugurou em 1901; sendo então proclamada, a Senhora de Lavang, protetora dos católicos vietnamitas. Em 1961, a Conferência do Bispos Vietnamitas selecionou a santa igreja de Lavang como o Centro Sagrado Mariano Nacional… Infelizmente, em 1972 o Santuário foi destruído pelos comunistas-marxistas… E a reconstrução ainda não foi concluída (!).
[*]- Escreve-se Lavang ou La Vang: é a planta ‘cravinho’ ou ‘cravo-da-Índia’ (Myrtus caryophyllus / Syzygium aromaticum).
2-] Figueira-de-bengala (Ficus benghalensis). Estas árvores são originárias do sul e sudeste asiático (onde têm o nome vulgar de ‘banyan’, no Vietname, por ex.); preferem, por isso, os climas tropicais. São da Família Moraceæ, tal como as outras espécies do Género Ficus. O seu porte pode atingir até os 30 m de altura; e é uma árvore de folhagem perene, cuja folha é ovalada ou elíptica, de nervuras bem definidas. Os frutos (~pequenos ‘figos’) de 1-2 cm de diâmetro, formam-se ‘em pares’, tendo coloração vermelha brilhante quando maduros. É típico desta árvore (figueira-de-bengala ou banyan) produzir continuamente raízes aéreas delgadas que crescem até atingir o solo; começando, a seguir, a engrossar até formarem troncos, que se confundem com o tronco principal. Assim, espalhando-se lateralmente de forma ilimitada, podem crescer até ocuparem vários hectares (!)… [É – também por isto – uma “árvore única”!].
3-] Os ‘Lugares’ (Santuários-Aparições-Títulos-Invocações…) de ‘NOSSA SENHORA’ e MÃE, Maria, ‘visitados’ nas nossas Reflexões, até ao presente, são, por esta ordem: [O ‘link’ do Blog – arquivo de todas as REFLEXÕES – vai sempre no fim].
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21 Junho, 2024
«OMNIPOTÊNCIA… em MISERICÓRDIA»
Luis López A Palavra REFLETIDA
— 35.B3 – Domingo 12 – T. Comum / “A Palavra” (“Salmos R.”) refletida, ao ritmo Litúrgico —
«OMNIPOTÊNCIA… em MISERICÓRDIA»
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== [Do ‘Salmo Responsorial’]: “«Porque é eterno o seu amor: Cantai ao Senhor!»… Os que se fizeram ao mar nos seus navios, a fim de labutar na imensidão das águas, esses viram os prodígios do Senhor e as suas maravilhas no alto mar. À sua palavra, soprou um vento de tempestade… Eles lutavam entre a vida e a morte. Na sua angústia invocaram o Senhor… Ele mudou o temporal em brisa suave… Até ao porto desejado. Graças ao Senhor pela sua misericórdia…!”.(Sl 106,1.23-31) ==
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– É interessante constatar – talvez na maior parte dos Salmos – a existência de expressões que contêm a palavra “amor” (e/ou) “misericórdia”,seja qual for o assunto geral do Salmo, ou o tema particular dos versículos em causa. Parece como que fosse uma constante no “orante” voltar-se para o Deus-Amor!
– Desta vez, o verso Responsorial – “Cantai ao Senhor, porque é eterno o seu amor!” – apresenta, como vemos, a tradução como “amor” em vez de como “misericórdia”. Isto depende dos tradutores, o que vem demonstrar que ambos termos significam a mesma coisa (-?-)…
– Resulta, assim, evidente que a definição de Deus – se é que Deus pode ser ‘definido’(!?) – seria, como sabemos, “Deus é Amor” (1Jo 4, 8.16), ou então, “Deus é Misericórdia”. E cá está o raciocínio: Sabemos que Miseri-córdia = «sobre “a miséria” pôr “o coração”», e o coração é o ‘assento’(?) do Amor. É claro!…
– Então, podemos chamá-lo Amor, ou dizê-lo Misericórdia… mas, em todo o tempo e lugar, estaremos envolvidos, penetrados… por esta Verdade. Diríamos melhor: “Somos” esta Verdade que ousamos chamar Deus!… E não fomos nós; foi Jesus, o Filho, quem no-lo revelou: “Sois Deus”(*). Para nós, grande mistério!
– Parece que o Mal ocorre no mundo, devido a duas causas: às leis enigmáticas do Cosmos e à liberdade intocável (e ‘omnipotente’?) do ser Humano. Porém, sobre essas “causas” está a Omnipotência Divina!…
– Essa é a ‘tese’ do Salmo: “No meio da tempestade… lutavam entre a vida e a morte… Na sua angústia, eles invocaram o Senhor… Ele mudou o temporal em brisa suave… Até eles chegarem ao porto desejado”. E então, agora sim: “Graças ao Senhor pela sua misericórdia…!”.(Sl 106, 23-31)
(*) – (Jo 10,34 / Sl 82,6). Não há um ser humano (nem qualquer outra “criatura” pensante) que imaginasse tal coisa, e ainda menos ousasse afirmar –“revelar”– semelhante verdade ou realidade. Só o próprio Deus, ou seja, Jesus-Deus!
>> «NOSSA SENHORA dos CONTINENTES e das NAÇÕES (dos Países, das Pátrias)»
– ‘Títulos’/‘Invocações’/(‘Piropos’) de N. Senhora. Países com «Título Mariano ‘Nacional’» conhecido(!?). [Seguindo a ordem dos Continentes (de menor a maior número ‘dos seus Países’ com ‘título Nacional’):
1-Oceania… 2-Ásia… 3-Europa… 4-América… 5-África…] –
Nossa Senhora da AMÉRICA:
Nossa Senhora da Costa Rica (‘Senhora dos Anjos’- A ‘negrita’).
Nossa Senhora de Panamá (“Santa Maria ‘La Antigua’”).
Ó Senhora –“rodeada de Anjos”–, e Senhora –“A Antiga”– capaz de ‘unir Oceanos’ separados,
nós oramos (diante do ‘Pai de Amor Misericordioso’) com a nossa, antiga e nova, “Salve Rainha”:
«Mãe de Misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A Vós bradamos os degradados
filhos de Eva, a Vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas. Eia, pois,
Advogada nossa, esses vossos olhos Misericordiosos a nós volvei! E depois deste desterro,
nos mostrai Jesus, bendito fruto do vosso ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Ámen.»
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