(Ciclo B – Domingo 16 do T. Comum…)
«ATÉ À UNIÃO… DESDE A DISPERSÃO!»
Já foi afirmado noutra altura – lembram-se? – que o «destino-vocacional» de todo o ser humano é «caminhar, desde a dispersão, para a unidade essencial». Porque, embora a nossa existência foi sonhada e iniciada na “harmonia de uma união feliz”… a própria liberdade humana encarregou-se de produzir dispersão, divisão… das mais diversas formas e maneiras. Pareceria que estivéssemos submetidos só a “forças centrífugas”, “programadas” por alguém para semear a desordem e a confusão… Desde logo, o aviso do profeta Jeremias é já bem antigo: “Diz o Senhor: «Ai dos pastores que perdem e dispersam as ovelhas do meu rebanho!»”… (Jr 23 / 1ª L.).
Cabe, então, pensarmos: Ou porque alguns “guias” (“programadores”?) são maldosos…ou porque, pura e simplesmente, faltam bons “guias-pastores” para conduzir o rebanho da humanidade… mas, de facto, o estado resultante é lamentável! E ainda em tempos de Jesus, percebia-se esta mesma situação: “Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas”. (Mc 6 / 3ª L.).
Mas esta situação (“ovelhas dispersas”) não deve continuar assim! Há que fazer uma “inversão de marcha” (com “força centrípeta”, que diria a Física) e caminharmos, exatamente, no sentido contrário… para a situação original, de onde procedemos e para a que fomos criados, isto é, o Amor na Unidade! Bem entendido que, para tal, vamos precisar sempre uma força maior, superior às nossas débeis forças. Por isso, o profeta Jeremias, transcrevendo a própria Palavra de Deus, continua: “Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas de todas as terras onde se dispersaram e as farei voltar às suas pastagens, para que cresçam e se multipliquem. Dar-lhes-ei pastores que as apascentem, e não mais terão medo nem sobressalto; nem se perderá nenhuma delas – oráculo do Senhor –”. (Jr 23 / 1ª L.).
E o primeiro pastor bom, que o Pai Deus nos dá, para conduzir esta “inversão de marcha”, é o seu próprio Filho, «o Bom Pastor» – o príncipe dos outros bons pastores –. Este Jesus de Nazaré (no texto citado de Marcos e para que aprendessem esses futuros pastores que Lhe acompanhavam) “começou a ensinar muitas coisas” demoradamente, àquela multidão, rebanho disperso de “ovelhas sem pastores”. O novo estilo deste Novo Pastor vai ser exemplo a seguir pelos seus verdadeiros “discípulos pastores”, que trabalharão na mesma direção e sentido, com a esperança firme de que se cumprirá a sua profecia: “Haverá um só rebanho e um só pastor”. E embora haja ainda “outras ovelhas que não são desse redil”… acabarão por “escutar a Sua voz”. [ver: Jo 10, 16].
Mas, nesta «marcha em direção à Unidade, ao Amor», há uma coisa que sentimos e vivemos como certa: Quem infunde em nós a força necessária para caminhar e “pastorear” (pois não esqueçamos que somos ao mesmo tempo ovelhas e pastores!), quem nos infunde essa energia “num só Espírito”, é O mesmo que nos acompanha e vai à nossa frente como Bom Pastor que, ao “dar a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10, 11), está criando a perfeita Unidade. Escreve-o S. Paulo com aquela sua expressão convicta: “De uns e outros, Ele fez em Si próprio um só homem novo, estabelecendo a paz. Pela cruz reconciliou com Deus uns e outros, reunidos num só corpo, levando em Si próprio a morte à inimizade. Por Ele, uns e outros podemos aproximar-nos do Pai, num só Espírito”. (Ef 2 / 2ª L.). E vale a pena repararmos nas expressões repetidas em tão breve texto: / de uns e outros / um só homem novo / reunidos num só corpo / morte à inimizade / uns e outros mais próximos do Pai / num só Espírito /. O que nos leva a concluir: esta verdade evangélica poderá ser dita por outras palavras ou de outras maneiras, mas não com mais lucidez e convicção!
Para que todos o saibam,
vou proclamar com o salmista
– sentindo-me também eu, ovelha e pastor –
e pela experiência vivida na minha história:
«O Senhor é meu pastor, nada me falta!…
Nas águas refrescantes da Unidade
e nos verdes prados da Harmonia fraterna,
encontro o conforto do Amor autêntico;
e o mesmo Deus reconforta a minha alma…
Sei que, mesmo atravessando vales tenebrosos,
– os vales negros da dispersão e das divisões –
não temerei nenhum mal do “inimigo”,
porque o cajado do meu Bom Pastor
e a sua fiel amizade me enchem de confiança».
E quando chegarmos à Unidade Total…
então é que vou cantar cheio de alegria:
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
[ do Salmo Responsorial / 22 (23) ]
18 Julho, 2015
«ATÉ À UNIÃO… DESDE A DISPERSÃO!»
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
(Ciclo B – Domingo 16 do T. Comum…)
«ATÉ À UNIÃO… DESDE A DISPERSÃO!»
Já foi afirmado noutra altura – lembram-se? – que o «destino-vocacional» de todo o ser humano é «caminhar, desde a dispersão, para a unidade essencial». Porque, embora a nossa existência foi sonhada e iniciada na “harmonia de uma união feliz”… a própria liberdade humana encarregou-se de produzir dispersão, divisão… das mais diversas formas e maneiras. Pareceria que estivéssemos submetidos só a “forças centrífugas”, “programadas” por alguém para semear a desordem e a confusão… Desde logo, o aviso do profeta Jeremias é já bem antigo: “Diz o Senhor: «Ai dos pastores que perdem e dispersam as ovelhas do meu rebanho!»”… (Jr 23 / 1ª L.).
Cabe, então, pensarmos: Ou porque alguns “guias” (“programadores”?) são maldosos…ou porque, pura e simplesmente, faltam bons “guias-pastores” para conduzir o rebanho da humanidade… mas, de facto, o estado resultante é lamentável! E ainda em tempos de Jesus, percebia-se esta mesma situação: “Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas”. (Mc 6 / 3ª L.).
Mas esta situação (“ovelhas dispersas”) não deve continuar assim! Há que fazer uma “inversão de marcha” (com “força centrípeta”, que diria a Física) e caminharmos, exatamente, no sentido contrário… para a situação original, de onde procedemos e para a que fomos criados, isto é, o Amor na Unidade! Bem entendido que, para tal, vamos precisar sempre uma força maior, superior às nossas débeis forças. Por isso, o profeta Jeremias, transcrevendo a própria Palavra de Deus, continua: “Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas de todas as terras onde se dispersaram e as farei voltar às suas pastagens, para que cresçam e se multipliquem. Dar-lhes-ei pastores que as apascentem, e não mais terão medo nem sobressalto; nem se perderá nenhuma delas – oráculo do Senhor –”. (Jr 23 / 1ª L.).
E o primeiro pastor bom, que o Pai Deus nos dá, para conduzir esta “inversão de marcha”, é o seu próprio Filho, «o Bom Pastor» – o príncipe dos outros bons pastores –. Este Jesus de Nazaré (no texto citado de Marcos e para que aprendessem esses futuros pastores que Lhe acompanhavam) “começou a ensinar muitas coisas” demoradamente, àquela multidão, rebanho disperso de “ovelhas sem pastores”. O novo estilo deste Novo Pastor vai ser exemplo a seguir pelos seus verdadeiros “discípulos pastores”, que trabalharão na mesma direção e sentido, com a esperança firme de que se cumprirá a sua profecia: “Haverá um só rebanho e um só pastor”. E embora haja ainda “outras ovelhas que não são desse redil”… acabarão por “escutar a Sua voz”. [ver: Jo 10, 16].
Mas, nesta «marcha em direção à Unidade, ao Amor», há uma coisa que sentimos e vivemos como certa: Quem infunde em nós a força necessária para caminhar e “pastorear” (pois não esqueçamos que somos ao mesmo tempo ovelhas e pastores!), quem nos infunde essa energia “num só Espírito”, é O mesmo que nos acompanha e vai à nossa frente como Bom Pastor que, ao “dar a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10, 11), está criando a perfeita Unidade. Escreve-o S. Paulo com aquela sua expressão convicta: “De uns e outros, Ele fez em Si próprio um só homem novo, estabelecendo a paz. Pela cruz reconciliou com Deus uns e outros, reunidos num só corpo, levando em Si próprio a morte à inimizade. Por Ele, uns e outros podemos aproximar-nos do Pai, num só Espírito”. (Ef 2 / 2ª L.). E vale a pena repararmos nas expressões repetidas em tão breve texto: / de uns e outros / um só homem novo / reunidos num só corpo / morte à inimizade / uns e outros mais próximos do Pai / num só Espírito /. O que nos leva a concluir: esta verdade evangélica poderá ser dita por outras palavras ou de outras maneiras, mas não com mais lucidez e convicção!
Para que todos o saibam,
vou proclamar com o salmista
– sentindo-me também eu, ovelha e pastor –
e pela experiência vivida na minha história:
«O Senhor é meu pastor, nada me falta!…
Nas águas refrescantes da Unidade
e nos verdes prados da Harmonia fraterna,
encontro o conforto do Amor autêntico;
e o mesmo Deus reconforta a minha alma…
Sei que, mesmo atravessando vales tenebrosos,
– os vales negros da dispersão e das divisões –
não temerei nenhum mal do “inimigo”,
porque o cajado do meu Bom Pastor
e a sua fiel amizade me enchem de confiança».
E quando chegarmos à Unidade Total…
então é que vou cantar cheio de alegria:
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
[ do Salmo Responsorial / 22 (23) ]