(Ciclo B – Domingo 18 do T. Comum…)
«MAN-HU?» – QUE É ISTO?
Enquanto não chegarmos à meta final, nesta nossa caminhada – “de retorno” – em direção ao Centro (Verdade-Amor) donde saímos – lembram-se? –, enquanto lá não estivermos, iremos continuar a “trocar os termos” e a “confundir os sentidos” de certas coisas importantes que se nos propõe. Ainda mais quando o nosso percurso é no caminho do espírito!
É compreensível, e desculpável, que os nossos antepassados (em tempos e lugares tão primitivos) não soubessem distinguir aqueles estranhos “grânulos de geada”, que pareciam outra coisa logo que “se evaporou a camada de orvalho”… E assim, era normal que exclamassem, uns para os outros: “«Man-hu?», quer dizer, «Que é isto?»”. Certamente, ainda se encontravam “muito longe” nessa tal caminhada de retorno, para entender que aquele “pão que Deus fazia chover do céu”, aliás, “o pão que o Senhor lhes deu em alimento”, era apenas «uma figura». (Ex 16 / 1ª L.).
Menos compreensível, mas também desculpável, foi a atitude daquelas multidões, na sequência da “multiplicação dos pães e dos peixes” (da Palavra, no Evangelho de hoje). Estamos a dizer que “se compreende menos” talvez pelo facto de, aquelas gentes, estarem já na presença de Jesus de Nazaré, o Messias Salvador, e não darem conta disso! Mas, ao mesmo tempo, têm de ser igualmente desculpados… até porque nós, no seu caso, teríamos feito algo de semelhante! Não é verdade?
Vejamos, então, qual foi a resposta de Jesus ao perguntarem eles “«Mestre, quando chegaste aqui?»”. Jesus sabia que o que eles queriam perguntar, na realidade, era: «Quando é que vais repetir a “multiplicação” para comermos novamente até ficarmos fartos?». Por isso, lhes responde: “«Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres (“sinais”!), mas porque comestes dos pães e ficastes saciados”… Quantas vezes descobrimos, nos Evangelhos, a paciência infinita de Jesus – até com os seus discípulos mais próximos! – sempre que a Sua linguagem apontava num sentido e eles iam por outro!…
E no caso presente, está bem patente: Nem o tal “maná” daquele deserto era “verdadeiro pão do céu”… nem este pão de Jesus vai ser um simples pão material. Este vai ser outra coisa e muito mais: Será o seu próprio Corpo e Sangue! E assim, a Palavra de Jesus esclarece tudo: “«Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo”… E conclui: “Eu é que sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede»”. (Jo 6 / 3ª L.). Mas que fome!?… E qual sede!?…
Então, agora… calha-nos perguntarmo-nos: No meio disto tudo, onde é que nos encontramos situados? Não será que ainda temos alguma semelhança com “aqueles discípulos de Moisés” e bastante de parecido com “estes discípulos de Jesus”? É mesmo para pensarmos… quantas graças, dons, benefícios… recebidos e talvez desperdiçados ou esbanjados!
Seja como for, o nosso compromisso, desde já, vem sugerido e pautado pela “exortação” de S. Paulo (na sua Carta de hoje) – “homem novo” vs “homem velho” –:
“É necessário abandonar a vida de outrora e pôr de parte o homem velho… Renovai-vos pela transformação espiritual da vossa inteligência e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus”… (Ef 4 / 2ª L.).
Não fiques, Senhor, admirado
por continuarmos sem entender
quer as Tuas palavras quer os Teus gestos
quer, até, as maravilhas que realizaste
desde os tempos dos nossos pais
– como eles mesmos nos contaram –
quando lhes abriste as portas do céu,
quando deste ordem às nuvens do alto
para choverem “o maná”, o “pão do céu”…
Porque, tal como eles, ó Pai nosso,
nós continuamos sem querer entender…
Ainda não somos capazes de “atingir”
que este “novo maná” que Tu nos dás
– no Corpo e Sangue do Teu Filho –
é o verdadeiro “pão do Céu”, o “Pão da Vida”…
Como é grande, ó Pai, a Tua paciência connosco,
pois continuamos a ser “lentos de espírito”
para compreendermos as Escrituras…
No entanto, Jesus, prometemos crer, aceitar
e alimentar-nos deste mistério do Pão da Vida
– o verdadeiro “pão dos fortes” –
o Alimento Eucarístico, no Teu Corpo e Sangue!
[ do Salmo Responsorial / 77 (78) ]
31 Julho, 2015
«MAN-HU?» – QUE É ISTO?
Luis López A Palavra REFLETIDA 0 Comments
(Ciclo B – Domingo 18 do T. Comum…)
«MAN-HU?» – QUE É ISTO?
Enquanto não chegarmos à meta final, nesta nossa caminhada – “de retorno” – em direção ao Centro (Verdade-Amor) donde saímos – lembram-se? –, enquanto lá não estivermos, iremos continuar a “trocar os termos” e a “confundir os sentidos” de certas coisas importantes que se nos propõe. Ainda mais quando o nosso percurso é no caminho do espírito!
É compreensível, e desculpável, que os nossos antepassados (em tempos e lugares tão primitivos) não soubessem distinguir aqueles estranhos “grânulos de geada”, que pareciam outra coisa logo que “se evaporou a camada de orvalho”… E assim, era normal que exclamassem, uns para os outros: “«Man-hu?», quer dizer, «Que é isto?»”. Certamente, ainda se encontravam “muito longe” nessa tal caminhada de retorno, para entender que aquele “pão que Deus fazia chover do céu”, aliás, “o pão que o Senhor lhes deu em alimento”, era apenas «uma figura». (Ex 16 / 1ª L.).
Menos compreensível, mas também desculpável, foi a atitude daquelas multidões, na sequência da “multiplicação dos pães e dos peixes” (da Palavra, no Evangelho de hoje). Estamos a dizer que “se compreende menos” talvez pelo facto de, aquelas gentes, estarem já na presença de Jesus de Nazaré, o Messias Salvador, e não darem conta disso! Mas, ao mesmo tempo, têm de ser igualmente desculpados… até porque nós, no seu caso, teríamos feito algo de semelhante! Não é verdade?
Vejamos, então, qual foi a resposta de Jesus ao perguntarem eles “«Mestre, quando chegaste aqui?»”. Jesus sabia que o que eles queriam perguntar, na realidade, era: «Quando é que vais repetir a “multiplicação” para comermos novamente até ficarmos fartos?». Por isso, lhes responde: “«Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres (“sinais”!), mas porque comestes dos pães e ficastes saciados”… Quantas vezes descobrimos, nos Evangelhos, a paciência infinita de Jesus – até com os seus discípulos mais próximos! – sempre que a Sua linguagem apontava num sentido e eles iam por outro!…
E no caso presente, está bem patente: Nem o tal “maná” daquele deserto era “verdadeiro pão do céu”… nem este pão de Jesus vai ser um simples pão material. Este vai ser outra coisa e muito mais: Será o seu próprio Corpo e Sangue! E assim, a Palavra de Jesus esclarece tudo: “«Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo”… E conclui: “Eu é que sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede»”. (Jo 6 / 3ª L.). Mas que fome!?… E qual sede!?…
Então, agora… calha-nos perguntarmo-nos: No meio disto tudo, onde é que nos encontramos situados? Não será que ainda temos alguma semelhança com “aqueles discípulos de Moisés” e bastante de parecido com “estes discípulos de Jesus”? É mesmo para pensarmos… quantas graças, dons, benefícios… recebidos e talvez desperdiçados ou esbanjados!
Seja como for, o nosso compromisso, desde já, vem sugerido e pautado pela “exortação” de S. Paulo (na sua Carta de hoje) – “homem novo” vs “homem velho” –:
“É necessário abandonar a vida de outrora e pôr de parte o homem velho… Renovai-vos pela transformação espiritual da vossa inteligência e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus”… (Ef 4 / 2ª L.).
Não fiques, Senhor, admirado
por continuarmos sem entender
quer as Tuas palavras quer os Teus gestos
quer, até, as maravilhas que realizaste
desde os tempos dos nossos pais
– como eles mesmos nos contaram –
quando lhes abriste as portas do céu,
quando deste ordem às nuvens do alto
para choverem “o maná”, o “pão do céu”…
Porque, tal como eles, ó Pai nosso,
nós continuamos sem querer entender…
Ainda não somos capazes de “atingir”
que este “novo maná” que Tu nos dás
– no Corpo e Sangue do Teu Filho –
é o verdadeiro “pão do Céu”, o “Pão da Vida”…
Como é grande, ó Pai, a Tua paciência connosco,
pois continuamos a ser “lentos de espírito”
para compreendermos as Escrituras…
No entanto, Jesus, prometemos crer, aceitar
e alimentar-nos deste mistério do Pão da Vida
– o verdadeiro “pão dos fortes” –
o Alimento Eucarístico, no Teu Corpo e Sangue!
[ do Salmo Responsorial / 77 (78) ]