22c- Ainda e Sempre... «Vigor invisível»!

(Ciclo C – Domingo do PENTECOSTES) 

 AINDA E SEMPRE… «VIGOR INVISÍVEL»!

 É admirável a maravilhosa “organização” que existe numa colmeia, e todos ficamos surpreendidos ao observar a “misteriosa” atitude e conduta das “abelhas” – todas e cada uma – dentro dessa “complicada”(?) estrutura da colmeia. Afinal, não passam de simples e vulgares bichinhos, embora designados, com toda razão e mérito, “insectos sociais” (tal como as formigas, as termites, etc.)…

Grande número de pessoas já se perguntou pela causa e motivo de tal comportamento – individual e social ao mesmo tempo! – e até já houve quem denominasse, a esse “motor” invisível, gerador dessa “maravilha”, com o significativo nome de «o espírito da colmeia» (M. Maeterlinck) para descrever «esse espírito todo-poderoso, enigmático e paradoxal a quem as abelhas parecem obedecer»

Pois este “símil” do «espírito da colmeia» (que até deu origem ao título de um filme), serve-nos hoje como ponto de partida para a nossa Reflexão (no Dia do Pentecostes). É verdade, quando refletimos acerca do Espírito Santo, vem-nos ao pensamento esse «espírito da colmeia», e perguntamo-nos: «qual a origem dessa força-vigor paradoxal», infundida ou imprimida nos seres humanos, capaz de produzir as “maravilhas de Deus” (At 2 / 1ª L.) que se observam no mundo – na sociedade humana – desde aquele primeiro Pentecostes? Esta questão, insondável e enigmática, poderá continuar sem resposta quanto às causas (?), mas não quanto aos efeitos!

Sim, porque a Palavra de hoje está cheia destes efeitos, frutos, “maravilhas de Deus”… concebidos e gerados por esse «vigor-energia» invisível e indefinível:

– Aquele “rumor e forte rajada de vento” era apenas a manifestação exterior do vigor-força-poder, capaz de «renovar a face da terra» (Sl 103) por dentro e por fora. Tal como aquela “espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo…”, que significam a energia e potencial interior, que faz “falar outras línguas…” e/ou ser “entendidas nos diversos idiomas”… (At 2 / 1ª L.).

– Se podemos “dizer com verdade «Jesus é o Senhor»” – como Paulo nos ensina – isso é devido ao facto de nos sentirmos “sob a ação do Espírito Santo”, isto é, através dos “Seus dons, que se manifestam em cada um para o bem comum”… (1 Cor 12 / 2ª L1.). E não podia ser de outro modo, já que esse mesmo “Espírito, Paráclito, que o Pai enviará em Seu nome – em palavras do próprio «Senhor Jesus» – esse Espírito Santo “é quem nos ensinará todas as coisas e nos recordará tudo o que Ele nos disse»”.  (Jo 14 / 3ª L2.).

– Ou, então – e isto seria humanamente impensável! – só “quem recebeu o Espírito de filiação pode exclamar em verdade: «Abá, Pai»”, até porque “é o próprio Espírito Santo que dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus”… (Rm 8 / 2ª L2.).

– A Misericórdia do Pai, em Jesus e por Jesus («Rosto da misericórdia de Deus»), misericórdia essa que se traduz no perdão incondicional e definitivo, só é possível, nos seres humanos, se estiverem imbuídos do Espírito de Jesus, segundo as Suas próprias palavras: “«Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados»…” (Jo 20 / 3ª L1.).

– Definitivamente, não se pode pedir mais! E só nos resta concluir com esta Verdade de Salvação, reconfortante e decisiva: “O Pai Deus, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós… Porque, se pelo Espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis…” (Rm 8 / 2ª L2.). E tudo, por Obra e Graça do Espírito Santo, esse «VIGOR INVISÍVEL»!

 

Vem, ó Santo Espírito, vem, Amor ardente,

“renova a terra” com Tua Luz fulgente!

Vem, ó Pai dos pobres! Na dor e aflições

vem encher de gozo os nossos corações.

Benfeitor supremo em todo o momento,

habitando em nós és o nosso alento.

Descanso na luta e na paz encanto,

no calor és brisa, conforto no pranto.

Luz de santidade, que o Céu inflamas,

dos Teus fiéis amigos abrasa as almas.

Sem a Tua força e favor clemente,

nada há no homem que seja inocente.

Lava as nossas manchas, rega a aridez,

sara os enfermos e a todos dá Fé.

Abranda durezas para os caminhantes,

anima os tristes, guia os errantes.

Os Teus sete dons concede às almas,

até que elas cheguem à Eterna Morada.

Glória a Deus p’ra sempre, cante todo o ser,

pois a minha alma Te bendiz! Amém.

                 [ «Sequência» e S.R./103 (104) ]