40aa- «Oração de Salomão que agradou a Deus...

 – A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

 (Ciclo A – Domingo 17 do T. Comum)

 

“Esta oração de Salomão agradou ao Senhor, que lhe disse: «Já que me pediste isso e não uma longa vida, nem riqueza, nem a morte dos teus inimigos, mas sim o discernimento para governar com rectidão, vou proceder conforme as tuas palavras: dou-te um coração sábio e perspicaz, tão hábil que nunca existiu nem existirá jamais alguém como tu…»”. (1 Rs 3,11-12 / 1ª L.).

 

Este famoso rei do Povo hebreu, Salomão, acaba de suceder no trono real ao seu pai, David. É normal que, seguindo o exemplo e os últimos conselhos do pai, faça esta oração a Deus. E embora a sua vida foi desviando-se da trajetória do pai (é triste que começasse bem e acabasse mal!)… Salomão não deixa de ser um dos reis mais notáveis da história bíblica. E olhem que Deus lhe preveniu na mesma altura: «Se andares nos meus caminhos e observares as minhas ordens como fez David, teu pai, dar-te-ei uma longa vida»!…

 

A – Desde logo, nesta Palavra de hoje, Salomão é um exemplo a seguir acerca do que devemos pedir nas nossas orações. E podíamos lembrar a famosa e extensa Oração de Consagração do novo Templo (1Rs 8,23-53), construído por ele; para não falar de alguns Salmos a ele atribuídos…

B – Seja como for, reflitamos brevemente acerca desta oração que o texto nos apresenta. E o que Salomão acabava de pedir a Deus era isto: “Senhor, meu Deus,… dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente, para governar o vosso povo, para saber distinguir o bem do mal…”.

A – Teria sido normal e natural – mormente naquela época e circunstâncias – o ter pedido um exército forte para vencer os inimigos, riquezas, saúde, amor… Afinal, o que todos querem (?!).

B – Então, por aquela oração sincera e exemplar, Deus fica contente (“agradou ao Senhor”), e começa por conceder-lhe o que Lhe pede: «Dou-te um coração sábio e perspicaz, tão hábil…».

A – Tudo bem. Mas para quem conhece o desfecho da história posterior de Salomão  suscita-se esta questão: Esse desvio para o “mal” não poderia ter sido evitado se Deus não lhe tivesse dado, sem ele pedir, “riquezas e glória, de modo que, durante a sua vida, não existisse outro rei igual”?

B – Isto poderia ter, à partida, um ponto de verdade, mas também é certo que, como bem sabemos, os bens deste mundo não são maus em si mesmos. Depende do uso que deles façamos!

A – Ou seja que não podemos, então, concluir, de modo nenhum, que Deus fez mal ao conceder-lhe aquelas “riquezas e glória” terrenas; até porque, sem elas, ele também podia ter sido infiel…

B – Fiquemos, portanto, com aquela «oração de Salomão» e façamo-la nossa sempre que nos disponhamos a apresentar a Deus as nossas necessidades ou preocupações… Tentemos sempre não nos desviarmos daquilo que Deus gosta (que “agrada ao Senhor”).

 

A/B: Por isso, Senhor, começamos agora por pedir-Te que nos ilumines para

conhecermos, em cada circunstância, o que é do Teu agrado e mais nos convenha.

Para simplificar, poderíamos pedir, como o autor dos Provérbios (Pr 30, 8-9):

«Não me dês pobreza nem riqueza, concede-me o pão que me é necessário,

para que, saciado, não te renegue e diga: “Quem é o Senhor?”.

Ou, empobrecido, não roube e não profane o nome do meu Deus».

Mas nós – que não sabemos rezar – preferimos acudir ao Teu Espírito, Senhor,

que ora em nós, e por nós intercede, com gemidos inefáveis (Rm 8,26).

             

// PARA uma outra REFLEXÃO ALARGADA: http://palavradeamorpalavra.sallep.net