– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 4 do Advento)

 

“Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá … Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?…»”. (Lc 1,39.42 / 3ª L.).

 

Mesmo nas vésperas do Nascimento de Cristo Jesus, a protagonista principal – na Palavra deste último domingo do Advento – não podia ser outra que a Sua Mãe, Maria. Por isso, além do texto que escolhemos, do Evangelho, e para projetar mais luz sobre o tema, é bom transcrever aqui estes dois excertos relativos a Maria (das outras duas Leituras): [ (da 1ªL /Mq 5)-“…Até à altura em que der à luz aquela que há de ser mãe…”; (e da 2ªL /Hb 10)-“…Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo…” (o que só foi possível “em Maria e por Maria”) ]. Tudo isto, para centrar a nossa reflexão sobre aquilo que é comum às três Leituras, e que concerne a Maria.

 

A – Vê-se logo que, na Virgem Maria, cumpre-se perfeitamente aquela afirmação de Jesus: “quem se humilha será exaltado”(Mt 23; Lc 14 e 18). Quanto mais Ela é humilde, tanto mais é exaltada!

B – Acaba de receber a embaixada do Anjo e aceitar a Palavra do Senhor, que, num instante, a fez “Mãe de Deus”, e não sente qualquer relutância ao “pôr-se a caminho apressadamente para a montanha” de Judá!

A – É que a jovem Maria tinha compreendido que era lá que Deus a queria agora, pelas últimas palavras do Anjo (“a tua parente Isabel tem concebido um filho na sua velhice, e já está no sexto mês…”).

B – E estamos tão afeitos a ouvir dizer, de Maria, que é a Conceição Imaculada, a Sempre Virgem, a Mãe de Deus… que, ao observarmos a sua contínua singeleza e modéstia, a sua humildade e ‘pequenez’, a sua incessante atitude de serviço…, podemos ficar certamente desorientados e confusos!

A – Aliás, podemos dizer que esta sua atitude e conduta é o específico, o característico, o próprio d’Ela… enquanto o primeiro – os seus atributos e privilégios – são iniciativa de Deus (!?).

B – Mais uma vez – e já são tantas! – estamos perante o modo de agir de Deus, o seu jeito de proceder, o estilo do seu desígnio divino, que sempre foi e será: Atuar ‘desde’ e ‘com’ o que é ‘mais pequeno’!

A – Sim, as constantes são sempre as mesmas: «De ti, Belém-Efrata, pequena entre as cidades de Judá…»; «Até à altura em que der à luz a donzela que há de ser mãe…»;...  Assim de simples e ‘pequeno’!

B – Mesmo que a sua parente Isabel – inspirada por Deus – a proclame “bendita entre as mulheres…!”, Ela dirá: “Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. Doravante me chamarão ditosa todas as gerações”…

 

A-BSenhor, será que hoje podemos rezar com Maria ‘o seu Magnificat’ (d’Ela e nosso)?:

“A nossa alma Te glorifica, Senhor, e o nosso espírito se alegra em Ti, Deus Salvador…

Tu porás os olhos em nós se formos humildes servos e vivermos para os outros…

Por este nosso exemplo diante dos outros, eles glorificarão, ó Pai, o Teu nome Santo.

Estamos convictos – com a certeza de Maria, a Mãe – de que a Tua Misericórdia é eterna;

que sempre podemos confiar na Tua bondade e misericórdia, de geração em geração…

Os soberbos são dispersos, os poderosos vencidos, os ricos irão sem nada…

Porém, Tu sempre exaltarás os humildes e encherás de bens os famintos…”.

O Teu louvor – Pai, Filho e Espírito Santo – estará sempre na nossa alma e coração!  

 

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