———-  [ 39.Ccc- Domingo.16-Comum ]

Æ  “Jesus entrou em certa povoação, e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa

Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço… Jesus disse-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada»”. (Lc 10,38-42 -3ªL-).

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= Introdução “contextual”: ‘Família de Betânia’ = (*)            [E desculpem a ‘extensão’ desta vez!]

Maria, essa jovem – irmã mais nova de Marta e de Lázaro – aparece, em três passagens diferentes, nos Evangelhos: uma em Lucas (Lc 10) e duas em João (Jo c.11 / c.12). E esta Maria (na opinião dos biblistas) não se deve confundir: nem com uma outra Maria (aquela “pecadora pública que ungiu e enxugou os pés de Jesus” num banquete na casa de um fariseu / Lc 7,38); nem com a Maria Madalena (ou Maria de Magdala, a grande convertida por Jesus “e a quem tinha livrado de sete demónios”/Lc 8,2). Ainda que Maria, que vivia em Betânia com os irmãos, também “ungiu os pés de Jesus” na sua casa, naquele jantar que Lhe foi oferecido pouco antes da sua morte (Jo 12,3)

Nessa família – sem pais (!) – Marta é a ‘dona’ da casa como irmã mais velha (um caso de “matriarcado” numa sociedade ‘machista’-!?) e, como tal, é responsável pelos seus dois irmãos…

Assim, Lázaro, o único homem da casa, poderíamos dizer que era ‘o ganha-pão’ daquela família (que vivia, sobretudo, das heranças paternas). Isso sim, Lázaro era “muito amigo de Jesus”, como se observa em todo o relato da sua ‘ressurreição’, embora há quem prefira dizer “revivência” (“voltar à vida corporal”) e não ressurreição em glória (como seria a de Jesus, e a de todos os humanos, após a nossa morte corporal).

E se observarmos a atitude posterior de Marta, nomeadamente no acontecimento da ‘ressurreição’ (volta à vida mortal) de Lázaro, seu irmão, podemos verificar a mutação profunda operada na vida de Marta. Ela ‘saiu’ para receber Jesus quando ainda Ele estava longe, enquanto a sua irmã Maria ficou sentada em casa. E perante a pergunta do Mestre acerca de se ela acreditava no Seu poder, Marta teve, sucessivamente, respostas deste teor (!): “«Ainda agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá»; «Eu sei que o meu irmão há de ressuscitar na ressurreição do último dia»; «Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo». É admirável esta profunda e essencial mudança operada nesta mulher em tão pouco tempo!

(*)- Lembramos que (por decreto do Papa Francisco-2021) estes três irmãos Santos, Marta, Maria e Lázaro, têm agora a sua festa (Memoria Litúrgica) no dia 29 de julho do Calendário da Igreja Católica.

 

Mais uma vez, as humanas tendências

de nos comparar sempre, uns com outros,

esquecendo o ditado popular:

«Toda comparação será odiosa»(!).

E tinha de ser Marta – ah, pudera! –

desde o seu estatuto responsável,

a lançar a questão bem pertinente(?):

“Não te importas, Senhor, que a minha irmã

me deixe a mim sozinha no serviço?”

Pareça ou não pergunta ‘inconveniente’(?),

não deixará de ser bem sucedida(!),

pois dá a Jesus uma oportunidade

d’Ele ditar Sua “comparação”:

“Maria escolheu a melhor parte,

que nunca lhe será arrebatada”.

Pois só Jesus (Deus) – no Seu Absoluto

cria comparações “absolutas”

(longe portanto de serem ‘odiosas’!):

São para bem de todos os Seus filhos!

Parece que Jesus, ao comparar

as atitudes de Maria e Marta,

não subestima em nada a ação de Marta,

ao pôr no seu lugar a de Maria.

E fica clara esta dupla lição:

«A maior atenção dada à “Palavra”

reforça a atitude de “serviço”!».

 

 

« Maria, Rainha da Família, Socorro dos migrantes; e S. José, Amparo das famílias,…   [Da: «LADAINHA» de Nossa Senhora…]

Conheces, Mãe, melhor do que ninguém e pela tua experiência, o autêntico sentido e vivência familiar. E compreendes, lamentas e padeces com as famílias desunidas ou falidas… Nesses casos, Mãe e “Rainha da Família”, acompanha a parte mais fraca ou a que mais sofre – Tu sabes bem –!  E protege sempre as famílias que querem permanecer fiéis no amor e harmonia familiar; e pois és “Socorro dos migrantes”, faz que saibam abrir-se aos outros e acolher e servir os peregrinos e migrantes, como a “família de Betânia”. E temos também a intercessão do teu Santo esposo, José, tão próximo de cada família humana, por ter sido o ‘chefe’ da tua Família terrena, e agora celestial “Amparo das famílias”

 

                  —- Da «Outra Poesia» —-

                —  “Marta, Marta!”  —

Marta, Marta, tu aprendeste

de Jesus a ‘mor lição’!

«Juntar, na vida e na ação:

a Palavra que acolheste

e o Serviço que viveste»!

Pois na “recuperação”

de Lázaro, teu irmão,

“fizeste um ato de fé:

nesse ‘Deus de Nazaré’

e n’outra Ressurreição”.(Jn 11,22-27)

                           ( ‘Décima’ – Anónimo )

 

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