– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 24 do Tempo Comum)  

  

“Caríssimo… A graça de Nosso Senhor superabundou em mim, com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus. É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, e eu sou o primeiro deles. Mas eu alcancei misericórdia, para que, em mim primeiramente, Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para os que hão de acreditar n’Ele, para a vida eterna…”. (1Tm 1,14-16 / 2ª L.).

                                                                                            

Na verdade, este texto de S. Paulo, escrevendo ao seu discípulo Timóteo, só poderá ser entendido mais claramente no contexto do Evangelho (3ª L.) onde o evangelista Lucas [aliás, «o evangelista da Misericórdia», pela maneira magistral como trata este Tema, no seu “Evangelho”, e até no seu “Atos dos apóstolos”] apresenta, ‘agrupadas’, as três melhores parábolas de Jesus acerca da “Misericórdia do Pai Deus”: a da ovelha extraviada e recuperada; a da dracma perdida e encontrada; e a do filho pródigo, que regressa à casa paterna. Principalmente – como é evidente – esta última, a melhor de todas as parábolas de Jesus, e o “texto” mais maravilhoso e admirável – criado e por criar (!?) – pela mente humana.[Opinião de especialistas no tema]… E principalmente à luz desta parábola do “filho pródigo” é possível situar e compreender as palavras de Paulo, referidas à sua própria e ‘espetacular’ Conversão

 

A – Paulo – nesta primeira parte da carta ao seu discípulo – tenta que fique bem esclarecido, para todos, o significado da sua conversão, graças, unicamente, à misericórdia divina que “encontrou”.

B – Em certa maneira, pretende demonstrar que, do modo como ele (“o primeiro pecador” por ter perseguido os discípulos de Cristo) foi perdoado, assim também o será qualquer grande pecador!

A – Ele especifica, primeiramente, o como e o porquê. Ao “superabundar em nós a graça de Nosso Senhor, a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus” leva-nos para a conversão pessoal…

B – E, rigorosamente, põe o fundamento de tudo nisto: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”!… Deixando claro que “esta palavra é digna de fé e merecedora de toda a aceitação”!

A – Paulo poderia afirmar, então, qualquer coisa como: «Se “eu alcancei a misericórdia”, ou melhor, se “eu fui alcançado pela misericórdia de Cristo” (cf. Fl 3,12), esta realidade terá acontecido em mim precisamente “como exemplo para os que hão de acreditar em Cristo Jesus para a vida eterna”».

B – Quer dizer: Fica assim bem esclarecido (segundo aquilo de Jesus: “quem possa entender que entenda”) o sentido e significado da tese e do argumento lógico de Paulo no seu Texto global

A – Efetivamente: Qualquer ser humano nunca deve desesperar de atingir a salvação ou deixar de confiar em Jesus – mesmo o maior e ‘primeiro’ pecador! – já que Paulo passou por essa situação!

B – E se, em Paulo, “Jesus Cristo manifestou toda a sua magnanimidade” e generosidade, também o “há de manifestar” em cada um de nós, dependendo apenas – é evidente! – da nossa liberdade!

 

A-B: Cristo Jesus, Senhor Nosso, mesmo que a nossa situação pessoal de pecado

possa chegar a ser tão obscura e profunda como a noite mais negra,

não teremos motivo para desanimar ou desconfiarmos da Tua bondade e perdão!

Agora sabemos – estamos certos! – da altura e fundura da Misericórdia do Pai,

que se manifesta através de Ti, Jesus, “com toda a sua magnanimidade”

Com Paulo e Timóteo: “A Ti, Deus invisível e único, honra e glória por sempre. Ámen”!

  

 

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