– A PALAVRA, Refletida ao ritmo Litúrgico –

(Ciclo C – Domingo 28 do Tempo Comum)  

  

“É digna de fé esta palavra: Se morremos com Cristo, também com Ele viveremos; se sofremos com Cristo, também com Ele reinaremos; se O negarmos, também Ele nos negará; se nós Lhe formos infiéis, Ele permanece fiel, porque não pode negar-Se a Si mesmo”.(2Tm 2,11-13 / 2ª L.).

                                                                                            

Várias vezes, e de diversos modos, Paulo introduz, nas suas Cartas, certos textos, ‘do género’ deste que vamos refletir, e que é apenas o ‘fragmento de um hino’ possivelmente mais extenso, que seria utilizado habitualmente nas comunidades cristãs de origem paulina, em ‘celebrações litúrgicas’ e/ou ‘tempos de oração’. Daí a frase introdutória, “É digna de fé esta palavra”… Já na sua primeira carta a este mesmo discípulo, Timóteo, Paulo tinha lembrado, quase à letra, esta “palavra”, “digna de fé” (ver: 1Tm 1,15-17). Aí descobríamo-la já como formando parte – no entender dos biblistas – de uma «doxologia solene, talvez de origem litúrgica». E poderíamos acrescentar também outra alusão clara, na carta ao seu outro discípulo Tito (cf. Tt 3,8)… Este tipo de composições laudatórias, são tão interessantes, e suficientemente adaptáveis, como para terem sido introduzidas como Hinos – junto com os Salmos – na «Liturgia das Horas», desde os primeiros (?) séculos da Igreja…

 

A – O que tentaria exprimir Paulo – e nós também – ao dizer: “Esta palavra é digna de fé”? Será algo semelhante ou equivalente ao nosso dizer ‘palavra de honra’? Ou terá significado mais profundo?

B – Ao que parece, quer pelo próprio conteúdo dessa “palavra” quer pela “autoridade” que lhe dá o facto de ser algo repetido, estabelecido, ‘instituído’, na Comunidade, era aceite como Verdade!

A – Aliás, as três afirmações sucessivas parecem ‘silogismos’ incontestáveis. “Com Jesus” e como Ele: “Se morremos, viveremos; se sofremos, reinaremos; se Lhe negarmos, Ele nos negará”

B – A ‘lógica’ é perfeita e razoável. É Cristo – homem-Deus – Quem tem a iniciativa e o poder para realizar essas coisas. E, de facto, realizou-as – divina e humanamente – até onde a história é capaz de o confirmar! Quem seguir a conduta, o itinerário, de Jesus, correrá a Sua mesma sorte! Se não…

A – Na Verdade, Cristo ressuscitou e “Vive”, depois de ter morrido! Claro que nós teremos de passar pelas “dores” e a “morte” material, como Ele, para “Viver” e reinar, com Ele e como Ele…

B – É evidente, porém, que no campo do mal e do negativo, Cristo-Deus não pode seguir a lógica humana, mas sempre a “lógica Divina”, porque não pode deixar de ser Deus!

A – Nós, os seres humanos – no uso ou no (ab)uso, da nossa liberdade – podemos ser “infiéis” (cada qual sabe ‘quando’, ‘como’ e ‘quanto’!); todavia, Deus será Fiel pois não pode negar-Se a Si mesmo!

B – Deveríamos, então, “parecer-nos” com Cristo-Deus na Fidelidade, já que fomos “criados à Sua imagem e semelhança”. Assim, continuaremos a ‘lógica’ anterior: Como Ele é fiel, nós também fiéis!

 

A-B: Com a Luz do Teu Espírito, ilumina-nos, Cristo-Deus, para Te seguirmos,

sempre fiéis pelo Caminho da Tua Fidelidade, imitando os Teus passos:

quer pelos sofrimentos e morte‘a Tua cruz’! – quer pela Ressurreição e Glória!

Que saibamos compreender – nós e todos os irmãos (jovens e adultos) –

que, se a Felicidade que queremos e procuramos é “infinita”, eterna,

também a nossa Fidelidade aos Compromissos “não poderá ser finita”:

assim, Jesus, continuaremos com a Tua “lógica” radical e verdadeira!

«Por Ti, conTigo e em Ti, ó Cristo Jesus, a Deus-Pai omnipotente,

na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, por sempre!».

 

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