
— 42.A3 – Domingo.19.Comum. / “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico —
«TEMOR DE DEUS? AMOR DE DEUS!»
Talvez possamos estar já convencidos ou ter a certeza de que Deus [o “Deus terrível e temível” do AT (daí o mal-entendido ‘Temor de Deus’!)] é o PAI bondoso que nos revelou o Filho Jesus; e até aceitamos de bom-grado – também convictos – que Deus é aquele ‘Deus-pequeno’ e frágil sem deixar de ser ‘Deus-imenso’ e omnipotente (lembram-se?)… Contudo, mesmo assim, continuamos com aquela atitude inconsciente(?) do profeta Elias que, embora no meio daquele ambiente de familiaridade com o Senhor, pelo facto de ter ‘ultrapassado’ esse Deus (do AT) que já “não está no forte furacão nem no grande terramoto nem no fogo ardente” mas O identifica “numa suave brisa”… porém, é capaz de “cobrir o rosto com o manto” para escutar a Sua voz (1ª L): um contrassenso(!)… Pois é, verifica-se que continua o tal ‘temor de Deus’ (mesmo que, às vezes, até lhe ponhamos o epíteto: «santo temor de Deus». O Pai-Deus, francamente, tem que “Se rir” muitas vezes (!?)… Mesmo assim, se continuarmos a utilizar a palavra ‘temor’, será preciso entendê-lo. Imaginem, por exemplo: duas pessoas, que estão loucamente enamoradas, e uma diz à outra, “tenho medo de, algum dia, deixar de amar-te”! É evidente que esse ‘medo’ não é ‘temor da pessoa’; mas um medo-temor positivo e bom!
———–
»» “O Senhor dirigiu a palavra a Elias na gruta, dizendo: «Sai e permanece no monte à espera do Senhor»… Quando se ouviu uma ligeira brisa, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou à entrada da gruta”.(1Rs 19 / 1ªL)
»» “Irmãos: Em Cristo digo a verdade, não minto, e disso me dá testemunho a consciência no Espírito Santo: Sinto… uma dor contínua no meu coração. Quisera eu próprio ser anátema, separado de Cristo, para bem dos meus irmãos”.(Rm 9 / 2ªL)
»» “Os discípulos… assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo… Logo Jesus disse-lhes: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais»… Pedro, ao sentir a violência do vento e que se afundava, gritou: «Salva-me, Senhor!».(Mt 14 / 3ªL)
———–
Ou seja, se utilizarmos a expressão “Temor de Deus” (que até se considera um dos «Sete Dons do Espírito Santo») deveria ser sempre no sentido de “temor de perder o Amor de Deus”, isto é, ‘temor de, algum dia, não amar a Deus’… Mas, seja como for, a verdade é que, no nosso mundo atual (e parece que foi assim desde sempre) estamos rodeados de temores e medos. Ou, melhor, levamo-los connosco, e são, diríamos, instintivos… Vemo-lo bem claro no episódio do Mar da Galileia, no Evangelho (3ª L.). Parece normal que “se assustassem ao confundir Jesus com um fantasma, caminhando sobre as águas”. Jesus diz-lhes: “Não tenhais medo”. Mas, logo a seguir, Pedro volta a sentir ‘medo’ ao “notar que se está a afundar”. A verdade é que, nestes casos não se sabe se é ‘medo instintivo’ ou falta de fé ou as duas coisas!… Sabemos que Jesus, após a Ressurreição, repetia, para todos: «Não tenhais medo!». E assim os últimos Papas (desde S. João Paulo II)… Agora, o Papa Francisco (nesta última JMJ de Lisboa) tem repetido: «Jovens, nunca tenhais medo!»… E ainda, a Palavra de hoje oferece-nos uma outra cara do anti-medo, na atitude pessoal que o próprio S. Paulo descreve na Carta aos romanos (2ª L). Ao verificar que o seu povo – “o judeu” – parece estar perdido sem remédio (!?) por não ter querido aceitar o Messias Jesus, ele “sente uma grande tristeza e uma dor continua no seu coração”. Mas, longe de aceitar qualquer forma de ‘temor’ ou derrota, chega a afirmar isto, que parece um impossível: “Quisera eu mesmo ser anátema, afastado de Cristo, para bem dos meus irmãos”!
[ De «Outras Invocações e/ou Títulos (“Piropos”?)» de Nossa Senhora: ]
+ Nossa Senhora Mãe do Amor Formoso; Mãe do Puro Amor;
Senhora e Mãe da Confiança plena; … nossa Mãe:
Ensina-nos, Mãe, antes de mais, a fugirmos de todo o medo ou temor
ao relacionarmo-nos com os nossos irmãos e, sobretudo, com o Pai Deus.
Ó ‘Mãe do Puro Amor’ e ‘Mãe do Amor formoso’: que a nossa relação com o Pai
seja sempre, como a do Filho Jesus e como a tua, de um infinito e terno Amor.
E, ao pensarmos nesses irmãos e irmãs cuja relação com Deus é mais de temor,
dirigimo-nos a Ti, Mãe, que és a ‘Senhora da Confiança plena’, para que, eles e nós,
aprendamos, em toda a vida, que a nossa Confiança no Amor do Pai é o primeiro!
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net
11 Agosto, 2023
«TEMOR DE DEUS? AMOR DE DEUS!»
Luis López A Palavra REFLETIDA
— 42.A3 – Domingo.19.Comum. / “A Palavra” refletida, ao ritmo Litúrgico —
«TEMOR DE DEUS? AMOR DE DEUS!»
Talvez possamos estar já convencidos ou ter a certeza de que Deus [o “Deus terrível e temível” do AT (daí o mal-entendido ‘Temor de Deus’!)] é o PAI bondoso que nos revelou o Filho Jesus; e até aceitamos de bom-grado – também convictos – que Deus é aquele ‘Deus-pequeno’ e frágil sem deixar de ser ‘Deus-imenso’ e omnipotente (lembram-se?)… Contudo, mesmo assim, continuamos com aquela atitude inconsciente(?) do profeta Elias que, embora no meio daquele ambiente de familiaridade com o Senhor, pelo facto de ter ‘ultrapassado’ esse Deus (do AT) que já “não está no forte furacão nem no grande terramoto nem no fogo ardente” mas O identifica “numa suave brisa”… porém, é capaz de “cobrir o rosto com o manto” para escutar a Sua voz (1ª L): um contrassenso(!)… Pois é, verifica-se que continua o tal ‘temor de Deus’ (mesmo que, às vezes, até lhe ponhamos o epíteto: «santo temor de Deus». O Pai-Deus, francamente, tem que “Se rir” muitas vezes (!?)… Mesmo assim, se continuarmos a utilizar a palavra ‘temor’, será preciso entendê-lo. Imaginem, por exemplo: duas pessoas, que estão loucamente enamoradas, e uma diz à outra, “tenho medo de, algum dia, deixar de amar-te”! É evidente que esse ‘medo’ não é ‘temor da pessoa’; mas um medo-temor positivo e bom!
———–
»» “O Senhor dirigiu a palavra a Elias na gruta, dizendo: «Sai e permanece no monte à espera do Senhor»… Quando se ouviu uma ligeira brisa, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou à entrada da gruta”.(1Rs 19 / 1ªL)
»» “Irmãos: Em Cristo digo a verdade, não minto, e disso me dá testemunho a consciência no Espírito Santo: Sinto… uma dor contínua no meu coração. Quisera eu próprio ser anátema, separado de Cristo, para bem dos meus irmãos”.(Rm 9 / 2ªL)
»» “Os discípulos… assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo… Logo Jesus disse-lhes: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais»… Pedro, ao sentir a violência do vento e que se afundava, gritou: «Salva-me, Senhor!».(Mt 14 / 3ªL)
———–
Ou seja, se utilizarmos a expressão “Temor de Deus” (que até se considera um dos «Sete Dons do Espírito Santo») deveria ser sempre no sentido de “temor de perder o Amor de Deus”, isto é, ‘temor de, algum dia, não amar a Deus’… Mas, seja como for, a verdade é que, no nosso mundo atual (e parece que foi assim desde sempre) estamos rodeados de temores e medos. Ou, melhor, levamo-los connosco, e são, diríamos, instintivos… Vemo-lo bem claro no episódio do Mar da Galileia, no Evangelho (3ª L.). Parece normal que “se assustassem ao confundir Jesus com um fantasma, caminhando sobre as águas”. Jesus diz-lhes: “Não tenhais medo”. Mas, logo a seguir, Pedro volta a sentir ‘medo’ ao “notar que se está a afundar”. A verdade é que, nestes casos não se sabe se é ‘medo instintivo’ ou falta de fé ou as duas coisas!… Sabemos que Jesus, após a Ressurreição, repetia, para todos: «Não tenhais medo!». E assim os últimos Papas (desde S. João Paulo II)… Agora, o Papa Francisco (nesta última JMJ de Lisboa) tem repetido: «Jovens, nunca tenhais medo!»… E ainda, a Palavra de hoje oferece-nos uma outra cara do anti-medo, na atitude pessoal que o próprio S. Paulo descreve na Carta aos romanos (2ª L). Ao verificar que o seu povo – “o judeu” – parece estar perdido sem remédio (!?) por não ter querido aceitar o Messias Jesus, ele “sente uma grande tristeza e uma dor continua no seu coração”. Mas, longe de aceitar qualquer forma de ‘temor’ ou derrota, chega a afirmar isto, que parece um impossível: “Quisera eu mesmo ser anátema, afastado de Cristo, para bem dos meus irmãos”!
[ De «Outras Invocações e/ou Títulos (“Piropos”?)» de Nossa Senhora: ]
+ Nossa Senhora Mãe do Amor Formoso; Mãe do Puro Amor;
Senhora e Mãe da Confiança plena; … nossa Mãe:
Ensina-nos, Mãe, antes de mais, a fugirmos de todo o medo ou temor
ao relacionarmo-nos com os nossos irmãos e, sobretudo, com o Pai Deus.
Ó ‘Mãe do Puro Amor’ e ‘Mãe do Amor formoso’: que a nossa relação com o Pai
seja sempre, como a do Filho Jesus e como a tua, de um infinito e terno Amor.
E, ao pensarmos nesses irmãos e irmãs cuja relação com Deus é mais de temor,
dirigimo-nos a Ti, Mãe, que és a ‘Senhora da Confiança plena’, para que, eles e nós,
aprendamos, em toda a vida, que a nossa Confiança no Amor do Pai é o primeiro!
// PARA outras REFLEXÕES AFINS: http://palavradeamorpalavra.sallep.net